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Grimório de Magia Sexual




Feitiçaria sexual

Feitiçaria sexual é um dos aspectos mais importantes da magia moderna por revelar um método de feitiçaria que é encontrado no próprio corpo humano. Por ser uma tradição que une tanto o ocidente quanto o oriente e usa técnicas de diferentes escolas. Para entender plenamente a Feitiçaria Sexual deve-se pôr de lado todos os preconceitos e adentrar o estudo com uma mente aberta e uma predisposição de considerar uma nova via para entender e experienciar o Universo e si mesmo.


 I - O Universo Tântrico


As Escolas Orientais de Feitiçaria Sexual
Símbolos rituais tântricos têm sido encontrados datados aproximadamente de três mil anos antes de Cristo, estes símbolos de fertilidade parecem ser de origem Indo-européia e demonstram a antigüidade dos cultos tântricos. Tantra (que significa "a via") é a mais das religiões do mundo oriental. Seus textos primários são conhecidos como "Tantras" e são tão velhos quanto os Vedas (pelo menos dois mil anos antes de Cristo), se não mais velhos. A influência do tantrismo pode ser vista na maior parte das culturas antigas, na grande China podemos ler sobre Alquimia Sexual e os mistérios da libido milhares de anos antes de Freud e nos cultos Gnósticos lemos sobre a encarnação da Deidade em marido e esposa. Outros exemplos podem ser encontrados no Egito, Creta e Roma onde a feitiçaria sexual era central para a maioria das tradições iniciáticas secretas. Mesmo hoje em dia Tantra ainda está vivo na Índia moderna, ocupando um dos lugares mais sagrados dos Hindus, Kamrup in Assam, sendo a representação da Yoni ou vagina da própria deusa.
As Escolas Ocidentais de Feitiçaria Sexual
Gnosticismo é uma escola religiosa de pensamento que é tida como tendo sido desenvolvida em algum momento ao redor do advento de Jesus. Suas origens são encontradas no Egito e na Suméria, enquanto suas formas externas tenderam a ser de extração hebraica. Por muitos anos os ensinamentos do Gnosticismo não eram conhecidos, até recentemente quando pesquisas descobriram que a essência da tradição Gnóstica era uma forma ocidental de Tantra. Este 'tantrismo' tinha ritos iniciáticos e práticas adaptadas de várias tradições ainda que operando sob uma mesma estrutura organizacional generalizada. Parece que a morte do Gnosticismo, ou ainda o seu movimento nos anais do ocultismo, tomou lugar por volta de 200 d.C. e que seu ressurgimento ocorreu através de ordens secretas tais quais a Ordem de Sião e os Cavaleiros Templários.
Por volta de meados do século passado quando muitos eruditos ingleses começaram a pesquisar sobre as tradições tântricas sobreviventes em ambas suas formas oriental e ocidental e isto gerou ordens como a O.T.O. e num menor grau a Golden Dawn e outras ordens herméticas relacionadas. No caso Golden Dawn acredita-se que embora a ordem funcionasse com um foco Cristão-Judeu, sob esta fachada uma forte tradição de feitiçaria sexual floresceu, embora estas tradições não mais são ensinadas pelas derivações modernas da GD.
A Ordo Templi Orientis também conhecida como a Ordem dos Templários do Oriente é uma ordem explicitamente tântrica com tonalidades maçônicas. Em 1912 a sua revista, Oriflamme, deixara claro que a sua premissa central de ensinamento era a feitiçaria sexual. A ordem possui a chave que abre todos os segredos herméticos e maçônicos, isto é, o ensinamento da Magia Sexual e este ensinamento explica sem exceção todos os segredos da Livre Maçonaria.
Feitiçaria Sexual no Novo Aeon
Com o advento do Novo Aeon em 1904, Mestre Therion (Aleister Crowley) formulou a Astrum Argentinum como uma ordem semi-física para manifestar a nova corrente mágika. Uma das primeiras ordens fora desta estrutura a aceitar a Lei de Thelema foi a OTO. O Mestre Therion então remodelou seus trabalhos para refletir a natureza do Novo Aeon e incorporar novas práticas e teorias de tantrismo ocidental e oriental. Entretanto, sendo que a OTO ainda tinha uma base maçônica, sob a pressão do Novo Aeon deu lugar a uma nova forma de ordem baseada no princípio de ensinamento boca a boca ao invés de formas de organização autocráticas. Com esta mudança os ensinamentos da feitiçaria sexual e do Tantra foram aumentados pela pesquisa e pela prática do vasto número de feiticeiros thelemitas ocidentais e orientais e a síntese resultante é encontrada nas várias escolas tântricas modernas thelêmicas. Estas incluem tão variadas ordens como a OTO Tiphoniana encabeçada por Kenneth Grant, a Ordem Arcana dos Cavaleiros de Shamballa (AMOOKOS), o Culto da Serpente Negra e a Ordem de Prometheus (Austrália).
A publicação deste manual de treino é parte do processo onde a experiência direta da Feitiçaria Sexual pode ser alcançada por indivíduos e grupos pequenos sem a segregação e controle das estruturas das ordens, acreditamos que tal ato está em concordância com o espírito aberto do Aeon de Hórus.
"Se você trouxer para fora aquilo que está dentro de você, isto o salvará.
Se você não trouxer para fora o que está dentro de você, isto o destruirá."

O evangelho gnóstico de Tomé.
"...quando você se despe da vestimenta da vergonha, quando os dois se tornam um e o macho e a fêmea não é nem macho nem fêmea."
O evangelho de acordo com Egyptiana.

Os Cinco M da Feitiçaria Sexual
A escola oriental de feitiçaria sexual conhecida por Tantra é dividida em cinco categorias distintas, refletindo estas os diferentes níveis de trabalho que podem ser realizados. Embora se originem na tradição oriental elas são encontradas tão significantemente no ocidente, entretanto talvez, sendo ensinadas sob diferentes títulos e com diferentes sistemas de símbolos e ênfase. Os cinco M ou Pancha Makara podem ser interpretados de duas maneiras diferentes, cada modo reflete um foco diferente de cada Makara, um sutil e outro distintamente físico. Não se trata de julgamento moral mas um ponto prático que deve ser notado. A interpretação sutil é relacionada ao simbólico ou Caminho da Mão Direita (CMD), em inglês 'Right Hand Path', que envolve a interpretação do simbolismo tântrico de uma maneira não sexual e não corporal. Enquanto a interpretação física (e sexual) é relacionada ao Caminho da Mão Esquerda (CME) 'Left Hand Path'. A razão por trás da designação Direita-Esquerda é que nos ritos sexuais orientais o foco da paixão (normalmente uma mulher) quando colocado à direita significava um ritual simbólico, entretanto quando passado à esquerda implicava num rito sexual.
Antes de começarmos a descrição dos Pancha Makara, é importante entender que as práticas sexuais são apenas um dos M da feitiçaria sexual. Muitas escolas hoje enfatizam o quinto M da atividade sexual enquanto ignoram os outros quatro, isto não apenas é impreciso mas também perigoso. Feitiçaria sexual pode envolver rito sexual mas, certamente, não apenas rito sexual.
O Primeiro M : Madya Sadhana
A aplicação do Caminho da Mão Esquerda ao primeiro M envolve o uso correto de intoxicantes em suas diversas formas. Madya significa licor podendo então ser interpretada tanto neste contexto ou naquele do Caminho da Mão Direita, onde designa a ativação do Chakra Sahasrara e o uso de suas secreções física e parafísica. Até mesmo a ciência moderna tem hoje iniciado investigação dos efeitos de secreções hormonais das glândulas endócrinas sobre a consciência. A maior diferença entre esta investigação e nossa experiência é que no Madya Sadhana as secreções são tidas como simultaneamente físicas (hormonais) e parafísicas.
O Segundo M : Mamsa Sadhana
A aplicação do CME no segundo M envolve uma quantidade de práticas diferentes. Sendo que o termo Mamsa pode ser traduzido como 'carne', pode ser usada para representar o uso de carne ritualisticamente (por exemplo, um banquete ou Eucaristia). Pode também ser entendida, de acordo com uma tradução menos literal dos textos tântricos, como 'fala', então podendo ser entendida como o uso da invocação ou fala extática dentro de um contexto ritual.
A interpretação do CMD deste Sadhana envolve tanto o entendimento de carne no contexto de alimento, tal qual numa dieta controlada (normalmente vegetariana) e o efeito da comida na consciência e o uso da fala duma maneira ritual. Esta segunda utilização inclui práticas como invocação, cânticos, mantras, oração extática e por aí vai.
O Terceiro M : Matsya Sadhana
O terceiro M tende a ser traduzido como 'peixe' e é usado da mesma maneira para o CME quanto para o CMD. É visto como referindo-se ao fluxo psíquico que corre através dos canais Ida e Pingala na espinha dorsal. Uma minoria de eruditos também utiliza-se do termo para referir-se ao consumo ritual de peixe num banquete ou Eucaristia.
O Quarto M : Mudra Sadhana
Mudra é o único M bem conhecido fora dos círculos tântricos. É utilizado de maneiras similares no CME e no CMD e representa o uso de posições específicas do corpo (mais especificamente, da mão) para simbolizar certas verdades, para encarnar certas forças e/ou efetuar mudanças na consciência. Este M também inclui o uso de vários Asanas ou Mudras Corporais.
O Quinto M : Maithuna Sadhana
O quinto M está relacionado primariamente com atividade sexual, o termo Maithuna refere-se a união sexual mas também inclui outras formas de prática sexual. A interpretação do CMD deste M envolve o uso simbólico da sexualidade dentro do organismo. Isto é melhor ilustrado no Kechari Mudra, no qual se traz a língua para a garganta e 'temporariamente fecha-se o sistema'. Aqui a ponta da língua é vista como representando o pênis, a faringe nasal a vagina e a uvula como a vulva.
A interpretação do CME do Maithuna é de ritualística sexual, onde o termo Mão Esquerda refere-se ao veículo da paixão sendo colocado na posição Lunar ou esquerda. Em algumas escolas tântricas os cinco M também são interpretados como Sub Sadhanas dentro do quinto M, Maithuna. Com tal entendimento em mente, daremos a seguinte classificação dos Sub Sadhana.

Sub Sadhanas no Maithuna
Madya Sadhana Amrita : uso sacramental de fluidos sexuais.
Mamsa Sadhana-Felação
Mataya Sadhana-Cunilíngua
Mudra Sadhana-Posturas Sexuais
Maethuna Sadhana-Comunhão sexual (congrex)
Feitiçaria Sexual : Um Esquema
A feitiçaria sexual como é ensinada dentro da Escola Tântrica Thelemica é composta de cinco categorias, qualquer uma destas cinco pode novamente ser subdividida nos cinco M, se assim desejado. Contudo, descobriu-se que os cinco M como subclasses pertencem às técnicas Gamma e Epsilon em relação ao CME ou às técnicas Delta, se interpretadas pelo CMD. As classificações da feitiçaria sexual estão baseadas em esquemas tradicionais como ensinados pela OTO e AA. Entretanto, elas receberam títulos de letras gregas para acabarem com o obsoleto sistema de graus maçônicos previamente em uso pelo sistema sexual da OTO.
A teoria e a prática da feitiçaria sexual é baseada no fato de Eros, ou conduta sexual, ser uma das mais poderosas dentro do organismo humano e se usada corretamente centro de uma situação ritual, pode atingir grandes resultados. Neste esquema nós não pretendemos organizar toda a estrutura da magia sexual, mas dar uma visão das técnicas básicas e alguns usos para as mesmas. Ofereceremos também uma discussão de alguns dos princípios básicos nos quais a magia sexual está baseada, tais como Shiva e Shakti, a Semente Sagrada, o Grande Rito e Eros e Thanatos. É importante dominar estas teorias, pois toda prática tântrica estende-se de seu fundamento.
Alphaísmo (Alfa) - Magia Sexual Solitária
Alfaísmo é usado para carregar talismãs, encantamentos e Armas e Ferramentas Mágikas, obter controle dos sonhos e vários tópicos correlatos.

Betaísmo (Beta) - Magia Sexual Solitária
Betaísmo é usado com um parceiro projetado astralmente, envolvendo uma série de práticas tais como energização do sistema astral, criação de elementares, proteção e ataque psíquicos, desenvolvimento de características internas através da ciência de projeção extracorpórea.
Gamaísmo (Gamma) - Magia Heterossexual ou Polarizada
Gamaísmo pode ser usado para diferentes formas de magia, incluindo a criação de Amrita, comunicação com outras formas de Vida, criação de seres artificiais, evolução espiritual de ambos os parceiros e por aí vai.
Deltaísmo (Delta) - Magia Sexual para Chakras
Deltaísmo envolve o uso de técnicas Alfa, Beta, Gamma e Epsilon para ativar e purificar os chakras. É uma forma avançada de Kundalini Yoga sexual.
Epsilonismo (Epsilon) - Magia Homossexual ou Apolar
Esta técnica é um espelho do Gamaísmo, tem muitos usos idênticos às técnicas Gamma com o banefício da não produção sexual ou astral. Muitas escolas, incluindo a Escola Tântrica Thelemita, descobriram que intercurso anal com um membro do sexo oposto ou sexo durante o ciclo menstrual pode ser usado como uma aproximação de uma expressão puramente homossexual desta fórmula. (Embora a interpretação homossexual parece mais precisa e segura.)
Há muitos outros usos para estas técnicas e estas serão esquematizadas conforme progredimos em nosso estudo. Nesse ínterim, é importante entender que a diferença entre as técnicas heterossexuais e homossexuais (Epsilon e Gamma) é maior do que o obviamente físico. Foi descoberto que mesmo que a prática Gamma seja feita com uso de anticoncepcional, um feto astral é sempre gerado. Algumas vezes isto é útil, algumas vezes não. Equanto que numa relação puramente homossexual da fórmula Epsilon isto não ocorre devido às características específicas encontradas no campo de polaridade, que iremos discutir em detalhes mais à frente.
Há muitos princípios diferentes envolvidos na Magia Sexual e para entendê-los será necessário um certo estudo. Para começar, vamos olhar em detalhe quatro princípios fundamentais básicos do Tantra.
Shakti, Shiva e Papéis Sexuais
Shiva e Shakti formam os pólos opostos no culto tântrico, Shiva representa o poder da deidade masculino, enquanto Shakti representa a deusa primal. De acordo com o Tantra hindu tradicional, a Grande Deusa tem dez encarnações maiores ou formas. A primeira e certamente mais antiga é Kali, enquanto que as outras nove são Tara, Shodamhi, Bhuvameshvari, Bhairvai, Chinnamasta, Dhumavati, Bagala, Matangi e Kamala. Em muitos cultos tântricos, como o Kaulasedkaha, Shakti é vista como a fonte primordial de todas as coisas, sendo então idêntica ao antigo conceito egípcio de Nuit, a deusa do espaço infinito, enquanto sua projeção, Hadit, é idêntica a Shiva.
Em termos universais esta oposição é a mesma de Ain e Kether (de acordo com a Qabbalah) com Shakti representando a ação dinâmica e Shiva representando o estado estático. Em algumas tradições uma trindade é formada de Brahma, Vishnu e Shiva, onde Shiva é especificamente relacionado a Saturno ou a Sephirah Binah. Esta correspondência é, em certo contexto, compreensível, pois Shiva pode ser relacionado ao Deus Negro e sua parceira Shakti que é encontrada dentro dele. Contudo, também é possível entender a relação Shakti-Shiva nos termos mais absolutos de Ain e Kether, usando seus atributos num papel universal, menos específico. Pode ser dito que a trindade é uma forma mais exotérica, enquanto a dualidade de Shiva e Shakti é uma atribuição universal e esotérica.
A relação entre Shiva e Shakti é de total interdependência, um ditado tântrico diz que "Shiva sem Shakti é Shava (cadáver)." Quando Shiva e Shakti são traduzidos em termos humanos, certas considerações devem ser levadas em conta, em algumas tradições o macho é considerado Shiva e a fêmea Shakti, e de certa maneira isto é correto. Entretanto, isso foi usado, no passado, para justificar um sexismo às avessas onde a fêmea é tomada em grande reverência em detrimento do macho. Na atualidade, as tradições de Magia Sexual demandam que macho e fêmea sejam tomados em igualdade e mesmo que possa ser feita conotação sexual de Shiva e Shakti, é igualmente verdade o fato de que dentro da cada ser humano, macho ou fêmea, ambos Shiva e Shakti existem mutuamente. Esta atribuição é baseada no fato de que em cada sexo há os pólos Shiva e Shakti, no macho a chakra básica é Shiva, enquanto que a Coroa ou Sahasrara Chakra é Shakti, na fêmea estas atribuições são ao contrário.
Quando estas polaridades são aplicadas aos trabalhos sexuais Gamma e Epsilon certos fatos importantes precisam ser considerados. No Gamma, um circuito completo é formado e um vórtice circular de energia é creado, portanto todas operações de Magia Gamma produzem uma criança astral ou física. Num trabalho Epsilon o circuito formado cria um padrão 'X', tal formação gera energias de natureza selvagem e caótica, sem a produção de qualquer forma de criança astral. Ambas fórmulas têm usos importantes na prática da Magia Sexual e cada uma delas oferece oportunidades energéticas únicas.
A Semente Sagrada
O conceito de "Semente Sagrada e Fluidos Sacros" forma a base de muitos trabalhos Gamma. De acordo com a magia sexual tradicional e moderna, os fluidos sexuais do macho e da fêmea contém nutrientes tanto físicos quanto parafísicos, sendo usados portanto numa forma de Eucaristia.
"A mais alta forma de Eucaristia é aquela na qual o elemento consagrado Um. É uma substância e não duas, nem viva nem morta, nem líquida nem sólida, nem quente nem fria, nem masculina nem feminina....O mais alto sacramento, o de um elemento, é universal na sua operação, de acordo com o propósito declarado do trabalho, o resultado também o será. É a chave universal de toda Magia (Mágika)."
Magick in Theory & Practice by Aleister Crowley
A base da Eucaristia é que os fluidos do organismo humano, masculino e feminino, contêm certas essências conhecidas como Kalas. Estes Kalas são dezesseis no Iniciado e quatorze na pessoa comum. Estudos recentes em sexologia tornaram conhecidas estas quatorze essências, entretanto, o sucesso da Eucaristia é baseado na correta ativação do Sacerdote e da Sacerdotisa para que os dezesseis Kalas sejam formados nos fluidos. Estes fluidos, quando combinados (hetero ou homossexual) formam uma substância conhecida com Amrita. Esta substância forma a base de muitos trabalhos mágikos, em alquimia sexual é conhecida como a "pedra filosofal" e é o foco central da maioria dos cultos tântricos hindus.

O Grande Rito
Além do conceito da Semente Sagrada e dos Fluidos Sacros é importante entender o poder mágiko posto em ação no rito sexual. Em todas as religiões antigas o ato do sexo era visto como um ato de poder e portanto considerado sagrado. Hoje, estamos num período subsequente ao da Era Vitoriana onde o sexo era visto simplesmente como a descarga de uma frustração, contudo, da posição tântrica, nem depravação nem puritanismo são corretos. O sexo é um impulso creativo, um ato de poder. É uma extensão do conceito mágiko de Amor, nem sentimentalismo nem luxúria, mas um poder de 'atração entre partículas'.
Na Bruxaria, o clímax da iniciação vem no que é conhecido como "Terceiro ou Grande Grau". Este grau, também conhecido como o "Grande Rito", envolve intercurso sexual e assunção de Formas de Deuses tais como Pan e Aradia. Esta assunção de Formas de Deidades durante a relação sexual forma uma parte integral de nosso uso da sexualidade na Escola Thelemica de Magia Sexual. Mesmo quando atos sexuais não são feitos com propósitos de ocultismo, o mago deve ainda assim treinar-se para assumir a forma de Hadit, Hórus, Set e para tanto visualizar a parceira na forma de Nuit, Isis, etc. Variações com o sexo e a orientação sexual são óbvias.
No Livro da Lei afirma-se que "todos os atos de amor devem ser feitos a Nuit", não importando como vemos este texto, este conceito é vital pois enfatiza a necessidade de que todos os atos sejam atos de magia sexual e, portanto, atos de Vontade Verdadeira. Este ideal inclui a máxima filosófica do "Monge ou Freira de Thelema" e um "Novo Celibato", onde todos os atos sexuais são vistos como sacramentais e mesmo se o parceiro não partilha deste conceito, o feiticeiro deve por si próprio visualizar dentro do parceiro uma expressão da forma-deus que ele estiver projetando.
A respeito da relação entre sexo e amor, no contexto thelemita amor é definido como "atração mágika de partículas" e não nos termos sentimentalistas usados pelos cristãos e membros de outras religiões. Todos os atos de magia sexual, e portanto, todos os atos sexuais na vida de um mago, são expressões do amor mágiko, sendo que eles representam o trazer à tona os aspectos divinos internos dos indivíduos envolvidos. No mais, isto não é compatível com o conceito de monogamia, nem com a degeneração do sexo em atos meramente físicos.
A partir destas considerações, deve tornar-se claro que uma suruba não é magia sexual !
Eros e Thanatos
A psicologia da magia sexual é baseada nas idéias opostas primeiramente postuladas, em tempos modernos, pelos mitos de Eros e Thanatos explorados por Sigmund Freud. Estas forças opostas representam a dualidade do nascimento e da morte. O nascimento é entendido como o impulso sexual (libido), enquanto a morte não é necessariamente o impulso destrutivo per se mas a conduta de religação com as dimensões espirituais. Em magia sexual ambas as condutas são usadas para levar o indivíduo a um estado de consciência mais amplo.
O impulso Eros é cultivado através dos vários ritos e práticas sexuais, enquanto que o impulso Thanatos é cultivado através dos ritos secretos do "Culto Mórbido de Kali". Estes ritos de morte representam um dos segredos mais profundos da magia e são tradicionalmente ensinados apenas àqueles que tenham completado seu treinamento tântrico e tenham dominado toda a teoria e prática da magia. Através do cultivo de Eros e Thanatos dentro da psique do indivíduo, o estado final de androginia pode ser realizado. A magia sexual e seus diversos ritos leva o mago aos estágios finais de sua transmutação em Andrógino, realiza grandes mudanças de consciência e um sublime fluxo interno de poder. Conforme ele avança pelos altos reinos da Iniciação e continua com os Ritos dos Antigos e os mistérios do Necronomicon, ele é levado a confrontar-se com seu Anti-Eu (anti-self) e um estado de união dinâmica é atingido. Isto é completado pela conquista do impulso Thanatos e sua ascensão ao estado andrógino de Humano Superior.
Este caminho é ensinado com dificuldades e pode levar uma vida inteira ou mais para se completar, contudo, o resultado final vai além da espécie humana e alcança o próximo estágio da evolução. Deve ser lembrado, entretanto, que o estado de Humano Superior está tão distante do humano quanto este está do macaco e, portanto, a transição envolve mudanças que podemos apenas postular depois que elas sejam experimentadas.

Conclusões
Neste capítulo começamos a examinar as facetas mais profundas dos mistérios da Magia Sexual, muitos destes podem ser assustadores e, talvez, até mesmo repulsivos para o mago que não estava preparado para sua revelação. Mas deve ser lembrado que a transição deste estado de consciência para o próximo é uma total transformação do nosso estado de ser. Não é simplesmente uma troca de roupas por assim dizer, mas uma revolução total no que conhecemos e no porque pensamos da maneira como pensamos.
Portanto, muitas das técnicas de magia sexual são muito exigentes e difíceis, mas conforme alcancemos os estágios mais profundos da Iniciação as mudanças começarão e paulatinamente, mas com certeza, nós chegaremos a uma nova e mais dinâmica compreensão de nós mesmos e do Universo.


II - A dimensão perdida do Sexo



"O que está em cima é como o que está embaixo..." assim diz o grande axioma de Hermes que forma a premissa central dos ensinamentos da Magia (e do Hermetismo, por ocasião). As grandes forças do Universo estão refletidas no organismo no qual temos nosso ser, portanto, os Mistérios tanto são fisiológicos como espirituais e o simbolismo dos Mistérios reflete ambos sistemas de Gnosis.

Através da história encontramos pistas deste arcano tântrico, um dos mais conhecidos ícones do Tantrismo era a Missa do Espírito Santo, que formava o santuário simbólico da Alquimia Sexual. Aqui o pão era o corpo; o vinho, as secreções sagradas e a pomba que descendia simbolizava Vênus, o planeta do erotismo. Ícones mais antigos deram pistas de sua origem tântrica, o Jardim do Éden era a sagrada Yoni (vagina), a montanha era o Lingam (falo), os rios eram as secreções sexuais e por aí vai. Num estudo moderno de magia sexual, o uso de tal simbolismo não é mais necessário, embora às vezes tenha mérito artístico.

A base da magia sexual moderna é estreita e precisa e é encontrada no simples dito de Hermes, que claramente ilustra como as forças do Universo não apenas fluem dentro e ao redor do humano como espécie, mas que também existe em cada organismo individual como um reflexo do Todo.


A Natureza do Orgasmo

O orgasmo tem muitas utilizações, em magia sexual a libido ou impulso sexual não é desperdiçada mas encarnada num meio ou forma previamente formulada. Isto forma a base para muitos dos usos das energias sexuais na magia. O orgasmo é usado para crear um vórtice de energia que é então encarnado num corpo específico para que um certo resultado possa ser manifestado na realidade. O resultado alcançado pode variar de necessidades pessoais e físicas até a impregnação dum símbolo para exploração de dimensões astrais mais altas.

O orgasmo, quando a ejaculação é adequadamente controlada, pode ser usado para energizar certas imagens de grande pode, estas imagens, evocadas e fixadas na mente, tomam forma e cream vida própria, sendo de uso prático em muitos aspectos da Grande Obra.

Os dois pré-requisitos desta forma de magia sexual são a fixação da mente no símbolo durante o processo e a obtenção de um orgasmo extremamente intenso pelo prolongamento da estimulação. Os dois fatores nunca podem ser postos de lado, portanto o pretenso mago deve começar sua exploração imediatamente.

A concentração de uma imagem no olho da mente pode ser alcançada por prática intensa das várias artes de concentração e visualização, enquanto que o segundo fator, o de aumentar a intensidade orgasmática, pode ser praticado através de vários exercícios encontrados nas técnicas Alfa de magia sexual. Com este assunto em mente, é importante vir a se compreender a relação entre ejaculação e orgasmo. Orgasmo é uma experiência de êxtase sexual, é normalmente atingida através da ejaculação, não sendo, entretanto, sempre assim.

Na magia sexual o orgasmo deve ser atingido com certa voracidade e isto é melhor conseguido através da retardação gradual da ejaculação durante o processo sexual, levando a um nível mais alto de clímax na ejaculação. Desta maneira, o entendimento dos magos sobre a ejaculação e orgasmo tem muito mais a ver com o clímax pleno de uma mulher do que uma simples emissão de fluidos. Esta intensidade do orgasmo pode ser facilmente desenvolvida pela mulher, talvez, até mesmo mais prontamente, pois a técnica da masturbação feminina oferece um clímax muito mais forte e de maior valor mágiko do que a simples emissão masculina.


A Criação de Crianças Astrais

Como discutido antes, todas as formas de sexo geram algum resultado. Sexo heterossexual gera crianças, astrais ou físicas. Num ato sexual onde não há produção física (um feto) então o resultado é astral. Pelo uso do sexo uma criação pode ser formulada nos planos espirituais, isto pode ser atingido tanto por uma técnica masturbatória (alfa/beta) quanto por uma técnica utilizando parceiro (gamma/epsilon). Esta criação pode tomar a forma de um elemental artificial (elementar) que é programado para atingir certas metas e dissolver-se após concluída a tarefa, ou um íncubo, que é utilizado para se explorar suas próprias realidades internas. Crianças astrais também podem ser usadas para controlar sonhos e girar 'a teia da Ilusão'. Controle onírico é um aspecto importante da magia sexual, pois em seus ensinamentos o Tantrismo oferece uma forma única de manipulação onírica pela qual os sonhos podem ser controlados e usados para moldar a própria realidade. Esta técnica de "Sonhar de Verdade" foi primeiramente ensinada em cultos Draconianos do Egito e tornada popular nas adaptações mais modernas do ocultismo encontrado nos escritos de Dion Fortune.


Assunção de Formas de Deuses

Formas de deuses (godforms) são um aspecto importante do treinamento oculto, contudo, na magia sexual seu uso assume relevância máxima. Normalmente, a faceta sexual da forma-deus é exagerada para auxiliar no processo de identificação. O verdadeiro personagem da forma-deus pode incluir uma variedade de formas humanas e animais. Duas formas específicas são de suma importância, as de Babalon e Therion.

Num nível superficial Babalon e Therion são simplesmente as máscaras sexuais feminina e masculina usadas nos ritos de natureza polarizada. Estas máscaras devem ser assumidas sempre astralmente, invocando-se os poderes de Binah e Chokmah. Quando isso ocorre com sucesso os resultados produzidos são localizados em Daath, podendo então ser transferidos para qualquer das Sephiroth mais baixas à vontade. Num rótulo mais esotérico, contudo, os papéis de Babalon e Therion têm uma utilização secreta.

"Há a pomba e há a serpente. Escolha a sua bem ! Ele, meu profeta, escolheu conhecendo a lei do forte e o grande mistério da casa de Deus."

Liber al Vel Legis 1 : 57

O extrato acima, do Livro da lei, sugere um entendimento esotérico de Babalon e Therion. Babalon sendo a pomba e Therion, a serpente. Eles representam não as técnicas de magia hetero e homossexual, mas variações dentro de cada técnica, por assim dizer, a habilidade de trabalhar magia polarizada e apolar. O mago necessita entender ambos trabalhos e como eles podem ser usados, ele também necessita dissolver o conceito de que há uma simples divisão entre práticas heterossexuais e homossexuais. Em magia sexual há quatro possibilidades distintas ou elementos : Heterossexual, polarizado e apolar; Homossexual, polarizado e apolar. Estas possibilidades incorporam o mistério do Forte (o Templo do Mistério Quádruplo) e o Mistério da Casa de Deus (letra Beth). Eles também envolvem o segredo do Magus. Além disso, encontramos uma pista adjunta na associação animal do arcano Magus, o pássaro Íbis. O Íbis é uma ave que lava o ânus com seu próprio bico sendo então considerada na mitologia como bissexual. Portanto, o mistério do Magus é que ele é andrógino e não escolhe entre seus lados homossexual ou heterossexual mas usa as variações de ambos de acordo com a natureza do trabalho. Estas quatro possibilidades são conhecidas como os elementos tântricos.


Os Elementos Tântricos

Antes examinamos os vários ciclos na Magia Sexual, isto é, as formações O e X e a atribuição das letras gregas a estas operações. Aqui, queremos ir mais longe e esquematizar as quatro ferramentas do mago. Considerando a atribuição, a quinta ferramenta ou elemento é o Akasha e portanto é o próprio mago, que deve ser uma mistura de todas as quatro possibilidades. As quatro possibilidades como esquematizadas são vistas como :

OO - O trabalho Gamma de Magia Heterossexual.

XX - O trabalho Epsilon de Magia Homossexual.

Cada uma tem dois potenciais, a plena expressão de sua própria modalidade e os elementos cruzados. A plena expressão inclui Gamma de Gamma (Magia totalmente polarizada como em ritos puramente heterossexuais) e Epsilon de Epsilon (Magia totalmente apolar como em ritos puramente homossexuais). Esta forma de magia puramente apolar é muito volátil e é mais utilizada em trabalhos Qliphóthicos e do Necronomicon.

Entre estes pólos estão dois outros potenciais, conhecidos como "Os Elementos Tântricos Cruzados" e incluem :

OX - O trabalho Gamma usando assunção de formas de deuses como se fosse trabalho Epsilon. (Por exemplo, macho e fêmea assumindo imagens de deuses do mesmo sexo).

XO - O trabalho Epsilon usando formas de deuses como fosse trabalho Gamma. (Por exemplo, dois homens assumindo imagens de deuses de sexos opostos).

Estes elementos misturados são utilizados numa variedade de trabalhos, sendo, conduto, imperativo ao mago entender estes papéis e seus usos.

No mais antigo dos mistérios, o Organismo Estelar (o corpo astral) era atribuído ao deus Set, enquanto que os corpos espirituais eram atribuídos ao deus Hórus. A batalha entre estes deuses acirrou-se e o organismo integral pareceu dividir-se em partidos opostos. Entretanto, a ligação descoberta entre os Deuses das Estrelas e os Deuses do Fogo estava na corrente Lunar ou sexual, que era governada por Thoth (o Íbis). Portanto, a Magia Sexual é o método pelo qual as várias facetas do mago podem ser exploradas, purificadas e integradas para formar uma nova identidade, estimulada pelo impulso da Vontade Verdadeira.


A Base Biológica dos Mistérios

As evidências aparecem vindas dos lugares mais estranhos. Wilhelm Reich (1897-1957) era um arquimaterialista e consorte de Sigmund Freud, que gastou a maior parte de sua juventude em estudos de psicanálise e de ciências. Contudo, sua pesquisa mais tardia concentrou-se na descoberta de 'Bions', células azuis de energia parafísica que eram libertadas pelo fluxo livre da libido expressa dentro do organismo. Seu trabalho teve empecilhos por parte do governo e das igrejas da época e ele morreu na prisão em 1957 condenado por charlatanismo.

Seu trabalho, porém, é altamente relevante pois dá uma base científica para as antigas teorias tântricas, especificamente as de que as secreções sexuais do organismo, tanto macho quanto fêmea, produzem uma forma especial de energia. Esta forma de energia era conhecida como Kalas no oriente e pode mudar a concentração de acordo com a situação. No não iniciado sexualmente há apenas quatorze kalas, entretanto, naqueles com libido excessiva e orientação do Eu (Self), os décimo quarto, décimo quinto e décimo sexto kalas são despertados e o ciclo total é manifestado. Em corrupções tântricas tardias estes kalas eram tidos fluírem apenas da Shakti ou Sacerdotisa, mas isto não corresponde com os Mistérios originais.

Todos iniciados no Tantra tornam-se "Irmãs da Estrela Prateada", por assim dizer, e portanto todos iniciados têm os Kalas em atividade. O papel da "Irmã" é balancear as polaridades dentro de si mesma e preencher as condições do Livro da Lei, capítulo dois, verso vinte e quatro. Neste verso lemos sobre os Eremitas, que vivem em camas purpúreas e são acariciados por magnificentes mulheres bestiais com membros compridos e fogo nos olhos. Este verso é uma descrição codificada de uma "Irmã" em transe com os Kalas ativados, isto pode ser igualmente aplicado para ambos os sexos.

As frases-chave aqui são 'as camas purpúreas', isto é, iluminadas pela Sahasrara Chakra e 'Fogo e Luz nos seus olhos', isto é, elas estão em transe e a plena expressão de su Vontade é expressa através delas. Aqui, entendemos a base biológica da Magia Sexual, o fluxo e refluxo do universo como refletido pelos Aeons acima nas secreções do organismo e do ciclo dos Kalas abaixo.


A Yôga do Sexo

Tantra é a yôga do sexo, não requerendo, entretanto, uso de longas sessões de Asana ou posturas peculiares. Requer, porém, a disciplina do instinto sexual e sua modificação em formas utilizáveis pelo Mago em sua busca por si mesmo (Self). No Tibet, por exemplo, o Tantra é conhecido como "Prayôga" e a primeira coisa que se nota nestes mestres Yogis é sus conduta sexual, o iniciado deve cultivar sua libido e usá-la como outra de suas ferramentas mágikas. Yôga Sexual é uma das mais secretas tradições dos Yogis, mesmo no Gnosticismo era ensinada escondida sob o véu do simbolismo. Por exemplo, na terminologia Gnóstica egípcia, a Tumba era o símbolo do útero e, portanto, no pensamento original Gnóstico percebemos que a morte e ressurreição do Cristos, era, em certo nível, um mito sexual. Este mito reflete a destruição do eu inferior (ego) e a afirmação do Eu Mais Interno através do uso de Magia Sexual. É interessante notar que no livro 'A Morte de Cristo' de Wilhelm Reich, uma interpretação biológica similar do mito de Cristão é oferecida.

Em tempos mais recentes, a pesquisa de John Allegro (autor de "The Sacred Mushroom and The Cross", "The Dead Sea Scrolls", "End of The Road, etc.) foi um passo adiante e descobriu que o termo 'Christós' realmente referia-se ao sêmen sagrado, outra sugestão velada referindo-se aos Mistérios Sexuais Gnósticos. A Yôga do Sexo ou Magia Sexual é uma parte importante da Vontade para se fortalecer, pois oferece ao mago controle das partes instintivas de sua natureza e estas, sem dúvida, têm a chave para muito mais poder. O sexo, nos trabalhos de muitos psicólogos modernos é a conduta humana suprema, embora possamos não aceitar esta afirmação, sabemos que realizá-lo corretamente abre uma porta para um imensurável poder pessoal.


Os Chakras

O orgasmo pode ocorrer em qualquer um dos seis chakras inferiores, mas se ocorre no sétimo, então todos os chakras serão ativados através de meios sexuais, a serpente sendo levantada dos centros mais baixos (através de libido controlada) e no final resulta a união da serpente com a pomba do Sahasrara Chakra. A energia que é levantada através dos chakras é conhecida como Ojas e é absorvida dos fluidos sexuais e redirecionada para a coluna vertebral no orgasmo, sendo secrecionada no sêmen a energia não absorvida.

O uso de feitiçaria sexual como parte do desenvolvimento da Kundalini é um aspecto importante dos ensinamentos tântricos (corresponde-se com Delta). Dá ao mago controle sobre seu organismo e habilidade para controlar o largo espectro de estados de consciência. Como pode ser rapidamente deduzido, os sete estados de consciência podem ser relacionados aos sete chakras e portanto ao uso correto do corpo, experimentar estados alterados de consciência é possível e necessário como parte do processo de desenvolvimento.


A Luxúria e o Novo Aeon : Arcanos do Tarot

Nas chaves da Luxúria e do Novo Aeon nós temos dois segredos da Magia Sexual, outros Arcanos Tântricos do Tarot incluem 'A Torre' e 'O Enforcado'. Na fórmula da Luxúria temos Babalon cavalgando a Besta (o Eu cavalgando o corpo) que tem sete cabeças (os chakras) e está tocando o ventre de Nuit. Por trás de Babalon a serpente ergue-se sugerindo o uso correto da energia sexual para ativar os chakras e estimular os estados intuitivos de consciência simbolizados por Babalon em seu aspecto Saturnino. Babalon é claramente a representação de Nuit nos mundos inferiores, o lado feminino do Eu (Self).

Acima da representação de Nuit estão dez serpentes projetadas, as sephiroth da Árvore da Vida movendo-se em plena atividade através da conjunção da Besta e de Babalon. O número desta carta é onze pelo arcano e portanto refere-se à magia em ação; pela atribuição hebraica é Teth ou nove, a serpente. Juntos, estes números tornam-se vinte, as cartas do novo aeon para o qual é a chave.

No arcano do novo aeon temos Nuit, seu corpo arqueado por amor, algo como o Graal, vertendo os Kalas para os Magos da Noite. Em seu ventre está o trono real de Hadit, o poder do Eu (Self). A união de Hadit e Babalon produz a criança conquistadora, Hórus, que é o senhor do aeon representado na frente da carta. Ele representa os vários 'eus espirituais' do humano fluindo pelos Aeons, fortalecidos e individualizados pela Vontade, simbolizado por Hadit. Para este arcano é atribuída a letra Shin, o fogo secreto, o fogo da luxúria divina, cuja natureza forja o Eu na glória de Nu.



III - A história do Tantrismo




Os traços mais primevos de Magia Sexual são encontrados na adoração pré-histórica da Grande Mãe, cuja natureza era celebrada na mudança das estações e cuja presença era experienciada através de fenômenos naturais. Esta forma primitiva de Magia Sexual era basicamente animista e traços de seu simbolismo gerador e religioso têm sido encontrados e datados até por volta de 18 mil anos a.C. nas paredes de cavernas do Paleolítico. Exceto por estes traços precoces, os primeiros registros de adoração tântrica são encontrados numa região conhecida como a Tartária.


A Tartária

Uma idéia predominante na antropologia moderna é que a disseminação do pensamento e práticas Xamânicas e Tântricas originaram-se de uma área central de difusão. A região mais favorecida por aqueles que abraçam esta teoria é a do deserto de Gobi. Tal deserto é uma terra de lendas e magia, era conhecida pela tradição como a terra dos Tártaros ou Tartária. Embora haja pouca informação restante a respeito deste título, menciona-se sobre a terra grega de Tartarus, que existia nas areias profundas e sem sol além de Hades, para onde os Titãs haviam sido banidos por um Aeon. Em sua 'Doutrina Secreta' Blavatsky sugere que a Tartária era o lar da Grande Fraternidade Branca e que já havia sido um grande mar continental, no centro do qual residiam os remanescentes da raça que nos precedera e que detinha grande poder e sabedoria. Portanto, na literatura Teosófica, a Tartária é vista como o ponto de difusão para a sobrevivência de uma raça de uma época muito antiga.

Esta teoria não é apenas encontrada na literatura teosófica, de fato muitas tradições sustentam uma idéia similar e a lenda da Tartária em si mesma pode encontrar paralelos nas lendas de Thule no misticismo nórdico, a fabulosa lenda de Dilmun no pensamento sumério e a terra da Grande Fraternidade Branca, que era conhecida como Agharti Shamballa. Shamballa é o título dado à Tartária nas lendas do oriente, é dito que esta era a terra dos deuses, que ensinaram a mais antiga Gnosis aos discípulos humanos. Uma estranha lenda é também contada sobre o que aconteceu com Shamballa, é dito que uma batalha irrompeu entre os praticantes do CMD de Shamballa e os praticantes do CME de Agharti. Tal batalha teria durado vinte anos com o resultado do desperdício das terras, restando o que vemos hoje no deserto de Gobi. A sobrevivência do Tantra se deu com os Agharti indo viver no subsolo e levando consigo os segredos, durante muitos anos fundindo os mistérios do CMD e do CME e propagaram estes ensinamentos aos preparados através dos antigos e secretos Tantras. Esta propagação de ensinamentos também tomou lugar pela migração dos remanescentes destas fabulosas civilizações através de Uddiyana.


A Uddiyana

A Uddiyana é uma região localizada no vale Swat no norte do Afeganistão, acreditando-se ser esta a região que recebera alguns dos remanescentes de Agharti, sendo também dito que outros esconderam-se no subsolo para formar uma colônia nas profundezas da terra. Em Uddiyana o ensinamento do Tantra floresceu e foi desenvolvido numa fina arte, há rumores de que Uddiyana era governada por mulheres e que era conhecida como Stri-Rajya, o reino das mulheres. Em Uddiyana foi usada a sabedoria do Tantra com uma nova fúria religiosa, sendo a sabedoria secreta ensinada através de um sistema de iniciação em graus em conclaves fechados. Nestes conclaves eram praticadas as artes da adoração Fálica, magia, tantrismo, YabYum, ritos heterossexuais e homossexuais e uma grande variedade de outras formas de feitiçaria. Tsiuen Tsang (por volta de 650 d.C.) escreve sobre as seitas por ele encontradas em suas jornadas através destas regiões. Ele nos conta sobre um mundo estranho de monastérios regidos por mulheres, promiscuidade sexual, trabalho criativo e artes de magia. A religião Uddiyana teve uma fantástica influência na formação da filosofia tântrica, não apenas a espalhando para os reinos de Bengala e Assam, onde estas artes foram finalmente refinadas para um novo nível de sutileza, mas Uddiyana produziu uma longa lista de mestres e discípulos. Algumas das mais notáveis 'crianças de Uddiyana' incluem Chang Tao Ling (+ 200 d.C.), o fundador do Taoísmo moderno, Shenrab (+ 500 d.C.), sistematizador da religião tibetana Bon Po e Matsyendra (+ 800 d.C.) fundador da seita Natha.


Alquimia Sexual Chinesa

Os ensinamentos do Tantra chinês tomam a forma de Alquimia Sexual, sendo sua origem não plenamente determinada. Entretanto, a influência de dois mestres de magia, Hsuang Ti e Lao Tse, teve o profundo efeito de trazer os ensinamentos do Tantra chinês para um cânone mais organizado e refinado. Lao Tse foi o autor do Tao Teh Ching e fundador do Taoísmo, sendo este um intrincado sistema de misticismo baseado nas interações do Yin e do Yang, as duas energias cósmicas opostas primais, ainda que complementares. Estas interações do Yin e do Yang são tratadas no I Ching e formam a base do conhecimento terápico, mágiko, místico, filosófico, do controle da respiração e das secreções, extensão da saúde e outros aspectos do sistema chinês de alquimia. Embora possa ser realmente difícil retratar a Lao Tse muita de 'sua' filosofia, sua vida tornou-se uma lenda, sendo iluminador o estudo de seus ensinamentos. Chang Tao Ling oferece um sistema centrado no entendimento sexual da alquimia chinesa e esquematiza um programa detalhado de trabalho de fisiologia sexual, ritualística e ocultismo.


A Religião Bon do Tibet

Há rumores lendários que um dos portões da tribo remanescente de Agharti, agora vivendo dentro da terra em cavernas subterrâneas, está no Tibet. O Tibet é uma nação de mágika e ritualística, sendo a religião Bon a sobrevivente das práticas xamânicas nativas na forma externa do Budismo. Foi primeiramente sistematizada por Shenrab por volta de 300 d.C., que formou um sacerdócio tântrico e um cânone autorizado. Há dez graus distintos no Sacerdócio Bon, sendo o décimo não registrado e conhecido apenas pelos mais altos adeptos, enquanto que os outros nove são abertos para a classe de sacerdotes genéricos. Embora eles envolvam um sistema extremamente complexo de demonolgia e ritual, seu poder não pode ser negado. As tradições do Bon cobrem um espectro completo de prática oculta incluindo artes divinatórias, oráculos, exorcismo, evocação, vampirismo, teorias post-mortem, como a do Bardö (o estado após a morte), tratando de 360 formas de morte e muito mais. Em 750 d.C. uma revisão da religião Bon tomou lugar sob a orientação de Padma Sambhava, o então príncipe de Uddiyana. O Bon foi reorganizado numa linha com vários sistemas de Tantra de Uddiyana e foi então formulado num sistema mais refinado de prática mágika e tântrica. O Tantrismo no Tibet é associado com muitas artes obscuras de feitiçaria e portanto afastado por muitas das seitas budistas mais ortodoxas. Contudo, mesmo os Dalai Lamas envolveram-se em muitas de suas práticas. O quinto Dalai Lama, por exemplo, que morreu em 1680 d.C. estudou profundamente os mistérios do Tantra, sendo que muitas das suas canções e poemas de amor ainda são estudados por muitos magos sexuais. Diz-se que quando ele foi questionado a respeito de seu uso de ritos sexuais, ele disse :

"Sim, é verdade que eu tenho mulheres mas você que acha-me errado também as tem e a cópula para mim não é a mesma coisa para você."


O Tantra na Índia

Há histórias de cultos fálicos primevos e ritos de fertilidade na Índia, entretanto, até a migração dos Uddiyana via Kashmir e Himalaia para Deccan no sul e Bengala no leste, o Tantrismo não havia realmente começado a firmar-se nas mentes e corpos do povo hindu. Em Bengala a tradição do Tantra era a mais forte, que até linhagens de reis, os Palas (760 - 1142 d.C.) e os Senas (1095 - 1119 d.C.) fundaram um grande número de escolas e universidades tântricas. Durante este período até mesmo as côrtes reais tinham seus astrólogos residentes e altos sacerdotes tântricos, apenas no fim do século treze isto foi destruído com as invasões de hordas muçulmanas.

Os mistérios tântricos, contudo, ainda sobrevivem em várias seitas secretas e semi-secretas da Índia. As duas mais importantes destas seitas tântricas budistas são a Kalachakra (Culto da Roda de Kali) e a Vajrayana (Culto do Trovão). À parte de seitas hindus, existem muitas, a tradição tântrica no hinduísmo é excepcionalmente forte e toma uma grande variedade de formas, algumas destas sendo os Shaivitas (Culto a Shiva), Shaktitas (Culto a Shakti), Sauras (Culto a Shani ou Saturno), Kaulas (Culto a Kali) e os Ganapatyas (Culto a Ganesha). Além disso, há várias derivações, por exemplo, dos Shaivitas derivam os Lakulishas, que adoram Shiva como o senhor do cajado, e os Pashupatas, que adoram Shiva como o senhor das bestas, cada uma enfatizando diferentes facetas do mesmo sistema religioso.


Primórdios da Magia Sexual Ocidental

Os ensinamentos do Tantra vagarosamente passaram ao ocidente, sendo os registros mais antigos os trabalhos de Edward Sellon por volta de meados do século XIX e os muitos textos escritos por John Woodroffe. Sir John era um juíz de alto escalão em Calcutá, que traduziu para o inglês a maioria dos textos originais de tantrismo pela primeira vez. Vintras (1875), Boullan (1893) e Van Haecke (1912) foram alguns dos mais velhos ocidentais a revelarem um completo sistema de magia sexual. Seu sistema era baseado no uso de ritos sexuais em conjunção com a criação de formas astrais, incluindo o que eles chamavam de 'Humanimaux', elementares meio animal, meio humanos. Seu sistema enfatizava a possibilidade de imortalidade através da sexualidade e usa um largo espectro de técnicas sexuais. Vintras pode ser entendido como tendo reavivado uma tradição ocidental esotérica de magia sexual, cuja origem pode ser rastreada de volta ao Gnosticismo do primeiro século da era cristã. Embora haja pouca imformação disponível parece que um sistema baseado numa síntese de conhecimento mágiko e sexual da Tartária estava sendo ensinado por várias fraternidades na região do Mar Morto. Estas fraternidades, uma das quais era conhecida como 'os Essênios', estavam envolvidas num sistema de magia muito parecido com os ensinados no Tibet e na Índia. Já está demonstrado que Jesus foi iniciado numa destas fraternidades e que muito do Gnosticismo original formou-se desta maneira. Certamente os trabalhos de John Allegro decifram muito do Novo Testamento através deste elemento tântrico. O problema é que os ensinamentos gnósticos de Jesus foram suprimidos e um evangelho mais social foi colocado para o público. Por sorte, contudo, o professor Ormus ( 6 d.C.) renovou o ensinamento da doutrina tântrica e permitiu sua sobrevivência até quando os Cavaleiros Templários e a Ordem de Sião tomaram esta tarefa. Outras ordens mais tardias de orientação Rosacruz e Maçônica também levaram adiante o ensinamento em segredo. O tantrismo de Randolph Paschal (1875) demonstra uma mistura de tantrismo gnóstico e tártaro. Tendo viajado bastante, desenvolveu um sistema ocidental de tantra, que mais tarde foi adaptado na estrutura maçônica da OTO original.


O Trabalho de Gurdjieff

Gurdjieff viajou através das regiões da outrora Suméria, da Mongólia e do Tibet e foi treinado pelo mestre Karagoz, um dos últimos mestres remanescentes do Tantra da Tartária. Após radicar-se em Paris, Gurdjieff desenvolveu e ensinou um sistema baseado numa síntese de dança e misticismo Sufi bem como na Gnosis Tântrica original. Seu comportamento sexual era selvagem e imprevisível, muito parecido com seu contemporâneo Aleister Crowley. Seu sistema sobrevive ainda hoje e oferece muito ao estudante de magia moderna.


Aleister Crowley e a O.T.O.

A Ordem do Templo do Oriente foi formada em 1902 por Karl Kellner, baseada no arcano tântrico esquematizado nos trabalhos de Randolph Paschal. A estrutura da ordem utilizava um sistema de dez graus, os seis primeiros sendo maçônicos, com o conhecimento sexual sendo revelado apenas nos quatro graus restantes e mesmo neles, numa forma muito mais teórica que prática. Após um breve período de existência veio a cair sob supervisão de Aleister Crowley, que inovou seus ensinamentos de um misticismo pseudo-maçônico para uma Magia do Novo Aeon. Ele também adicionou um grau extra, o décimo primeiro grau, de acordo com certos requerimentos tântricos específicos. A nova OTO como construída por Crowley marcou o ressurgimento da tradição original tântrica da Tartária.

A história da OTO após seu óbito parece extremamente confusa, deixando a impressão que ele assim o quis, sendo seus estudantes desta maneira forçados a permanecerem 'em terra'. Embora haja várias reclamações sobre o título da OTO, não é nosso objetivo adentrar uma consideração sobre as várias reclamações de validade, ou falta dela. Após o óbito de Crowley, um vórtice astral foi criado para segurar o conhecimento da magia sexual. Este vórtice, escola ou loja é conhecido como o Santuário Soberano Astrum Argentinum. Esta loja tem muitos representantes físicos, embora qualquer um reclamando autoridade, baseado em qualquer evidência, física ou astral, deve ser duvidado. A Astrum Argentinum confirma o Tantra Tártaro bem como esquemas de vários derivativos da magia sexual como encontrados nos sistemas hindu e chinês. Esta corrente confirma os ensinamentos de Agharti e sua aparição posterior no mito de Shaitan dos Yezidis e no Tantra Draconiano do Antigo Egito.

A Magia Sexual obscura de Agharti reapareceu novamente, num sistema que une técnicas tanto simbólicas quanto físicas e que formula uma nova e pura ética baseada na beleza e majestade do Santuário Mais Interno da Vontade.

Sua mensagem é clara, o caminho da liberdade está contido dentro de nossas mentes e corpos, não há necessidade em se olhar além!





IV - Auto Iniciação através da Magia Sexual





A ciência da Feitiçaria Sexual forma o arcano interno da Magia, oferecendo experiência direta de estados de ser superiores e criando uma situação onde tanto o corpo quanto a mente podem ser modificados. Esta transformação permite a manifestação da Vontade mais interna sem o impedimento do ego. O processo de auto-iniciação como ensinado pelas escolas de magia sexual não é fácil, envolvendo o recondicionamento do instinto sexual sendo totalmente alheio então às demandas de condicionamento social, operando como uma máquina programada.

Os primeiros estágios dentro dos procedimentos da autoiniciação tântrica são os mais difíceis, pois eles envolvem a superação da maior parte de apreensões morais e preferências pessoais que todos têm, em favor de uma nova ética baseada na Amoralidade do Humano Superior. O objetivo da iniciação tântrica é alinhar o corpo com o eu superior, para ativar os diversos centros energéticos, ajustando-os para o que é conhecido como o "Animal"; uma criaturas obediente. Esta criatura deve ser domesticada para obedecer os comandos do Eu (Self) sem distinção ao gosto pessoal. O eu superior ou 'anjo' realiza seus comandos através da mente treinada ou Adepto e é importante para esta mente ser clara e analítica bem como aberta e intuitiva. Estas três funções, o Animal, Adepto e o Anjo são os três A da Magia Sexual. O Animal deve ser forte e obediente, o Adepto deve ser inteligente e refinado e o Anjo deve ser Pura Vontade e nada mais.


Primeiros Passos na Iniciação Tântrica

Barreiras Psicológicas

O primeiro estágio na iniciação tântrica é explorar seu próprio entendimento da sexualidade e chegar a uma nova compreensão de como você se relaciona com seu corpo e nas relações sexuais com os outros. É imperativo ao mago chegar a um entendimento de que os atos sexuais são atos de Poder, não de dominação deste poder, como a sexualidade subutilizada da Era Vitoriana, mas de poder despertando do próprio ato. Amor é um subproduto deste senso de poder e pode realmente ser sentido apenas por aqueles cuja Vontade é centrada. Todos os outros atos de sexualidade são simples evacuações do organismo. Conforme o mago explorar seu entendimento da sexualidade, o conceito de bissexualidade deve também ser explorado. Para muitas pessoas o conceito de homossexualismo parece repulsivo, ainda que possa ser prontamente visto nos trabalhos da psicologia, especificamente no de Freud e Jung, que todas as coisas são andróginas e um balanço dos arquétipos duais, principalmente feminino e masculino. Conforme exploremos estes arquétipos a tendência é manifestá-los na personalidade, primeiro, como uma tendência à androginia e, posteriormente, em direção a uma manifestação genital da bissexualidade. O conceito da Criança Coroada do Novo Aeon também tange nisto quando percebemos que Hórus é andrógino e aglutina os aspectos opostos de Ísis e Osíris dentro de seu seio e os resolve com sua própria androginia. Este conceito não é para ser tomado como questão dogmática, mas é posto em discussão como matéria de meditação e pensamento. Para preparar o estudante para o processo iniciático da magia sexual, oferecemos os exercícios das páginas seguintes. O primeiro é baseado no processo de redescoberta do corpo, aceitando-o como ferramenta mágika. O segundo é uma visualização baseada no balanço do organismo e estimulação de um potencial mais andrógino.

Concentração na Magia Sexual

Após os exercícios psicológicos básicos, o mago deve começar a trabalhar na habilidade de concentração sobre uma certa imagem e firmar esta imagem claramente em sua tela mental. Esta técnica não é simples visualização pois envolve a fixação da imagem claramente durante o ato sexual. A tarefa central aqui é criar uma dicotomia entre a atividade corporal e a da psique, para que enquanto pratica-se o ato sexual, qualquer que seja a forma que esta atividade possa tomar, a imagem possa ser claramente fixada na tela mental sem qualquer interrupção.

O primeiro passo neste procedimento é experimentar técnicas masturbatórias, não controle o corpo, deixe-se levar pelo processo físico enquanto concentra-se em algo mais. Obviamente, demorará para se atingir o ápice, contudo, acontecerá no final! A chave durante este processo é manter a mente na imagem escolhida. Você pode desejar, de primeira, começar com uma série de imagens, mesmo uma história visual conforme a eficácia aumenta, concentrando-se numa única imagem e aprendendo a fixá-la durante todo o processo, especialmente permitindo a imagem ser vista na sua mais resplandecente glória no momento do orgasmo.

Função de Múltiplos Orgasmos

A função de orgasmos múltiplos é um aspecto importante de muitos trabalhos tântricos avançados, o potencial para tanto macho quanto fêmea atingirem isto está muito além do que a maioria das pessoas imaginam. Por anos, especialmente após as revelações de Masters e Johnson, a realização do potencial feminino orgasmático tornou-se bem conhecida. Mas podemos perguntar : e como fica o macho ?

Nos anos 70 algum material tornou-se disponível a partir de pesquisas conduzidas num laboratório de desenvolvimento na América. Foi tornada pública num artigo da revista Gnostica durante Maio/Junho de 1979. A maioria dos leitores, contudo, não perceberam a importância desta mensagem.

Após muita pesquisa foi descoberto que não apenas havia possibilidade de orgasmo múltiplo masculino, mas que era possível se alcançar um estado de quase constante e contínuo orgasmo. Este estado cobre um período de tempo tal que alguns homens seriam capazes de terem mais de 500 orgasmos contínuos, acompanhados por repetidas (mas não contínuas) ejaculações. Também foi descoberto que há uma relação estatística entre a estimulação do lobo frontal, atividade criativa e orgasmos múltiplos. Foi notado que um grande percentual de adolescentes rebeldes de alto QI chegando ao final da adolescência estavam experimentando uma atividade do lobo frontal na forma de criatividade avançada. Esta estava sendo, contudo, rejeitada pelo sistema social por causa de ser causada sexualmente e tinha, em certos momentos, conotações sexuais incomuns. Deduziu-se desta pesquisa que há uma relação direta entre estados superiores de consciência e impulso sexual excessivo. Este impulso é notado na maior parte da literatura tântrica oriental e ocidental e sugere haver um método de disparar estados alterados através de sua correta utilização. Nós acreditamos portanto que é imperativo para o mago começar a experimentar técnicas de orgasmos múltiplos, estas são mais importantes do que simples exploração sexual, pois abrem portas neurais do cérebro e tornam disponíveis experiências de estados alterados.

As técnicas de orgasmo múltiplo também formam um dos primeiros passos em direção ao despertar da Kundalini e o desenvolvimento do complexo treinado Animal/Adepto para a manifestação da Verdadeira Vontade. A maioria das mulheres tem compreensão de orgasmos múltiplos pois elas não têm aquela obsessão que os homens têm de relacionar a ejaculação ao orgasmo. A ejaculação é apenas um aspecto do orgasmo mas certamente não o fim requerido.

Trabalhando incansavelmente através dos seguintes procedimentos sugeridos, é possível atingir-se uma experiência de orgasmos múltiplos e um estado de "Nirvana Orgasmático" :

1. Comece avaliando seu estado emocional, localizando quaisquer barreiras que impeçam um bom orgasmo. Muitos homens ainda sentem culpa relacionada às questões sexuais, tente resolver estas questões. (Se elas não puderem ser facilmente resolvidas, pelo menos torne conhecida sua existência para si mesmo.)

2. Crie um estado mental de satisfação, entenda que você não tem necessidade alguma de sentir-se retraído ou culpado, crie uma paisagem de energia positiva pessoal, sinta-se relaxado e esperançoso, sinta uma força e vontade internas.

3. Procure o orgasmo, tanto sozinho quanto com um amigo(a).

4. Conforme seu orgasmo se aproxima, o que parece ser seu clímax, deliberadamente abandone o controle da consciência, permita-se ser absorvido pelo orgasmo, dissolvendo os limites de seu ego na experiência orgásmica.

5. Neste ponto assegure-se de não voltar ao seu estado de pensamento normal, permita-se fluir com esta nova sensação, esqueça o passado, presente e futuro e EXPERIENCIE.

Se você se deixar levar, você começará a experimentar uma continuação do espasmo orgásmico.

6. Após a primeira experiência de orgasmo múltiplo, as coisas tendem a tornarem-se mais fáceis no processo.

Entretanto, deve ser lembrado que a chave está em deixar-se levar, deixar o ego esvair-se, com suas restrições acompanhantes e experimentar o orgasmo pelo que ele é.

Um completo estado corporal alterado de magnífico potencial.


A MEDITAÇÃO DE ÁTUM

1. Sente-se pacificamente e entre num estado de profundo relaxamento.

2. Remova as roupas, ao mesmo tempo meditando na remoção das barreiras mentais.

3. Medite na Declaração de Átum.

(Declaração Pirâmide 527)

"Átum foi criativo em proceder na masturbação solitária em Heliópolis, ele pôs seu pênis em sua mão para poder obter o prazer da ejaculação pela qual havia nascido irmão e irmã, isto é, Shu e Tefnut, a criação do mundo em termos humanos."

4. Medite no balanço dos atributos internos femininos e masculinos, criado pelo uso correto do orgasmo sexual.

5. Visualize suas barreiras sexuais sendo removidas e sua natureza como Vontade Verdadeira sendo manifestada.

6. Comece a masturbar-se utilizando o mantram 'Humn'.

7. Visualize-se atingindo a beleza escura do espaço infinito, use qualquer gênero sexual que preferir e improvise suas próprias imagens.

8. Prolongue o orgasmo por quanto tempo for possível.

9. Alcance o orgasmo e sinta-se libertando-se de suas inibições.

No momento do clímax, utilize o mantram 'Ghaa'.

10. Relaxe novamente num estado de silêncio meditativo e de iluminação.


MEDITAÇÃO DE ANDROGINIA ASTRAL

Esta meditação deve ser repetida por um período de tempo até que a eficácia seja alcançada. Levará mais tempo para alguns do que para outros.

1. Relaxe profundamente usando exercícios respiratórios.

2. Remova as roupas meditando na remoção das inibições.

3. Comece a masturbar-se visualizando alguém que te atraia sexualmente.

4. Conforme aumenta o ritmo masturbatório, troque o sexo da sua visualização. Transfira todos seus pontos de atração para o sexo oposto ao de sua preferência normal. Por exemplo, veja as belas pernas de uma mulher num homem, note o olhar, etc.

Durante este processo tente aumentar a excitação ao invés de deixá-la esvair.

5. Prolongue a visualização da imagem. Se necessário, retorne para a primeira imagem e então troque novamente para a segunda, continuando este "troca-troca" até que a segunda imagem possa ser sustentada com excitação.

6. No orgasmo, libere-se. Permita com que sua excitação possibilite a aceitação de excitação de uma fonte da qual no passado você não haveria obtido estímulo.

7. Continue este exercício até que você possa praticar usando imagens de ambos os sexos com excitamento físico.

8. Transfira este experimento para a prática.


Exercícios Preliminares na Magia Sexual

Os seguintes exercícios têm o objetivo de levar o mago na experiência do uso da magia sexual na atividade sexual rotineira.

O sexo é um sacramento e o corpo é nosso templo, cada orgasmo deve ser uma experiência de força e poder internos.

Nos exercícios seguintes o mago começará a experimentar algumas das várias possibilidades dentro da antiga arte do sexo.

Os exercícios estão divididos em três categorias :

1. Individual

2. Casal

3. Geral

Quando for especificado o uso de casal, eles podem ser de qualquer orientação sexual, entretanto, a pessoa a trabalhar com você deve ser, pelo menos, concordante ao seu envolvimento com magia, se não desejar experimentá-lo com você.


EXERCÍCIOS INDIVIDUAIS

1. Sente-se num estado meditativo, nu.

Medite no seu estado de nudez, chegue a uma experiência de como o corpo se sente, note movimentos internos, sensações, note o efeito de elementos externos no corpo, a brisa que passa e por aí vai. Torne-se consciente de seu corpo e então prossiga.

2. Experiencie seu próprio corpo.

Explore as várias áreas de seu corpo com cuidado e curiosidade, usando óleo ou creme passe suas mãos por todo seu corpo e experiencie-o plenamente.

Explore as fendas conforme você se torna sexualmente estimulado, explore seu orgasmo sexual, leve-se vagarosamente ao orgasmo experienciando seu corpo e atingindo uma melhor compreensão de suas ações e reações.

Termine a sessão com um longo banho relaxante.

3. Sente-se num estado meditativo.

Comece a vibrar palavras de poder, comece com, talvez, Aum e então prossiga para palavras como Thelema, Agape, Abrahadabra, etc.

Vibre estas palavras, cante estas palavras, adentre numa experiência sonora, varie a altura do som e mova a vibração. Sinta o som sendo transferido do órgão para o orgasmo, experiencie-o como um estimulante sexual e use o som em conjunto com a masturbação para aumentar a força do orgasmo.


RESPIRAÇÃO E MANTRAS NA EXPERIÊNCIA SEXUAL SOLITÁRIA

1. Sente-se com a cabeça reta e o abdome vazio, a espinha deve estar ereta e a mente alerta, mas relaxada.

2. Inspire pelo nariz, preencha os pulmões completamente, visualizando os mesmos cheios de Fogo Cósmico.

3. Expire todo o ar usando os músculos do abdome e o diafragma, sinta o fogo deixando o corpo, embora reste um resíduo nos pulmões.

4. A respiração deve ser rítmica, contínua e cíclica, sentindo que o resíduo ígneo aumenta a cada ciclo.

5. Conforme o fogo aumenta, assegure-se de manter a respiração num ritmo calmo.

6. Sinta o fogo acumulado explodindo pelo corpo estimulando todos os órgãos, especialmente aqueles de natureza sexual. Continue até que um estado de tensão e êxtase sexual intervenha, dando seqüência ao mesmo com um mantram específico e o ato sexual.


OS MANTRAS MURMURANTES

Humm... primeiramente baixo e então aumentando a altura, sinta o corpo tornando-se vivo com o som monótono. Aumente a sensação durante a experiência sexual.

Um procedimento para os mantras murmurantes poderia ser assim :

1. Pressione a língua contra o céu da boca, aperte o abdome para dentro e para cima.

2. Comece a murmurar suave e calmamente, aumentando em ritmo e volume.

3. Aumente o som até que todo seu corpo pareça vibrar num estado extático. Prossiga com a experiência sexual.

Mantras específicos devem ser usados em conjunto com os procedimentos dados. Alguns mantras murmurantes orientais excelentes são :

Humn / Yungm / Ghaa - Mantras usados para rejuvenescimento sexual.

Humn / Ghaa - Humn é para ser usado no congresso sexual e Ghaa para o orgasmo.

Hunga - Este mantram estimulam o chakra básico.

Linga - Este mantram estimula as emoções através do chakra cardíaco.


OS MANTRAS SONOROS

Comece com os mantras murmurantes e então conecte os sonoros com os daquela natureza. Por exemplo, você pode ouvir um som de abelha enquanto murmura, portanto oriente a sonorização para sons de abelha.

Flua com as variedades de som e você se pegará experimentando um largo espectro de estados alterados e experiências.

Esta técnica pode ser adaptada para qualquer experiência sexual, contudo, maestria individual deve ser alcançada primeiro.


EXERCÍCIOS EM CASAIS

Os três primeiros procedimentos esquematizados abaixo têm o objetivo de ajudar casais desenvolverem concentração de uma ordem superior. A importância disto é criar uma dicotomia entre o corpo e a psique para eles poderem controlar seus corpos enquanto suas mentes se concentram na magia.


1. Criaturas Imaginárias

A. Sente-se de frente para seu parceiro, ambos nus.

B. Induza um estado de relaxamento.

C. Pare durante o ato e imagine um elefante cor-de-rosa passando, enquanto ambos viram-se para vê-lo, continue com o ato sexual, evitando conversar.

A chave aqui é que a atenção está no elefante, não no ato sexual.


2. Conversação

A. Faça o mesmo que no exercício um.

B. Agora, no entanto, vocês devem iniciar uma conversa e mantê-la duma maneira coerente até pouco antes do orgasmo.

C. No orgasmo, pare a conversa e jogue-se no orgasmo como se você tivesse disparado um segundo reflexo.


3. Exercício Humorístico

Use as mesmas técnicas mas agora faça uso do humor numa tentativa de afastar o foco para a psique e permitir que o corpo trabalhe automaticamente.


ROTINA SEXUAL PARA NOVE DIAS

Primeiro Dia

- Um centímetro de penetração, conservando-a desta maneira.

- Atinja o orgasmo por exploração corporal e masturbação.

- A penetração não deve ser mais profunda do que especificado.

Segundo Dia

- Como no primeiro, exceto que agora deve-se manter o pênis ereto e em posição por dez minutos ininterruptos.

- Não atinja a ejaculação.

Terceiro Dia

- Sem atividade sexual.

Quarto Dia

- Como no segundo dia.

Quinto Dia

- Use masturbação acompanhada por meditação na União Cósmica de Therion e Babalon (Shiva e Shakti, ou qualquer equivalente que preferir).

Veja seus papéis refletidos no interior de um e do outro e nos seus interiores.

Sexto Dia

- Faça como no primeiro dia, mas mantenha a posição por pelo menos meia hora e no máximo uma hora.

Sétimo Dia

- Realizem o congresso sexual meditando na sua união como a união das duas metades que existem dentro de cada um de ambos.

Oitavo Dia

- Como no sétimo dia, mas explorando orgasmo múltiplo.

Nono Dia

- Retorne para a atividade "normal".


O Procedimento do Congresso Sexual

Durante os dias sete e oito o seguinte procedimento deve ser usado. Pode também ser explorado durante a prática diária do sexo.

1. Entre em relaxamento profundo.

2. Visualize ambos como encarnações da formas de deuses escolhidos (Therion e Babalon, Shiva e Shakti, etc.)

3. Vibre energia através dos chakras, concentre-se no chakra básico.

4. Vibre o mantram 'Humn'.

5. Aumente o som do mantram conforme começar o intercurso.

6. Penetre com o som de 'Humn' sendo aumentado. Alcance o orgasmo com o mantram 'Ghaa'.

7. Retorne para o estado de relaxamento.


Conclusão

Todos estes exercícios formam os passos preliminares na Magia Sexual. Experimente-os, torne-os seus. Através destas experiências você deve ter uma idéia do potencial do organismo humano quando usado com intenção mágika. Conforme progredirmos, serão delineadas as técnicas avançadas e serão dados os procedimentos de como a magia sexual pode ser usada para otimizar e acentuar a maior parte das operações mágikas. Lembre-se sempre que o corpo é um Templo vivo e os órgãos sexuais, seu altar.

Para alguns Magos, o uso do corpo pode levar algum tempo, isto é comum. O processo da Magia Sexual pode ser usado por todo Mago não importando o tamanho, a forma ou antecedente pessoal. Os Mistérios da Magia Sexual trabalham pelo seu próprio poder interno e todos os magos os acharão eficazes. Parecerá difícil, para a maioria, num primeiro momento, de diferentes formas, mas conforme a experiência acontece e se desenvolve, os medos cairão e uma nova força interior ascenderá...e este é o começo da iniciação.


V - Os Mistérios da Fenix




O Simbolismo da Fênix


A Fênix era o pássaro simbólico do retorno, representando vários ciclos de tempo como ensinado nas antigas escolas de mistérios. A Fênix era a constelação na qual Sothis (A Estrela de Set) era a estrela principal. Como uma constelação provavelmente correspondera à de Cygnus e Aquila, a Águia. Tanto o cisne quanto a águia eram representações de Bennu ou pássaro do retorno. Estes podem ser encontrados representados nas tradições mais antigas de formas similares. a Fênix dos romanos era a Águia, enquanto que a alternativa dos Hindus e Sumérios (Yezidi) foi o Pavão.

De acordo com Plinius, a vida da Fênix tem direta conexão com o ano maior do ciclo de renovação, a duração deste ciclo, no qual as estrelas e constelações retornam a suas posições originais, varia de acordo com diferentes autoridades. Um prescreve um período de 666 anos, outro, de 1461 anos, sendo este período o específico do ciclo de Sirius. Heródoto afirma que a Fênix ressurge a cada quinhentos anos, dando ele, portanto, este número como a duração do ano maior de retorno cíclico.

Os adoradores de Set eram os astrônomos mais eruditos do Antigo Egito, havendo rumores de eles terem sido os construtores da Grande Pirâmide. Eles estavam informados do ciclo de recessão e calcularam-no como um período de 52 períodos da Fênix, sendo cada um destes de quinhentos anos. Portanto, de acordo com o Sacerdócio de Set original, o Grande Ano tinha 26 mil anos.

A Fênix era conhecida como "A Dupla Trilha", a ave do retorno e a eterna vindoura e, como tal, era representada na Ordem da Aurora Dourada (GD) como o Mestre que empunhava a vara da Fênix. Este título específico é também mencionado no terceiro capítulo do Livro da Lei e é de relevância específica como expressão da fórmula dinâmica de Thelema e Agape na magia sexual moderna. No Egito, a ave Bennu ou Fênix era representada pelo Heron ou Falcão e sendo que o falcão dourado era visto como o veículo solar e fálico de Hórus, podemos ver a relação direta com a mensagem do Livro da Lei e a comunicação de Aiwaz.

A Fênix era escolhida como um glifo do Cajado Duplo (Double Wanded One) porque simbolizava retorno cíclico ou aeonico. O Aeon renova-se como a Fênix e portanto a relação entre estes dois conceitos dá algum crédito a uma mensagem interna por trás de Thelema. A mensagem interna está baseada no fato de que o primeiro herói celestial não foi o Sol, mas o conquistador do fogo solar, representado pela estrela Cão (Canis) não apenas como um Senhor do Fogo mas como um governante do fogo. Portanto, quando o Sol achava-se no signo de Leão e o calor africano estava perto do intolerável, Set como a Estrela Cão ou Set/Hórus (Orion) ascendia. E então quando o Sol atingia sua altura máxima e começava a declinar, a Estrela Cão de Sirius e os gêmeos Hórus/Set (Orion) eram adorados como conquistadores das causas de tormenta. O Deus Set que derrotou o Leão do Sol e trouxe a cheia do Nilo era o arauto das transbordantes águas de Nuit que salvam as terras de aniquilação.

Em termos esotéricos, Set é a besta que salta do sol ou Falo e ascende como a Fênix do dilúvio das águas cósmicas que irradiam de Nuit através do abismo em direção aos mundos ou dimensões mais baixas. Crowley restaurou a tradição Draconiana mais antiga e o culto sem nome que se espargiu além dos Aeons e trouxe a humanidade para o limiar dos diversos ciclos Aeonicos. Estes ciclos são preparatórios para a ascensão do ser humano, como uma Fênix, em um novo estado de ser, o Homem Superior.

Para entender plenamente a mensagem do pássaro Bennu, devemos primeiramente examinar na Qabbalah esta fascinante criatura e sua relação com a formação do Homem Superior e as vindouras correntes de energia.


Análise Cabalística da Fênix

Antes de podermos entender verdadeiramente as atividades da Fênix como a ave de dupla vara na Árvore da Vida, devemos estruturar a Árvore duma maneira que nosso conjunto de imagens seja coerente dentro desta forma de simbolismo.

Primeiramente, dividamos a Árvore em três formas de correntes de energia: Estelar, Solar e Lunar.

1. Forças Estelares :

Substância Raiz : Set, Nuit ou Ain.

Força Oculta : Hadit ou Kether.

2. Forças Solares :

Substância Raiz : Therion ou Chokmah

Aspectos Planetários : Hórus / Set (modo superior de Tipheret)

Osíris / Typhon (modo inferior de Tipheret)

3. Forças Lunares :

Substância Raiz : Babalon ou Binah

Aspecto Planetário : Ísis / Hecate ou Yesod

Este sistema de divisão formula a Árvore da Vida de tal modo que reflete as formas trinas de Força Cósmica. As Forças Estelares irradiam dos Supernais e usando a substância raiz de Therion e Babalon formam as correntes Solar e Lunar na Árvore. A corrente Solar é formada pela Cruz Circular Cósmica, sendo a força de Tipheret dividida em quatro pólos :

A Metade Superior é composta de Hórus e Set em seus modos solares. Eles recebem as forças das Supernais e as irradiam para os mundos inferiores via esfera Lunar.

A Metade Inferior é composta da egrégora solar (ou mente-grupo) deixada pelo Aeon passado, é sombreada pelas forças do topo, mas ainda tende a influenciar a radiação da força.

Esta dualidade Topo/Fundo traz à mente a necessidade imperativa de reavaliar e reinterpretar os ensinamentos do velho Aeon sob uma nova luz ao invés de rejeitá-los duma só vez.

Esta ação redime as energias do centro inferior de Tipheret e alinha-as com a nova corrente. Embora energia seja irradiada de Binah nas esferas Lunares, a maior radiação de força no centro Lunar é através da Cruz Circular Solar.

Esta radiação é importante pois focaliza o mediante de energias no Centro Sol da Criança Coroada e é nesta localidade que o mistério da Fênix começa.


Irradiações de Energia

As energias irradiadas dos Supernais entram em Tipheret através das águas do Abismo, aqui a energia é filtrada e adaptada e aquelas vibrações afins com a esfera Lunar são irradiadas através dos Caminhos para o vórtice Lunar. Estes centros de irradiação energética estão no centro de Tipheret, a Criança Solar ou Hórus, que forma o glifo externo da Fênix. Hórus ou Heru-Ra-Ha é o Senhor do Duplo Cajado, cuja imagem exotérica é solar em orientação. Entretanto, esta é apenas uma aparência, a verdadeira natureza da Fênix é encontrada dentro dos aspectos mais escuros deste ícone. Por assim dizer, sua natureza real é Ain ou Set.

Isto é óbvio na imagem do Pavão como usada pelos Yezidis Sumérios. A Fênix suméria era simbolizada pelo Pavão, pois cada uma de suas penas contém um "olho". A numeração de "olho" é setenta ou Ain.

A Fênix em todas suas formas, é o distribuidor central de energia da Árvore da Vida, suas formas estendendo-se por toda a criação através de Hórus e para o Nada através de Set. Sua forma, então, cria uma ponte entre os ciclos a partir da manifestação em direção à dissolução.



A Ressurreição da Fênix

Em mitologias antigas, a Fênix lança-se sobre as cinzas de civilizações caídas para nascer novamente. Esta imagem forma o aspecto mais importante da análise cabalística do pássaro Bennu. Conforme manifesta-se o Novo Aeon e as forças de Set irradiam-se mais forte do seio de Hórus, a Fênix ergue-se de seu local em Tipheret e move-se para os mundos superiores, e conforme ocorre este movimento, a onda de vida é arrastada através do Abismo e os escombros da civilização caída são deixados para trás. Conforme ascende, suas asas englobam Babalon e Therion, que são então unidos em seu peito como Baphomet, Pan, Hadit ou Kether (andrógino). Aqui, agora, Hórus torna-se o Senhor da Criação e, ainda, o ciclo não está completado. Hórus como Hadit afoga-se na eternidade de Set (Nuit) e o Universo retorna para o sono cósmico (Pralaya). Apenas aqueles que entraram na Fênix podem alcançar o Presente de Set, apenas aqueles que se tornaram imortais através do poder da Vontade podem atingir o Dom da Verdadeira Vontade. Este processo envolve um pleno entendimento de práticas esotéricas da Fórmula da Fênix.


Aspectos Esotéricos da Fênix na Magia Sexual

Para questões de fisiologia a Fênix é conhecida como "A que retorna" e era representada pelo Íbis, que era o veículo de Thoth, o Deus da Magia e da linguagem escrita e falada. De acordo com Plutarco, o íbis instruiu a humanidade na lavagem anal, que a própria ave realizava com seu bico. Este fator é imperativo a respeito da aplicação da fórmula da Fênix no décimo primeiro grau da OTO e o grau de Epsilon dentro do sistema da Astrum Argum. Este grau envolve o reverso do processo copulativo "normal".

É válido saber que os Altos Sacerdotes do Egito conhecessem o Pássaro Bennu ou Fênix, e nenhum outro, como o portador da essência vital, conhecida como "Trilha", sobre a qual dizia-se originar numa região secreta e inacessível. A "Trilha", em inglês 'Hike', pode ser igualada à Hekt egípcia, à Hecate grega e à germânica Hexe, portanto, podendo se ver os poderes mais obscuros da fórmula.

Crowley assumiu o título de Fênix ao alcançar os graus mais altos da OTO, mas apenas internamente à ordem. Em público, ele tomou o título de Baphomet. Estes dois combinados dão informações avançadas da fórmula. Num texto de caixão antigo do Egito, o Livro dos Mortos, a alma Triunfante exclama...

"Eu venho da Ilha de Fogo, tendo preenchido meu corpo com a Trilha, como aquele Pássaro que preencheu o mundo com aquilo que não conhecia."

Crowley descreveu a Fênix de Thelema como aquela que irá surgir dos escombros da civilização, num breve mas potente trabalho entitulado "O Coração do Mestre" (The Heart of the Master). Aqui vemos a mistura de ambas a fórmula da Fênix e seus papéis no progresso cabalístico pelos Aeons. De acordo com Heródoto (Livro 11:58), os egípcios celebravam o retorno anual da estrela Sirius com ritos caracterizados por cópula anal (algum tempo depois, corrupções apareceram e celebrações com cópula bestial também eram usadas). Crowley, estudando a fórmula anal, descobriu seu uso em arcanos ocultos de magia e ensinou-os como os Mistérios do décimo primeiro grau da OTO (Epsilon). Esta fórmula permaneceu mais poderosa do que outras alternativas devido ao seu uso especial e simbólico com membros de cada sexo, mas especialmente em atividades homossexuais.

O deus oculto, Set, representado por Sirius, a Estrela Cão, tipificou esta fórmula peculiar dos Mistérios. É neste sentido que Crowley, em conclave secreto com Frater Achad, assumiu o título esotérico de Fênix em 1915. Sendo a Fênix a ave do retorno cíclico, que administra sua própria cloaca, é portanto um símbolo importante de ambos aspectos, místico e físico, dos Mistérios. Dion Fortune nota que Vênus ou emoção é finalmente transcendida em Sirius e portanto, vemos a nova forma de "Love Under Will" (Amor Sob Vontade) expressa na fórmula da Fênix. John Mumford, um expert neste campo, tinha o seguinte a dizer em seu livro "Ocultismo Sexual" (Sexual Occultism) :

" A tradição secreta do Tantra Mágiko ensina que o ânus é uma zona erógena ultrasensível, diretamente ligada ao Muladahara, o chakra básico. Oculto dentro da base do chakra enrolado e enroscado, como uma mola, jaz o poder primal do sistema nervoso, manifesto como a deusa serpente, Kundalini.

A palavra 'esfíncter' significa um nó ou faixa e é derivada da mesma raiz grega de Esfinge, a besta mitológica, epítome dos mistérios ocultos. O mestre do sexo tântrico abre o esfíncter anal de sua Shakti, solucionando então o enigma da Esfinge."

O intercurso anal é um método específico de despertar a Kundalini. Uma referência ao texto de anatomia de Gray revela a existência de uma glândula oval irregular entre a parede retal e a ponta do osso caudular ou cóccix, chamada "o corpo coccígeo", embora sua função seja desconhecida para o fisiologista ocidental. Em Magia Sexual é conhecida como a "glândula Kundalini". A ativação sexual desta glândula é direta e rápida através da dilatação do esfíncter anal com um efeito reflexo consequente sobre os dois ramos do sistema nervoso autônomo. Além de alterar o sistema nervoso autônomo, o intercurso anal resulta em ejaculação de sêmen no reto que nutre a glândula Kundalini e desperta os fogos internos.


Trabalho Astral e Fisiológico da Fênix

O mago deve gastar seu tempo assumindo a forma da Fênix, este trabalho começará a realizar muitas mudanças na consciência e na atitude psicológica. Conforme o mago cria a imagem astral ele deve desenvolver uma atitude mental específica em conjunto com sua assunção, todos os aspectos da vida devem ser vistos como escombros diante da Fênix. Conforme a imagem surge na tela mental as ocorrências da vida rotineira diária e as memórias e imagens que relampejam pela mente devem ser vistas como escombros abaixo da Fênix ascensa. A combinação de visualização e atitude mental devem ser continuadas em relação à outra fórmula da Fênix.

A assunção ritual da forma da Fênix deve também ser realizada, os braços devem ser vistos como asas, a boca como o bico e assim vai até que tenha ocorrido uma transformação total na tela mental. Estes processos devem ser praticados até que um alto grau de eficiência tenha sido atingido, podendo então ser seguidos pela Missa da Fênix.



A Missa da Fênix

A Missa da Fênix é um ritual simples que afirma a identidade do mago como a Fênix / Humano Superior, o que ergue-se acima da vida para se tornar mais que humano. Deve ser realizada regularmente, mas não freqüentemente e com fortes exercícios preliminares. A receita para os pães de luz é encontrada no terceiro capítulo do Livro da Lei.

O uso de sangue dentro deste rito é importante por mostrar os ciclos de criação e dissolução, o eterno ciclo de recorrência que o mago percebe e do qual se liberta.

Uma variação deste ritual é fazê-lo apenas com sêmen ou fluidos sexuais. É uma boa idéia experimentá-lo de ambas as formas por um período de tempo, meditando na natureza da vida em suas variadas formas tais como sofrimento e alegria, como recorrência eterna e como força imortal.


Conclusões

A Fênix é um símbolo vivo e potente do desenvolvimento humano dentro do Aeon de Hórus. Junta uma larga amplitude de simbologias e práticas, sugerindo tanto o mistério do intercurso anal e a transformação da Árvore da Vida no contexto Aeonico. O uso pessoal e iniciático da Fênix como um símbolo do Humano Superior e como uma fórmula prática é central para a Magia. Contudo, será de muito trabalho e prática a plena integração da energia da Fênix.
 Assim como a Fênix ascende, nós também podemos ascender sobre as ruínas da vida superficial e do pensamento diário para o santuário escuro da eternidade da Vontade, onde a Fênix governa num ninho de fogo escurecido no qual os limites de nossas mentes e corpos são queimados e a Pura Vontade, imortal, perfeita e livre de propósito é forjada.




VI - A Missa da Fênix



LIBER XLIV

O mago, com seu peito nu, está diante dum altar no qual estão seu punhal, sino, turíbulo e dois pães de luz.

No sinal do entrante ele alcança o oeste através do altar e grita :

"Salve ! Ra, que vais em tua barca em direção às cavernas que a escuridão marca !"

Ele dá o sinal do silêncio e toma o sino e o fogo em suas mãos dizendo :

"Leste do altar veja-me de pés no chão, com luz e música em minha mão !"

Ele bate no sino onze vezes (333-55555-333) e põe fogo no turíbulo, enquanto profere :

" Eu sôo o sino, eu acendo a chama, sou eu quem inflama o misterioso nome ABRAHADABRA."

Ele soa o sino onze vezes novamente e diz :

" Agora começo a orar.
 Tu, criança, teu nome é sagrado e imaculado.
 Teu reino já está neste lugar.
 Tua Vontade está feita.
 Aqui estão o pão e o sangue
 Leve-me ao Sol através da meia-noite.
 Salve-me do mal e do bem.
 Que tua Coroa de todas as dez, aqui mesmo e agora, seja minha.
 Amen."

Ele põe o primeiro pão de luz no fogo do turíbulo.

"Queimo este pão como incenso, proclamo estas adorações de teu nome."

Ele usa os pães como no Liber Legis e novamente soa o sino onze vezes.

Com o punhal ele faz então, sobre seu peito, o sigilo do triângulo solar apontado para cima. Então profere:

"Cuidado ! Da mente este peito sangrento, talhado com o signo do sacramento."

Ele põe o segundo pão de luz na ferida :

"Eu estanco o sangue, o pão o enxuga e o Sumo Sacerdote invoca."

Ele come o segundo pão :

"Este pão eu como, este juramento profiro enquanto inflamo-me em adoração. Não há culpa, não há benção, esta é a Lei. Faze o que tu queres!"

Ele bate no sino de novo onze vezes e grita :

"ABRAHADABRA !
 Eu entrei com desgosto e júbilo.
 Eu agora me vou satisfeito por realizar meu prazer na terra entre as legiões dos vivos."

E o mago se vai.

Notas

Na versão em inglês os versos rimam, tornando a cerimônia muito mais eficaz com seu lirismo. A rima também ajuda como recurso mnemônico, tornando o rito fácil de se decorar após uma ou duas vezes de executado, sendo que ao ser feito decorado é possível dar mais ritmo e espontaneidade ao andamento do mesmo, aumentando também a eficácia.

Em português já é mais difícil manter a rima em conjunto com o sentido que se quer dar às palavras. Quando possível, a rima foi mantida na tradução, mas quando a rima prejudicou a tradução, deu-se preferência a esta, porque as idéias assim fizeram mais sentido.

Há várias edições do próprio Crowley. Para um exemplo das primeiras versões, veja "Magick", apêndice VI, editado por Symonds e Grant, Samuel Weiser, 1973 e várias outras edições.

Para facilitar a vida daqueles que desejem praticar a Missa da Fênix original, vai abaixo a versão em inglês.


LIBER XLIV

-- THE MASS OF THE PHOENIX --

The Magician, his breast bare, stands before an altar on which are his Burin, Bell, Thurible, and two of the Cakes of Light. In the Sign of the Enterer he reaches West across the Altar, and cries :

"Hail Ra, that goest in thy bark
 Into the caverns of the Dark! "

He gives the sign of Silence, and takes the Bell, and Fire, in his hands.

"East of the Altar see me stand
 With light and musick in my hand!"

He strikes Eleven times upon the Bell (333 - 55555 - 333) and places the Fire in the Thurible.

"I strike the Bell; I light the Flame;
 I utter the mysterious Name.
 ABRAHADABRA !"

He strikes eleven times upon the Bell.

"Now I begin to pray:
 Thou Child, Holy Thy name and undefiled!
 Thy reign is come; Thy will is done.
 Here is the Bread; here is the Blood.
 Bring me through midnight to the Sun!
 Save me from Evil and from Good!
 That Thy one crown of all the Ten
 Even now and here be mine. AMEN."

He puts the first Cake on the Fire of the Thurible.

"I burn the Incense-cake, proclaim
 These adorations of Thy name."

He makes them as in Liber Legis, and strikes again Eleven times upon the Bell. With the Burin he then makes upon his breast the sigil of the upright solar triangle.

"Behold this bleeding breast of mine
 Gashed with the sacramental sign!"

He puts the second Cake to the wound.

"I stanch the Blood; the wafer soaks
 It up, and the high priest invokes!"

He eats the second Cake.

"This Bread I eat. This Oath I swear
 As I enflame myself with prayer:
 There is no grace: there is no guilt:
 This is the Law: DO WHAT THOU WILT!"

He strikes Eleven times upon the Bell, and cries
 "ABRAHADABRA.
 I entered in with woe; with mirth
 I now go forth, and with thanksgiving,
 To do my pleasure on the earth
 Among the legions of the living."
 He goeth forth.




VII - O Circuito Psico-Sexual




O organismo humano é uma árvore da vida e do conhecimento, é um mecanismo que funciona de acordo com a antiga fisiologia da Feitiçaria Sexual. Muitas descobertas modernas da sexologia atual são realmente apenas redescobertas do antigo arcano sexual dos mistérios que foram ensinados simbolicamente por tempos imemoriais.

O Circuito Psico-Sexual é a estrutura do organismo como entendido pelos magos sexuais, é uma compreensão que vai além do conhecimento da ciência moderna e engloba visões tanto físicas quanto parafísicas dos Mistérios.

A fisiologia que é delineada neste capítulo deve ser estudada com diligência, pois forma a base pela qual a magia sexual opera. Assuntos como as Kalas e o Amrita podem apenas ser entendidos se este circuito psico-sexual é adequadamente compreendido de antemão.

"O adepto deve identificar-se com seu corpo e transformá-lo, pois o corpo é a ligação entre o cósmico e o terrestre. Como a extensão material da expressão psíquica, o corpo brilha, irradia e anima-se na alegria de ser ele mesmo."

Sir John Woodroffe


O Circuito Psico-Sexual Humano

A configuração psico-sexual humana é um Tarot vivo. Embora, no passado, este termo tenha sido usado exclusivamente a respeito das

Chaves dos Mistérios (as cartas do Tarot), tem um significado mais avançado na forma de um circuito de eesência. O termo Tarot pode, pela Temurah, ser entendido como Lei (Torah), Roda (Rotah) e Essência (Taro). Estas definições quando conjuntas sugerem que o Tarot é a Roda da Essência. Este conceito de um ciclo de manifestação pode ser aplicado tanto num sentido ideológico, como nos 22 Arcanos Maiores do Tarot, e num sentido psicológico, para o Tarot vivo dentro do corpo humano.

O corpo humano é um sistema intrincado de forças interconectadas, é coberto por milhões de meridianos e linhas de energia, que se interligam para formar tanto os Marmas quanto os Chakras. Estes são ligações vitais com o fluxo de energia sexual dentro do organismo e oferecem as chaves de como opera a Magia Sexual.



O Marma Ajna Psico-Sexual

Este é o primeiro Marma e está localizado no Ajna Chakra, entre as sombrancelhas. A atribuição cabalística para este Marma é a letra Ayin ou setenta. Sua atividade é a do Olho de Shiva, quando o olho se abre o mundo de aparências e ilusões desvanece e a realidade é experimentada, algumas vezes em sua brutal totalidade. Esta experiência pode ser de extrema intensidade e é apenas para os que estão preparados (veja 'A História do Grande Deus Pan' de Arthur Machen como exemplo). Está relacionado astrologicamente com o signo de Capricórnio por simbolizar a experiência de Pan, a visão da integridade e unicidade de todas as coisas.



O Marma Psico-Sexual Qoph

O segundo Marma está localizado na nuca, sendo o trono cerebral da atividade sexual dentro da espécie humana e é atribuído à letra hebraica Qoph, de número cem. Esta enumeração pode ser entendida como a união do P (Phalus, falo em grego), 80, com o K (Ktéis, vagina em grego), 20. Qoph é atribuída à esfera lunar e este centro está envolvido com as secreções que estimulam o impulso e o desenvolvimento sexuais.



O Marma Psico-Sexual Visuddha

O terceiro Marma está oposto ao Qoph e está localizado no Chakra Visuddha, o centro laríngeo. Sua atividade em magia sexual é emanar a palavra (Logos) que é criada pela interação dos centros Ajna e Qoph. Esta união de Vontade e Vibração cria o Logos que é manifesto em Daath, ou seja, a garganta. Esta atribuição difere da Qabbalah moderna mas é imperativa para um entendimento do circuito psico-sexual.

Esta interação entre os Marmas Ajna e Qoph no Visuddha é central para uma compreensão da fixação da força sexual. A Gematria de Ayin e Qoph prova ser informativa : Ayin + Qoph = 170

170 é o número dos gigantes ou Nephilim. Os seres que são criados pela Vontade sozinha e que podem ser comparados aos Titãs da mitologia grega. Eles são seres de puro Logos; formulações da Vontade que são criadas pelo Eu (Self) em Ayin através das forças sexuais de Qoph e manifestas no Visuddha.

"...e a palavra transformou-se em carne."
 Evangelho de João, capítulo um.


Os Marmas Psico-Sexuais das Palmas

Estes marmas encontram-se nas palmas das mãos, mas são tratados como um só marma no circuito geral. Eles estão atribuídos à letra Kaph e cada palma tem o número 20. As palmas são usadas para focalizar p fluxo de energia com o circuito. A esquerda é negativa e a direita é positiva, embora isso possa variar de mago para mago.

Juntas, as duas palmas dão o número 40, que por Gematria significa o Libertador e Leite, ambas referências aplicam-se para o uso das mãos para liberar fluidos sexuais durante rituais tântricos. Outras referências relacionadas incluem a Mão do Eterno e Mem, que pode ser definida tanto como sangue, fluidos (sexuais) ou vinho, todos novamente enfatizando o papel das mãos como libertadoras de secreções.



O Marma Psico-Sexual Genital

O quinto marma psico-sexual é os próprios órgãos sexuais, atribuídos a Ayin, de número setenta. Os órgãos são o segundo Olho e representam o esconderijo secreto da serpente (Kundalini).

Este número setenta pode também ser aplicado para LIL (noite) e SVD (segredo), ambos relacionados com esta zona psico-sexual como originadora dos Kalas, as secreções noturnas que sempre fluem ou Ain (Kali / Nuit). Setenta também é o número de CHBS ou Estrela, isto está implícito na mensagem "o Khabs está no Khu e não o Khu no Khabs" do Livro da Lei. Esta mensagem codificada refere-se ao fato de que a essência das estrelas não é encontrada na eternidade do espaço, mas nas secreções sexuais da Estrela encarnada como entidade.

Uma implicação mais avançada a respeito deste Marma é encontrada na palavra INN, que significa vinho, representando o sacramento deste marma psico-sexual, que conhecemos como Amrita.



O Marma Psico-Sexual do Olho Secreto

O Olho Secreto é o Olho de Set e portanto, é o reverso dos órgãos sexuais. Também atribuí-se a Ayin (70), entretanto, sua aplicação é na região anal e sua associação com a Kundalini.

Aqui, temos o ânus do bode como é visto no Sabbat das Bruxas e o mistério de SVD, que é o olho do bode como visto na imagem de Baphomet encontrada nos ritos dos Cavaleiros Tamplários.


O Marma Psico-Sexual de Bindu

Este marma é o fogo interno, atribuído à letra Yod (10). Representa o Ponto Bindu, o ponto onde os dois sistemas sexuais conectados unem-se para formar uma simbiose. Pela Gematria, encontramos que dez está relacionado a Elevado, Planar e Janela. Todas estas imagens podem se relacionar ao uso do calor sexual para ir além do organismo em direção às visões do espaço interno.



O Circuito

Quando examinamos os sete marmas acima, chegamos a um ciclo de força psico-sexual, sendo este ciclo composto de oito segmentos ou zonas. Se considerarmos as duas palmas como zonas separadas, quando juntas com os outros centros formula-se um ciclo completo de 360 graus. Este círculo é o ciclo interno de Aeons, sete embora oito, o oitavo sendo o final do ciclo no Ponto Bindu de realização, este ciclo forma o ABRASAX interno, o senhor gnóstico de 360 graus. A Vontade como criada e fortalecida pelo ciclo interno de Aeons e secreções.

O sistema numérico deste ciclo é :

AYIN (70) + QOPH (100) + KAPH / KAPH (20 e 20) + AYIN : órgãos sexuais (70) + AYIN : ânus (70) + PONTO BINDU : YOD (10) = 360 graus

Os cinco graus restantes (para formar um ano) são os graus esotéricos do Círculo, os cinco dígitos da Deusa. Eles são atribuídos a vários Deuses e Deusas e têm um uso específico tanto na ciência macrocósmica de registro do tempo como na ciência microcósmica do corpo e suas correntes, que é conhecida no oriente como Kalavidya, Este ciclo não é apenas encontrado na seqüência sexual de marmas aqui descrita mas também dentro dos chakras gerais como encontrado na Kundalini Yôga tradicional. Ambos sistemas, bem como as atribuições físicas da Árvore da Vida, interagem como círculos numa grade cósmica, cada um forma um ciclo de manifestação e está envolvido na Árvore da Vida animada que o corpo humano forma. Ao invés de a Qabbalah ser uma realidade separada de Sephiroth e Caminhos, é um corpo vivo, um sistema de experiência e possibilidade internas.

No sistema tradicional de chakras o ciclo é composto de raios dentro de cada chakra, estes raios representando as emanações dos pés da Deusa Primal após ela ter se elevado ao Shasrara Chakra. Portanto, as emanações deste chakra são vistas como as da própria Deusa, ou em termos mais adequados, do Eu e assim não são contadas no cálculo dos raios.

Ajna Chakra Região Pituitária 64 raios
Visuddha Chakra Região Tiroidal 72 raios
Anahata Chakra Região Cardíaca 54 raios
Manipura Chakra Plexo Solar 56 raios
Swadisthana Chakra Região Genital 62 raios
Muladahara Chakra Região Coccígea/Anal 56 raios
Ciclo Completo
360 raios






Dentro destes 360 graus existem outras divisões conhecidas como : Estelar, Solar e Lunar. Estas relacionam-se aos três segmentos do ritual tântrico e aos três segmentos da coluna dorsal : Ida, Susumna e Pingala. 118 graus são atribuídos ao Fogo (Estelar), 106 são atribuídos às influências Solares e 136 à Lunar, os cinco restantes são portanto, mais uma vez, os dígitos secretos da Deusa Kali (Ain).

Como será prontamente notado, as imagens ou formas de deuses usadas variam de acordo com a tradição, Kali, Set e Nuit podem ser todos atribuídos a Ain e usados de acordo com trabalhos e desejo ou inclinação.

Como pode ser visto acima, um sistema de atribuição pode ser formulado baseado nestes graus. Estes podem ser interpretados de diversas maneiras: os oito segmentos ou marmas, até mesmo os oito chakras, mais o Sahasrara chakra, trabalhando como um todo. Podemos até mesmo relacionar com os oito trigramas do I Ching e quando multiplicados por si em 64 possibilidades do Tao. Isto pode criar um ciclo completo por relacionar-se com a dupla Árvore da Vida (32 x 2).

Pode também ser entendido que em qualquer organismo há dezesseis aspectos sexuais, físicos e etéricos. Portanto, em qualquer ato de união sexual há trinta e dois segmentos vivos, uma dupla Árvore da Vida sexual. Quando estes Marmas são relacionados aos 16 Kalas ou secreções isso pode ser ainda melhor entendido. O ciclo formado pelos hexagramas do I Ching é interessante, pois a alquimia sexual chinesa é uma das mais intactas tradições sobreviventes do Tantra.

Ajna Chakra Hexagrama Li Sol e Sol

Centro Qoph Hexagrama Khan Lua e Lua

Visuddha Chakra Trigrama Sun Ar e Ar

Palmas Li e Khan Reflete Ajna/Qoph


Órgãos Sexuais Quian / Kun Falo / Vagina Hexagrama Tui Água de Água
Ânus Hexagrama Gen Terra de Terra
Ponto Bindu Hexagrama Zhen Fogo de Fogo




Em consideração às diversas maneiras de intitular os Hexagramas, a lista seguinte guiará o estudante que procura explorar mais profundamente. A pronúncia em parênteses é uma alternativa de pronúncia por causa dos dialetos chineses.

Li Hexagrama 30 Tiphareth
Kan (Khan) Hexagrama 29 Yesod

Sun Hexagrama 57 Daath
Quian (Qian) Hexagrama 1 Kether
Kun (Khwn) Hexagrama 2 Malkuth

Tui (Dui) Hexagrama 58 Chesed
Gen (Ken) Hexagrama 52 Netzach
Zhen (Ch'en) Hexagrama 51 Geburah





Tabela de Marmas Psico-Sexuais


1. Ajna chakra (Vontade) Ayin 70 Olho de Shiva
2. Nuca Qoph 100 Origem da Força Sexual
3. Visuddha chakra Ayin/Qoph 170 Logos Manifesto




A união de Ayin e qoph criam a energia de 170 no Visuddha, este é o poder para criar os 'Nephilim' ou Gigantes Rebentos da Vontade, formações do Eu puro ativado por meios sexuais e manifesto através do poder da 'palavra' mágika (Logos).

4. Palmas das Mãos Kaph 20
cada Ativadores das Zonas Sexuais
5. Órgãos Sexuais Ayin 70

6. Região Anal Ayin 70 O Olho Secreto




Ambas zonas são atribuídas a Ayin e relacionam-se ao uso mágiko dos órgãos sexuais, frontais e dorsais à Kundalini.

7. Ponto Bindu Yod 10 O Ponto de Foco




Aqueles interessado em exploração mais detalhada do ciclo psico-sexual podem querer estudar as correspondências na página 40. Elas estão baseadas numa tabulação de Crowley e oferecem algumas introspecções (insights) interessantes sobre o ciclo sexual e sua relação às Sephiroth.

A partir destes ciclos, vamos perceber que a Árvore da Vida é um ciclo vivente de essência e, portanto, os Caminhos ou pontos conectores também devem representar fluxos de energia ou secreções dentro do organismo. O estudo seguinte dos pontos conectores como secreções do organismo vivo deve se lido em conjunto com as descrições dos Caminhos como letras hebraicas e arcanos do Tarot, encontrados em sistemas da Qabbalah tradicional e outros sistemas de atribuição.


OS CAMINHOS CONECTORES NA ÁRVORE DA VIDA COMO SECREÇÕES

O padrão de Tarot formado pela Árvore da Vida humana é uma parte intrincada da Qabbalah esotérica do Novo Aeon. Entre as Sephiroth vivas do corpo estão vários caminhos conectores ou emanações que transmitem as secreções dos reinos trans-Kether de Ain para o organismo.

Estas emanações realizam a transformação gradual do corpo e da mente e podem ser entendidas duma maneira peculiarmente tântrica com as atribuições mais tradicionais sendo comparadas e manipuladas de acordo com o engenho do próprio mago.

A décima primeira secreção é aquela do Espírito Santo. O Santo intoxicado é simbolizado pela respiração cósmica e pela águia de duas cabeças. É associado com o trigésimo terceiro grau da maçonaria e tem uma conexão elemental com Akasha. O Ovo Negro ou chama desta secreção pode também se relacionar a Sebek, o senhor crocodilo e a manifestação de Set.

A décima segunda secreção é aquela do Mestre de Maya e é governada por Hermes ou Mercúrio. Ele é o senhor do Falo e entende o segredo dos pólos opostos, a Pomba e a Serpente e da Casa de Deus (Beth). Seus poderes dualistas são a magia polarizada e apolar e ele controla todas as formas de transmissão de energia.

A décima terceira secreção é aquela da Alta Sacerdotisa Lunar, a Deusa tripla em seu estado virginal ou adormecido, a Ísis dormente, Artemís e Donzela. Ela é a essência e transmite os Kalas de Plutão através das areias de Urano.

A décima quarta secreção é a Grande Mãe, a porta pela qual a manifestação é alcançada, ela é a governante da magia polarizada e é representada na Alquimia Sexual pelo elemento do Sal. Seu domínio planetário é Vênus, que é finalmente transcendido em Sirius, portanto, ela é Daleth, a ligação entre os mundos.

A décima quinta secreção é altamente importante no Novo Aeon devido à injunção do Livro da Lei de transferir os títulos do Imperador e da Estrela. Esta secreção é agora a Estrela de Aquário, as secreções fluidas da Deusa que transforma o humano (Tiphareth) em Besta (Chokmah). A estrela representa a fórmula do Khabs no Khu, onde a essência do espaço infinito é encontrada dentro das secreções do organismo.

A décima sexta secreção é aquela do Alto Sacerdote dentro do culto do Humano Superior, tipificado por Touro. Nos velhos cultos a besta era exterminada como sacrifício, hoje, o uso do instinto animal alcança seu estágio mais alto de consciência.

O Touro traz a força da Besta 666 para a manifestação como o divino rei de Júpiter. O número dezesseis também significa a secreção ou Kala secreto, que é o acúmulo dos quinze Kalas anteriores, que vieram ao seu clímax dentro da Estrela (Kala quinze) e manifestaram-se no vórtice do décimo sexto Kala, o Humano Superior.

A décima sétima secreção complementa e balanceia a da estrela da décima quinta e é usada pelo Humano Superior da décima sexta. A décima sétima secreção é a dos gêmeos, governantes duais de Zain, Hórus e Set. Portanto, nesta combinação de secreções nós começamos a ver a estrutura do sistema do Novo Aeon.

A décima terceira, décima quarta e décima quinta secreções são a Deusa Tripla que é Virgem, Prostituta e Mãe Sagradas. A décima sexta secreção é o Humano Superior, Taurus, o Touro da Deusa, cuja forma externa é Hórus e cuja Vontade Verdadeira é Set e isso é novamente reafirmado nos Gêmeos da décima sétima secreção.

Quando olhamos profundamente nos Mistérios destas secreções, vemos que Osíris era simplesmente uma forma mais antiga de Hórus. Portanto, Hórus era tanto o consorte quanto a criança de Ísis. Enquanto Set é Vontade Verdadeira de ambos, cuja mensagem não será plenamente compreendida até que a mensagem de Maat seja anunciada em conjunto.

Portanto, os gêmeos não são apenas Hórus e Set, mas Set e Maat.

"Pois duas coisas são feitas e uma terceira é começada. Ísis e Osíris estão dados a incesto e adultério. Hórus salta do seio de sua mãe com três braços. Harpócrates, seu gêmeo, está oculto dentro dele. SET é seu pacto sagrado, que deve mostrar-se no grande dia de M.A.A.T. (cujo nome é verdade)."

Liber A'Ash vel Capricorni Pneumatici, de Aleister Crowley

A décima oitava secreção é o impulso criativo e sexual do Mestre, balanceia o Humano Superior da décima sexta, representando a força de Câncer ou Cheth. Câncer é o caranguejo e é usado para simbolizar o caminho tântrico de Viparita Karani, indo para trás ou de lado (reversão dos sentidos) para atingir uma finalidade mágika.

A décima nona secreção é a Luxúria do Leão, que representa a semente da serpente que ativa a porta de Daleth da Sacerdotisa. É atribuída a Teth, a serpente fálica.

A combinação de Daleth e da Semente da Serpente forma o Espermatozoon ou Elixir Sexual : O Ermitão de Virgem.

A vigésima secreção é o Espermatozoon ou Eu Sexual do Ermitão, ele é o Rebento da Vontade; o Eu Verdadeiro que é formado pela união das formas opostas da psique e do corpo, Babalon e a Besta.

A vigésima primeira secreção é o Senhor do Karma, o Ermitão que foi formado pela Besta e por Babalon e está trabalhando na iniciação do Humano Superior. Ele aprende a superar a onda de recorrência eterna presente na roda eterna.

A vigésima segunda secreção é a de Libra, ajuste através da evolução do Eu além da recorrência eterna, via Magia Sexual. O Mago alinha a realidade com a iniciação pela qual ele está passando, sendo que esta ação detona a experiência do arcano do Enforcado.

A vigésima terceira secreção é a iniciação das Secreções Sexuais. O Mago cai no inconsciente através dos processos da Magia Sexual e começa a retificar o que está contido dentro de seus limites. Um dos métodos para se atingir isto está na próxima secreção.

A décima quarta secreção é Escorpião. Representa o orgasmo como uma "pequena morte". Sua lição é o uso do orgasmo para programar a psique e a invocação do excesso sexual para experienciar os limites da mente e do corpo.

A décima quinta secreção representa o uso da paixão animal para atingir um estado de Androginia. Esta imagem é representada como o Sagitário ou Baphomet e conforme a paixão aumenta, transforma o mago em experiências das Secreções do Bode.

A vigésima sexta secreção é a de Capricórnio, o Bode. Representa o uso de forte paixão animal para quebrar a ilusão (tipificada pela imagem do diabo) e transformá-la em Vontade pura. O produto disto é a manifestação do poder da projeção sexual como visto na próxima secreção.

A vigésima sétima secreção é a do uso do Falo como ferramenta de projeção. É atribuído a Marte, mas não num aspecto negativo, representa o jato de sêmen, criando estrelas e imagens através da programação do orgasmo. Também representa a ativação da Kundalini e sua ascensão pela torre ou coluna vertebral, detonadas pelas práticas Delta.

A vigésima oitava secreção é atribuída ao Imperador e a Áries. Tem diversas aplicações, uma das quais é o uso da tintura Vermelha, isto é, as secreções menstruais de uma Maga. Pode também se relacionar ao uso de paixão excessiva ou luxúria extrema para superar barreiras e limites e atingir o frenesi orgásmico da Torre.

A vigésima nona secreção é a da Lua. Está sob o governo de Qoph e portanto nossa discussão prévia de Qoph deve ser considerada. É uma passagem especial conectada ao instinto e, às vezes, até mesmo à transformação licantrópica.

A trigésima secreção é a do Sol, sendo o poder da aspiração e dos ideais que influenciam o fluxo da energia sexual. Deve ser entendida em conjunto com a informação já discutida a respeito do Ajna chakra. O produto da qual é visto no Logos ou palavra da trigésima primeira chave.

A trigésima primeira secreção é o Aeon, o arauto da Nova corrente. A mensagem do fluxo interno de Aeon-Kalas trabalhando em conjunto com a eternidade da progressão temporal. Seu número é 31 e reflete a mensagem do Livro da Lei (LIber AL ou 31), enquanto que seu reverso é treze, a Sacerdotisa da Estrela de Prata.

A trigésima segunda secreção é a da Manifestação. Tau em extensão, seu número é 440, secreções movendo-se para a plena materialização. É tanto o primeiro passo nos Mistérios ou a manifestação do Humano Superior na Terra. Tau é o sigilo do Deus Set e o ciclo está completado.



Notas sobre os Caminhos como Secreções

As secreções da Árvore da Vida biológica reúnem os vários métodos de interpretação a respeito dos Caminhos. Quando unidos, eles criam um fluxo em forma de Mandala.

Há várias fontes para informação avançada : os vários livros de Kenneth Grant, tais como "Cults of the Shadows", Cultos das Sombras, (Muller, 1975), entretanto, cegueiras deliberadas em muitas de suas interpretações são infelizes.

Para ajudar na organização destes conceitos em um sistema coerente, a seguinte tabela dos Caminhos das Secreções é feita para a exploração.


SUMÁRIOS DOS CAMINHOS COMO SECREÇÕES



11. Espírito Santo Santo Intoxicado
12. Chaos Pomba e Serpente
13. Alta Sacerdotisa Deusa Dormente
14. Babalon Deusa Sexual
15. Estrela Mãe do Espaço
16. Homus superioris Kala Secreto, Alto Sacerdote
17. Gêmeos Set e Maat
18. Impulso Criativo Princípio da Reversão
19. Semente da Serpente Impregnação de Babalon
20. Espermatozoon Ermitão como Criança Cósmica
21. Senhor do Karma Controle da Realidade
22. Fuga Livrando-se do ciclo terrestre
23. Iniciação Explorando o Inconsciente
24. Orgasmo Thanatos absorvido em Eros
25. Baphomet Androginia
26. Capricórnio Exploração
27. Projeção Fálica Paixão animal destrói a Ilusão
28. Tintura Vermelha Excesso de paixão
29. Lua Originador sexual
30. Sol Ajna chakra
31. Aeon Mensagem como Logos
32. Sigilo de Set Manifestação ou começo.





Combinações Especiais Válidas de Atenção

13, 14 e 15 : Tripla Deusa que é estimulada por

16, Alto Sacerdote : Quem ativa a décima sexta e

17, os Gêmeos manifestos na dualidade de Set e Maat, impulso criativo interno e externo (18, 19).

14, Babalon, que dá nascimento ao Rebento do Eu,

20, o Ermitão : as iniciações de quem compreende os caminhos

21 a 26, resultando na união de Ajna e Qoph (29, 30)

31, a declaração do Novo Aeon e

32, a Manifestação do Novo Aeon.



O Simbolismo da Mandala

Um dos mais antigos métodos de simbolizar o ciclo dos Kalas é encontrado na Mandala, esta jóia visual, que embora desenhada em duas dimensões é na verdade de caráter tridimensional. Embora nem sempre desenhada, magos avançados podem formá-la mentalmente. Mandalas tendem a ser circulares em forma, focalizadas num ponto central. Normalmente são povoadas por imagens de Deuses, Deusas e Espíritos dos mais diversos e são símbolos do circuito psico-sexual.

A mandalas mais antigas são encontradas nas escolas tântricas e delineiam os ensinamentos sexuais com simplicidade. Um exemplo clássico é encontrado no Shri-Yantra. O Shri-Yantra é baseado num triângulo invertido, no centro do qual há um ponto representando o Sêmen. O triângulo em si é a vulva. Está contido em um triângulo de apontado para cima, que representa o Falo. Novamente este é cercado por um triângulo apontado para baixo, que é cercado por um triângulo apontado para cima, até completarem-se nove triângulos no desenho, normalmente, sugerindo a interação da vulva e do falo no coito. A borda externa é coberta por imagens de lótus e outras flores para criar uma proteção em torno da atividade ali contida.

A mandala das artes exemplificadas pelas figuras do Bon tibetano é normalmente criada de várias zonas. São ocupadas por Senhores do Submundo, esqueletos, demônios, cenas tétricas e amostras de cópula. Há muito em comum com as mandalas da adoração de Kali, que usam a representação do sexo e da morte para alcançar a catarse de Eros e Thanatos.

A importância da mandala é ofato de que é uma máquina oculta, um aparato vivo que pode ser usado para trabalhar as várias facetas do circuito psico-sexual de essência. As formas da mandala podem variar de trabalho para trabalho...em trabalhos mais obscuros, as mandalas do Tibet e do culto de Kali podem ser usadas, enquanto trabalhos com os Antigos (estilo do Necronomicon) podem apresentar melhores resultados com Mandalas Trapezóides das tradições necromânticas germânicas.

As mandalas são representações vivas do processo da magia, elas são bem sucedidas por sua mensagem afundar rapidamente no inconsciente, perdendo a maior parte do mediador consciente e alcançando seu objetivo sem impedimento. No ocidente, as mandalas sobrevivem na forma do círculo sagrado, do disco, do anel e até mesmo no Ouroborus Cósmico, que está sempre balançando sua própria cauda (Falo).

Na prática, a mandala é de significância por trazer juntas as várias facetas de um dado ciclo e transmiti-las profundamente ao inconsciente. Ao contemplar um trabalho, crie uma mandala, antiga ou moderna, para sintetizar os trabalhos e então, usando técnicas meditativas, programe o inconsciente antes do trabalho, otimizando a qualidade e o poder do ritual.


Conclusão

Para concluir este capítulo, deixaremos você com um poema de um mestre do tantra moderno, Dadaji, de suas séries póstumas :

"Na alquimia da yôga iluminadora, a servidão se rompe mas a alma sobrevive ao fogo.
 Neste caminho nós exterminamos obstruções e vemos o vazio do desejo mundano.
 Este é o caminho que você fez, não há volta, remorso ou lágrimas, mesmo se pesadas como a chuva, não mais têm significado agora e você deve encarar a semente plantada, renascida mais uma vez.
 Em beatitude e alegria de profunda 'possessão de si mesmo' (samadhi), ainda que nada procure, é apenas serenidade.
 Então virá a realização suprema, que você é uma alma e que sempre esteve livre."



VIII - A Natureza dos Kalas


"Kalas. Tempo, essência, raio, divisão, dígito.

Fe


 Um termo usado no Tantra para denotar a essência ou fragrância do Suvasini. Em seu sentido de tempo, nossa palavra 'calendário' deriva de Kala, em seu sentido de essência ou vibração, nossa palavra 'cor'.
 Portanto, as flores da Deusa são seus Kalas."

Outside the Circles of Time (Fora dos Círculos do Tempo)Kenneth Grant (Muller, 1980)

O termo Kala é usado no vocabulário da magia sexual de duas maneiras distintas. Macrocosmicamente, os Kalas são as emanações de Kali-Ain na forma de Aeons e ciclos de evolução. Microcosmicamente, eles são as secreções produzidas pelos órgãos sexuais do macho e da fêmea durante rituais sexuais esotéricos (estes rituais podem ser 'solo' ou com parceiros de ambos os sexos).

Estas secreções são as flores do organismo, tradicionalmente, o termo Suvasini ou Dama de Cheiro Doce tem sido usado para designar a Sacerdotisa dos Kalas. Contudo, este termo insinua preconceito para com Shakti ou a Sacerdotisa encontrado em derivados do Tantra na Índia. O Tantrismo verdadeiro é baseado no uso tanto das secreções masculinas quanto femininas, ambas produzindo os Kalas ou flores da essência. O termo Kala é encontrado em muitas culturas, de muitas formas, sua larga amplitude de significado insinua o poder esotérico de sua natureza. Na África e no Egito o termo Ka significava a Sacerdotisa iniciada, derivando disto o termo Khu, significando essência ou poder mágiko. Khu significando especificamente o alto, Qoph significando Magia Lunar e em inglês Q, onde o O é a abertura e o \ é o falo.


A Natureza dos Kalas

Os kalas são, em termos simples, as secreções sexuais do mago, macho e fêmea, destiladas durante os ritos de intenção tântrica. Estas secreções são raios ou flores emanando de Nox ou Matriz de Ain encontrada no Sahasrara chakra e fluindo através dos vários chakras manifestando-se através das genitálias. Esta energia dentro do corpo é conhecida como Ojas, contudo, quando manifesta através da saída genital é conhecida como Kalas ou flores da essência.

Os Kalas são quatorze no não iniciado e dezesseis no iniciado, quando corretamente ativados. Na sexologia, quatorze destas secreções foram isoladas nos sumos vaginais e muitos nos fluidos masculinos, contudo, os outros dois ainda estão a serem descobertos. Os Kalas são a representação microcósmica de forças macrocósmicas da Árvore da Vida, cujos Kalas ou Caminhos e Sephiroth irradiam-se de Kali ou Ain. No tantrismo Kali é vista como aquela cuja natureza divide o tempo em Kalas ou vibrações, o fluxo e refluxo do universo é portanto encontrado dentro bem como fora do organismo, todas as coisas sendo parte de um fluxo ou onda primal.

Na mitologia primitiva, o pavão e o arco-íris eram vistos como imagens dos Kalas, as diversas variações de cor (cor sendo a forma de Kalas no português) representando as vibrações de Nox.

Em alguns derivados tântricos, a fêmea era adorada como originadora das forças de Kali. Entretanto, o mito tântrico mais antigo e autoritivo, o baseado em cultos tártaros, afirma que os Kalas são encontrados em ambos os sexos e a Suvasini é a alta sacerdotisaque foi androginizada pelo uso dos fluidos sexuais ou Kalas.


Tempo e Kalas

O circuito psico-sexual representa o ciclo de Kalas, num círculo (360º) e mais 5 graus restantes representando os cinco dias negativos dentro de cada lua ou mês. Isto pode relacionar-se ao ciclo periódico de menstruação. É um segredo bem guardado que o macho também tem estes ciclos e que em combinação estes dois ciclos podem produzir imenso poder oculto.

O período do ciclo Lunar de lua cheia até a nova era o ciclo da Lua Negra, o da lua nova para a cheia era o ciclo da Lua Brilhante. Estes eram divididos em quinze setores que se relacionam com o fluxo das forças lunares, os movimentos dos Kalas do espaço (Aeons) e o fluxo de secreções dentro do mago. O décimo quinto Kala é o tempo, portanto, é de localização atemporal, enquanto que o décimo sexto Kala é aquele que vai além do tempo, é o Kala de Nu e pode ser atribuído à própria Kali, sendo uma combinação de todos os quinze Kalas anteriores.


O Décimo Sexto Kala

"Eu sou a serpente enrolada a ponto e saltar, no meu enrolar há alegria. Se eu levanto minha cabeça, eu e Nuit somos uma. Se eu abaixo minha cabeça e atiro veneno, então há êxtase da terra, e eu e a terra somos uma. Há grande perigo em mim."

Livro da Lei, II:26

O mistério do décimo sexto Kala é insinuado no verso acima do Grimório do Novo Aeon. Estes são dois aspectos do uso correto dos Kalas combinados no décimo sexto.

O primeiro é Néctar, o segundo é Veneno. O Néctar é simbolizado por Aquário, que é a décima primeira casa do zodíaco e transmite as influências de Set ou Saturno. Representa o uso dos fluidos carregados por invocações e usos de formas de energia elevadiças. Isto cria uma porta através da qual comunicação e contato com seres de rincões mais elevados da árvore evolutiva é possível.

O Veneno é simbolizado por Escorpião, a força da serpente, que é formado com o uso de evocações e fluxos de forças telúricas. Abre uma porta com os mundos dos Qlipphoth e forças dos elementais e atavismos dos rincões mais baixos dos ciclos evolutivos.

Aquário representa os puros Kalas invocados e despertos nos períodos da Lua Brilhante, então produzidos são representados pelo signo de Aquário e as duas ondas, que sugerem os Kalas masculinos e femininos.

Escorpião representa os Kalas negros evocados nos ciclos lunares escuros, então produzidos são representados por Escorpião, que simboliza a semente misturada. Estes podem ser produzidos pela combinação de qualquer sexo.

A Magia polarizada marca o ciclo de luz, a apolar, o escuro, obviamente, as formas mais altas de trabalhos de Aquário devem ser heterossexuais, enquanto que as mais obscuras dos trabalhos de Escorpião, homossexuais. O arcano mais antigo dos mistérios afirma que tanto Aquário e Escorpião são formas da letra caldeu primitiva M e seus derivados mais recentes no Egípcio, Grego e Hebraico.

A letra M representa as águas da vida e em sânscrito era conhecida como Emkara, que como uma letra simboliza o ciclo completo de manifestação, sustentação e dissolução.


I.'. A.'. O.'. como uma Fórmula dos Kalas

A fórmula IAO tão familiar para muitos estudantes de magia, tem também uma relevância especial em relação à natureza dos Kalas e insinua a divisão trina das formas de Kalas.

I ou Yod é o Eremita do Tarot, sua é a semente solitária e é portanto atribuído a Virgem.

A ou Apophis é a serpente ou Escorpião. Representa o grande ato sexual que, por desejo, é transformado na magia da luxúria.

O ou Capricórnio é o poder de Ayin ou olho. É o último ciclo pelo qual a luxúria desperta os Kalas e cria o Veneno ou o Néctar.

Escondidos dentro desta fórmula estão também os três estágios da Magia Sexual, mais uma vez estes foram esquematizados sob a guisa do Shaktismo e são portanto orientados para a Sacerdotisa, mas eles se aplicam igualmente a ambos os sexos. I como a Virgem, A como a prostituta enquanto O é a Deusa desperta. Crowley circundava esta fórmula adicionando a ela um F em cada ponta, para significar a letra grega Diggama, denotando o fato de que o sucesso nesta prática esotérica é apenas possível se começar e terminar com o Eu Verdadeiro (Tipheret). Isto também sugere que a natureza do Novo Aeon de Escorpião-Aquário liga Hórus e Set.


As Três Classes de Kalas

Em ensinamentos antigos a respeito dos Kalas encontramos uma distinção de três tipos. Isso reflete, em alguma extensão, a fórmula IAO em ação, apenas que na atribuição dos três graus do Livro da Lei, o Ermitão é visto como o andrógino ou Baphomet e portanto deve ser diferenciado do Eremita de Yod, a semente solitária.

"Quem nos chamar de Thelemitas não estará errado, se ele olhar a palavra bem de perto. Pois ali há três graus : O Ermitão e o Amante e o Homem da Terra..."

Livro da Lei, I:40

O número deste verso é 40 e relaciona-se a Mem (Escorpião-Aquário), o número do sangue e das secreções e portanto é a chave para seu entendimento. Os Kalas estão divididos em três grupos de cinco e são classificados como segue.

Tamas

Símbolo Alquímico : Sal

O Homem da Terra representa a Lava Negra dos Qlipphoth, as emanações da serpente ou Veneno que é produzido sob a influência de Sol. Na fórmula IAO é o I, não como o início do processo mas como uma primeira manifestação do resultado.

Rajas

Símbolo Alquímico : Enxofre

O Amante representa o Pó Vermelho ou fogo do vermelho-rubro. São as secreções Kalas que estão entre as secreções dos Qlipphoth e do Néctar.

É atribuído ao A dentro do simbolismo de resultados, Apophis como Fogo.

Sattva

Símbolo Alquímico : Mercúrio

O Eremita como Andrógino representa o puro vinho da Lua. A força de calmo e frio Néctar, portanto é atribuída ao Eremita Andrógino e ao O como Capricórnio.

Estas três classes podem se aplicar para combinações de secreções masculinas e/ou femininas. As cores são simbólicas e na verdade representam as cores dos chakras dentro do processo e, secundariamente, segmentos do ciclo lunar. Este ciclo lunar como atribuído à fêmea forma parte de um ciclo maior de quinze que atinge seu clímax no décimo sexto, o verdadeiro poder do intercurso como visto em Tamas. Os primeiros dias menstruais são escuros e portanto são Tamas, o Rajas é o período de dois ou três dias depois e Sattva é o néctar emanado no final do ciclo de retorno, isto é, períodos Negro e Brilhante da Lua. Um reverso deste ciclo é a escura emanação lunar de Tamas, onde o vinho lunar é de uma natureza mais escura e representa o Graal da Escuridão.

Juntas, estas três divisões formam o Tribundu ou semente tripla de Shanti, Shakti e Shambdu ou Paz, Poder e Plenitude.

Os Ensinamentos Esotéricos Kala-Chakra

Estes são ensinamentos esotéricos a respeito dos chakras que devem ser considerados sob a luz de como entendemos os kalas e os ciclos lunares. Estas atribuições são baseadas no antigo arcano tântrico e portanto afastam muitos sistemas de atribuição modernos. O sistema é baseado na dualidade do Sol e da Lua, onde os planetas são atribuídos conforme esta dualidade. Portanto, as atribuições são as seguintes :

"Pois ele é sempre um Sol, ela sempre uma Lua."

Livro da Lei

Ajna Mercúrio e Plutão Terceiro Olho e Cérebro
Visuddha Júpiter e Saturno Língua e Garganta
Anahata Lua Coração
Manipura Sol Plexo Solar

Svadhistana Vênus e Urano Ânus e esfíncter
Muladhara Marte e Netuno Kanda e órgãos sexuais




Acompanhando a atribuição acima está a associação esotérica glandular. O primeiro planeta é Solar, o segundo, Lunar. Então encontramos Mercúrio dominado pelo Sol e controlando a fala, pensamento e genialidade, enquanto Plutão é dominado pela Lua e controla a escuridão, silêncio e máscaras. Desta maneira se vêem os outros planetas.

Além disto, podemos querer os planetas avaliados nos ciclos Lunar e Sazonal, e portanto criamos uma ligação entre os Kalas, Chakras e Planetas. Plutão é misterioso como a Lua Nova, Marte é quente como o Verão, Vênus, a 'estrela' do novo amor é como o Outono, Júpiter é como o Inverno, Netuno é como a Lua Crescente, Urano como a Lua Cheia, Saturno como a Lua Minguante e por aí vai. Além da informação esotérica dada acima podemos também examinar os três sub-chakras no organismo masculino e feminino, sendo estes relacionados à fórmula IAO, após algum estudo e meditação em seu uso. Eles emanam do Muladahara chakra, têm localidades e cores atribuídas.

Macho

1. Lótus Anal - Carmim; Marrom com reflexos dourados

2. Lótus da Próstata - Branco, Diamante.

3. Glande - Púrpura, lilás e vermelho.

Fêmea

1. Lótus Anal - Carmim; marrom c/ reflexos dourados

2. Entre a Uretra e o cérvix uterino - Laranja

3. Clitóris - Verde

Novamente, chegamos a um sistema de atribuição alternativo, sendo possível polarizar as Sephiroth nos chakras. Por exemplo, Binah e Chokmah podem trabalhar juntos no Ajna chakra, contudo, é igualmente possível criar uma correlação dos setes maiores e dos três sub-chakras com Malkuth, Yesod e Hod como os sub-chakras sexuais que se estendem do Muladhara até Netzach, Tiphereth como o genital, Geburah como o plexo solar, Chesed como o Coração, Chokmah como a garganta, Binah como Ajna e Kether como o Sahasrara. Todas estas correspondências provêm algumas possibilidades interessantes, oferecendo uma avenida pronta para ser explorada pelo mago empreendedor.


Tabelas de Kalas

Nas páginas seguintes estão as tabelas de Kalas, delineando os quinze kalas básicos e o décimo sexto como sua síntese. A natureza destes pode ser conhecida de maneira mais avançada notando-se que são 16 + 16 e portanto formam uma completa Árvore da Vida e têm correspondências cabalísticas. As associações tradicionais em textos tântricos hindus antigos incluem nome, o chakra que governa aquele kala, divisão tripla e Nuitya ou designação hindu.



OS KALAS


Nome  Chakra Astrologia Nuitya

Máscara Ajna             Plutão Nilapataka
Ocultador Visuddha  Saturno Vijaya

Frio          Anahata     Lua Nuitya
Controlador Svadhisthana Urano Sarvamanga
Sedutora Muladhara Netuno Jvalamalini

Limpo     Ajna Ar Bherunda

Molhado Visuddha Terra Nityaklinna
Misturado
--- Éter Citra

Vagina Svadhisthana Água Vhagamalini

Voluptuoso Muladhara Fogo Kameshvari

Agitador Ajna Mercúrio Tvarita

Dador Visuddha Júpiter Sivaduti

Brilho Manipura Sol Kulasundari

Amante Svadhisthana Vênus Vajreshvari

Chama Muladhara Marte Vahivasini






Tamas rege de Nilapakata a Nityaklinna

Sattvas rege de Citra a Sivaduti

Rajas rege de Kulasundari a Vahivasini



KALAS E OS ELEMENTOS DE TAROT


Nome Tarot Astrologia / Qabbalah
Máscara Nil Kether / Chokmah

Ocultador Diabo/Estrela/Universo Capricórnio/Aquário

Frio Sacerdotisa/Carro Câncer

Controlador Nil Binah / Chesed

Sedutora Nil Geburah / Tipheret

Limpo Louco Nil

Molhado Nil Yesod / Malkuth

Misturado Nil Netzach / Hod
Vagina Enforcado Nil
Voluptuoso Aeon Nil
Agitador Magus/Amantes/Ermitão Gêmeos / Virgem

Dador Roda/Arte/Lua Sagitário / Peixes

Brilho Sol /Luxúria/Emperatriz/Hierofante Leão

Amante Ajuste Touro / Libra

Chama Torre/Morte/Emperatriz Escorpião / Áries




Novamente, estas atribuições são feitas a partir dos planetas e seu governo astrológico, a partir destes um sistema de Tarot e Qabbalah pode ser desenvolvido. As modificações são deixadas para seu engenho pessoal.


Os Kalas e o Tarot

Entendemos os kalas formando-se a partir do esotérico e microcósmico fluxo e refluxo do universo, mas nos diversos estudos dos Kalas nunca foi esquematizada uma possível relação entre os Kalas e o Tarot. Antes, fizemos um estudo da interpretação tântrica dos caminhos como secreções, agora, na tabela da página anterior você pode ver a correlação entre os Kalas, Caminhos e o Tarot.

Esta é uma lista experimental e está baseada nas atribuições planetárias tradicionais para os Kalas e seu governo astrológico, não foi oferecida aqui como uma solução final mas como uma possível correlação para os Kalas e a Árvore que se encaixa na informação disponível. A informação a respeito das atribuições é especificamente baseada nos dados astrológicos encontrados no grimório conhecido como Grimório Vinte e Sete.

As primeiras coisas que podemos fazer com este sistema de atribuição é entender a natureza do sistema. Embora haja 32 potenciais dentro do sistema (os Kalas de ambos os sexos), suas naturezas também estão refletidas em cada organismo, sendo que cada série de 16 contém a chave para a informação de 32. Esquematiza-se isto da seguinte maneira.

As cinco atribuições acima são Plutão, Netuno, Urano, Terra e Éter são as chaves para os arcanos e para as sefiras, cada uma regendo duas seções, isto é, Plutão rege Kether e Chokmah, Netuno rege Binah e Chesed, Urano, Geburah e Tipheret, Éter, Netzach e Hod, e Terra, Yesod e Malkuth. Cada uma cobre as possibilidades destas Sephiroth e arcanos menores nos quatro mundos (Paus, Espada, Ouros e Copas). Estas foram colocadas em conjunto com outras atribuições como códigos para manter estas revelações longe dos destreinados. Os naipes são atribuídos como Reis-Plutão, Rainhas-Netuno, Valetes-Urano e Terra-Cavaleiros (ou Princesas). O Éter não é atribuído a naipes.

Utilizando-se de tal sistema de atribuição temos 10 kalas sobrando, sendo estes atribuídos como acima, os Kalas elementais governam as atribuições elementais : Ar-Louco, Água-Enforcado, Fogo-Aeon, os sete restantes provêm a chave para atribuirmos o resto do Tarot. Os sete planetas são atribuídos aos arcanos restantes, bem como a regência astrológica às 12 chaves do Tarot. Portanto, o sistema de atribuição é este esquematizado. A regência pode ser decifrada por um conhecimento elementar dos planetas e dos signos do zodíaco que eles regem, disponíveis em qualquer texto básico de astrologia.


Ciclos dos Kalas

Ao trazer estas atribuições em perspectiva, vamos examinar as ligações entre os Kalas e o Universo, nossos corpos e os Sistemas Estelares.

Se aceitamos que Sirius é o nosso sol secreto, então devemos basear nosso entendimento no padrão de Sirius de sessenta batidas por minuto. Isto também pode ser aplicado nos ciclos respiratórios de acordo com a compreensão de que uma respiração completa deve levar quatro segundos (inalação e exalação). Num período de vinte minutos deveria haver 360 respirações, em vinte e quatro horas, 21.600 respirações. Se ligarmos isto com os 360 graus do zodíaco, encontramos 1.800 respirações para cada constelação e sessenta para cada grau para cada minuto. Resulta disto que quinze respirações, que se relacionam com os quinze kalas ou ciclos iguais a um grau do zodíaco. Encontramos então uma relação direta entre o homem e o Universo.


Conclusão

A Magia Sexual restaura no humano o ritmo da natureza e o movimento do universo, restaura seu corpo e sua mente para seus lugares corretos como veículos da manifestação do Eu e transmissores de Ojas de dimensões externas e internas. A Magia Sexual traz para o Mago a realização que ele ou ela é a ligação entre os Universos objetivo e subjetivo e que o Humano Superior não apenas forma um novo estágio na evolução humana, mas uma compreensão totalmente nova da vida. Este despertar era conhecido pelos antigos como "A Visão do Deus Pan"...



IX - Alquimia Sexual





Os segredos da Alquimia Sexual são baseados numa compreensão do uso das secreções do organismo dentro de uma forma específica de prática ritual. As práticas reais de Alquimia Sexual cobrem todo o espectro da Feitiçaria Tântrica, enquanto sua síntese é encontrada num único rito, a Missa do Espírito Santo.

Este rito é a base da Eucaristia Tântrica e é a chave para a formação de missas mais avançadas tais como a Missa Gnóstica e a Missa dos Esquecidos.

A Missa do Espírito Santo é uma exposição de um rito totalmente tântrico, combinando elementos da Alquimia, do mais físico ao mais espiritual. Está centrada no uso do Cálice sagrado no qual o vinho da vida é despejado, a oblação é então consumida, sendo a manifestação da pedra viva dos filósofos, a Pedra Filosofal, também conhecida como Amrita ou Orvalho da Imortalidade.

O simbolismo da Missa tem sido sempre ensinado de uma maneira velada para proteger o rito de abuso. Os ritos usam a polaridade divina assumida dentro de uma situação ritual. Esta polaridade pode ser tanto numa técnica sexual Gamma ou Epsilon com considerações associadas (Formas de Deuses, etc.). A Missa do Espírito Santo ajunta as várias facetas da prática oculta para abrir uma porta para os poderes da transmutação, de acordo com isto deve ser bem estudada com Vontade e Luxúria.


O Simbolismo da Missa

Ilustrando o texto de Franz Hartmann "O Simbolismo Secreto dos Rosacruzes", encontramos a imagem da sereia do universo levantando-se no oceano cósmico. Este glifo é a Missa do Espírito Santo cifrada, seus seios sendo seguros em suas mãos e deles jorram duas correntes retornando ao mar. Estas, por sua vez, produzem duas correntes internas ao mar, que levantam a sereia. Hartmann dá a seguinte descrição da figura :

"A figura representa o fundamento das coisas e do qual todas as coisas nascem. É um princípio dual da natureza, seus pais são o Sol e a Lua, produz água e vinho, ouro e prata, pelo Deus bendito."

"Se você torturar a águia, o leão se tornará delicado. A águia derrama lágrimas e o sangue vermelho do leão deve se encontrar e misturar-se com elas. A águia e o leão banham-se e amam-se mutuamente."

"Eles se tornarão como a Salamandra e tornam-se constantes no fogo."

Pela descrição acima, vemos que Yod é o Leão Vermelho enquanto que He é a Águia Branca, aqui estão os dois pólos do rito que provém da Mãe Cósmica de Ain. O princípio ativo é o He, enquanto o passivo, nesta aplicação, é Yod. Aqui encontramos o reverso dos papéis cabalísticos tradicionais com o passivo sendo aplicado no papel superior. Esta interpretação é importante pois cria o segredo da Missa do Espírito Santo. Os papéis de macho e fêmea podem também ser aplicados aqui com a fêmea como Yod e o macho como He, contudo, estes devem, novamente, ser entendidos mais como papéis do que como tipos físicos rígidos.

Na Alquimia tradicional o princípio de Yod é aplicado a Chokmah, como um papel passivo ou feminino. O título dado a este papel é "O Athanor", que é descrito no Anphiteatrum de Khunrat como "uma fornalha teosófica selada cabalísticamente."

Enquanto que o princípio He é aplicado a Binah, num papel ativo e é conhecido como "A Cucurbita". É descrita por Khunrat como "uma vasilha circular e cristalina, de proporção ajustada para a qualidade de seu conteúdo". O Athanor e a Cucurbita formam os dois pólos da Missa do Espírito Santo, eles são diferenciações da Mãe Cósmica, que pode ser entendida como NOX ou Kali, com o potencial de Kether habitando em seu seio.


Os Dois Produtos

Do Athanor e da Cucurbita são produzidos dois eflúvios. Estes são usados em conjunto para criar o ouro líquido ou a Pedra Filosofal. Estes eflúvios são expelidos do Athanor e da Curcubita durante os ritos de Magia Sexual. Eles são o Sangue do Leão Vermelho e as Lágrimas da Águia Branca. O sangue que é expelido do Athanor é também conhecido como a "Serpente", por relacionar-se com o conceito hindu de Kundalini como força feminina. O Leão Vermelho é uma imagem peculiar relacionada à antiga deusa Sekhmet, que era a personificação do calor sexual. Enquanto que a Águia Branca relaciona-se ao fluxo de sêmen do princípio masculino.

Estes dois fluidos contém os Kalas, quando combinados eles interagem formando uma nova substância. O foco do rito tântrico é estimular os kalas e dar impulso à secreção de dezesseis emanações ao invés das quatorze do não iniciado.

Conforme discutido anteriormente, existem três formas de Kalas. Estas são formadas pelas variações na polaridade : magia apolar produz a Lava Negra, magia polarizada produz Néctar Frio, enquanto que a combinação de ambos produz o Pó Vermelho. Estas cores são simbólicas dos Kalas e não devem ser tomadas como a coloração física das secreções.


A Fórmula IAO como Alquimia Sexual

"Solve et Coagula."

O processo completo da Missa do Espírito Santo pode ser entendido como o processo de 'Solve et Coagula' (dissolver e aglutinar).

A primeira parte do rito é a combinação dos dois fluidos, isto é entendido em termos alquímicos como a corrupção das Lágrimas ou Glúten pela Serpente ou como o processo de Solve.

A segunda parte do processo é a Fênix, que ascende desta corrupção através da morte ou absorção da serpente e cria o talismã ou Eucaristia como entendido em Coagula. Esta substância é então consumida ou usada num ato de consagração.

As considerações físicas a respeito desta fórmula são também importantes, se um processo macho-fêmea está sendo usado, então a serpente (normalmente a mulher) corromperia as lágrimas em seu orifício vaginal. Se, entretanto, o objetivo é para trabalhos apolares então uma ênfase maior é dada na assunção astral de formas apolares visto que as combinações macho-fêmea tendem a enfatizar a polarização. A mesma consideração deve ser aplicada para trabalhos homossexuais sendo que sua tendência é criar Kalas apolares (Lava Negra). Nestes trabalhos (com dois homens) a mistura da substância deve ser feita num Cálice consagrado ou com um dos participantes assumindo o papel do Leão, o outro o da Águia. Enquanto que com duas mulheres o orifício vaginal de um dos magos deve ser escolhido como Leão, o outro, da Águia.

Não se pode subestimar quão importante é para todos os trabalhos de alquimia sexual a assunção de formas astrais. Os trabalhos astrais devem sempre ser considerados em combinação com a atividade física do sexo. A Magia Sexual combina a magia em todos os níveis portanto o processo físico não pode ser usado sozinho ou sem a execução adequada das facetas astrais e espirituais.


IAO

A fórmula IAO é um foco central para muito de nossa compreensão do processo da Magia Sexual. Quando corretamente entendida também forma uma chave central para a Missa do Espírito Santo. A fórmula IAO de acordo com o arcano do Novo Aeon é precedida e seguida pela letra grega Digamma (F), cujo som é extremamente similar à nossa letra V ou à letra hebraica Vav. Esta letra refere-se à imagem de Hórus. Quando aplicada no microcosmo é o Rebento da Vontade ou Eu Verdadeiro. A fórmula em si é aplicada como se segue, precedida e seguida pelo Digamma da Vontade.

F (V) - Vontade Verdadeira

I - Virgem - A Semente Solitária

A - Escorpião - Paixão

O - Capricórnio - União

F(V) - Vontade Verdadeira

A interpretação dada acima é baseada na fórmula como aplicada no processo usado na Missa do Espírito Santo. É também possível interpretá-la em termos relacionados ao indivíduo envolvido no processo de transformação pessoal através da Magia Sexual. Essa interpretação é a seguinte :

F - Eu Pueril - Latente (Não Desenvolvido)

I - Virgem - Virginal, não desflorado

A - Escorpião - Mago Sexual

O - Capricórnio - Andrógino

F - Eu Verdadeiro - Humano Superior


Conclusões

Os ritos tântricos como vistos na Missa do Espírito Santo são ritos de magia sexual usando a assunção de formas de Deuses para dentro do(s) mago(s) e a formação de um produto sexual através da mistura de Kalas repletos de secreções. Dependendo da maneira pela qual as formas de Deuses são assumidas (o grau de polarização) uma variedade de resultados podem ser condicionados de acordo com os três tipos de Kalas.

Os aspectos mais importantes do processo são a sustentação do calor sexual e a assunção e fixação das formas de Deuses (God-forms). O elixir criado é tanto consumido como usado para carregar um Talismã ou item similar. Este Orvalho da Imortalidade criado da mistura de fluidos variará em poder na proporção direta do crescimento espiritual dos envolvidos e das contrapartes astrais do rito a respeito da preparação e procedimentos rituais. Exemplos de uma Missa do Espírito Santo completa são encontrados em formas ritualísticas tais como a Missa Gnóstica e a Missa dos Esquecidos. Neste ponto não oferecemos procedimentos estritos para a Missa, deixando-os para a própria experimentação dos magos.


Apêndice Um:
 Sobre Simbolismo Alquímico

Há algum debate na verdadeira interpretação do simbolismo da alquimia em relação ao processo tântrico. A interpretação dada é baseada nas tradições de Feitiçaria Sexual. O Athanor refere-se ao papel passivo ou feminino por denotar uma fornalha selada, que obviamente é uma vagina ou forma de orifício. A Curcubita ou vaso é um tubo ou suporte, que pode ser relacionado ao Falo.

A Serpente e o Sangue do Leão tendem a ser relacionados ao princípio passivo por dois motivos : primeiro, a atribuição feminina da Kundalini ou a Serpente na prática tântrica hindu; segundo, a relação entre o fluxo menstrual e o sangue do Leão.

O Glúten ou as Lágrimas podem ser ligadas à brancura do sêmen. Em alguns textos de alquimia o produto é dividido em dois estados, a Primeira Matéria e a Pedra Filosofal. Também seguimos esta distinção, sendo a Primeira Matéria a combinação de fluidos antes da ativação ritual final e a Pedra Filosofal ou Orvalho da Imortalidade sendo o produto final.

Em alguns livros tais como "Sexualidade, Magia e Perversão" (Sexuality, Magic & Perversion), de Francis King (New England Library), embora contendo textos excelentes, é perpetuado o erro de que o Athanor é masculino e que o vaso é feminino. Isto pode refletir o sexismo de alguns escritos tântricos antigos, mas se usado com consistência interna ainda atingirá resultados, pois a prática é mais relevante do que a teoria acadêmica. Contudo, oferecemos esta consideração do simbolismo alquímico e tântrico para a sua referência.


Apêndice Dois:
 O Santuário Soberano Astrum Argum e as Modernas Ordens Crowleyanas

O Santuário Soberano Astrum Argum é uma ordem astral que focaliza seu trabalho na Magia Sexual. Pelo mundo afora, muitas ordens, grupos e indivíduos têm comunicação, de uma forma ou de outra, consciente ou inconsciente, com esta fonte. Acreditamos que não haja nenhuma manifestação física desta ordem e a reclamação solitária de tal poder deve ser considerada suspeita.

Nossa visão é que Crowley deliberadamente jogou a OTO em confusão na sua morte, demandando que seus estudantes pusessem ambos pés no chão. Desde aquele momento muitos reclamarem o título, mas na mente do autor, declarações físicas de linhagem são totalmente irrelevantes. A importância está no resultado dos seus trabalhos, não na propriedade física de alguma forma de autoridade. Eu encontrei grupos seguindo o espírito da OTO sem nenhuma autoridade envolvida (num nível físico) e com ainda mais autoridade espiritual do que qualquer das ordens 'aceitas'.

Embora respeitemos aqueles que clamam 'prova histórica de linhagem', a opinião de nossa Ordem é "os conhecereis pelos vossos frutos" e que "para provar o bolo, só comendo". Se qualquer ordem ajuda-o a crescer, então ela é 'de linhagem' para você.

A respeito dos materiais publicados aqui eles são o produto de anos de pesquisa dos trabalhos de nossa Ordem sob a orientação espiritual da Ordem astral "Astrum Argum". Nós reimprimimos vários trabalhos de referência neste texto. No espírito de compartilhar esta mensagem com aqueles procurando sabedoria. Não clamamos por qualquer ordem física ou tradições características, pois não sentimos necessidade.

A experiência é o maior mestre. Tenho dito !


X - Magia Sexual Delineada



"Todo homem deve aprender a dominar suas paixões absolutamente. A condição preliminar de sucesso é obter uma visão clara do assunto em cada detalhe, através de análise íntima e precisa."


"O primeiro passo é obviamente o medo a fascinação que a mais suave ilusão do assunto despertam no humano comum. É entretanto essencial para as pessoas adquirirem um domínio intelectual completo do assunto."

"Quando elas puderem contemplar qualquer idéia sobre o sexo sem emoção de qualquer tipo, elas estão bem no caminho para a liberdade. É meramente o mesmo princípio treinado por um estudante de medicina para observar operações e dissecar cadáveres sem chorar, desmaiar ou ficar com medo, etc. O cirurgião deve olhar seu paciente como um crítico de arte olha uma pintura ou como um advogado olha um processo. Quanto maior sua excitação, menos estreitamente ele poderá enxergar, tornando-se confuso e totalmente inútil para pronunciar uma opinião ou tomar a ação adequada."

"Isto pode soar trivial ainda que a maioria das pessoas não possam entender tal explicação acima - a mera menção do assunto joga-as num espasmo cego de luxúria, explodindo ou em Priapismo ou camuflado em indignação chocada."

Six Articles on Drugs (Seis Artigos sobre Drogas), Aleister Crowley

Concentração e desapego são as chaves para toda a Magia Sexual.

Como colocado no exerto acima apenas um total exame objetivo da sexualidade permitirá ao Mago trilhar o caminho da Iluminação Tântrica. O sexo deve ser entendido como uma ferramenta de trabalho, que é, portanto, totalmente controlada pela Vontade e usada de acordo com os ditames da necessidade ao invés de devido aos espasmos da luxúria e do desejo. Claro, luxúria e desejo têm o seu lugar, mas eles são apenas de valor quando suas forças são desencadeadas e usadas num dado rito. Atividade sexual indiscriminada é um desperdício de energia e poder concentrado.

Portanto, além de Concentração e Desapego, a maior lição é o controle. O impulso sexual deve ser tomado sob a dominação da Vontade e usado como um veículo para o alcance de estados superiores. Deve ser condicionado num estado onde possa ser ligado e desligado pelo comando da Vontade. Neste estado o mago está verdadeiramente no controle, ao invés de ser controlado por seu instinto corporal.

As técnicas de magia sexual devem ser estudadas com diligência bem como com objetividade. Elas são complexas e envolvem os aspectos maiores do espectro humano da sexualidade e ainda, dentro de suas fronteiras, é a chave secreta para o sistema de desenvolvimento mágiko do Novo Aeon e para a manifestação do Humano Superior.


A Estrutura de Graus do Tantra Tradicional

A OTO foi a primeira ordem fora a Astrum Argum a aceitar a Lei de Thelema. Seus trabalhos eram primariamente maçônicos até o sexto grau com o Tantra esquematizado nos graus superiores. O título OTO era primariamente uma cifra, resumindo os mistérios do Novo Aeon de um maneira simples. O T era Teth, a serpente da Kundalini e Set, enquanto que os O's eram os olhos de Hórus e Set (HoorPaarKraat e RaHoorKhuit) conforme eles manifestavam-se com a dualidade da época presente. O T também relaciona-se à Torre como um cajado fálico e como a Torre de Maat, numericamente o título dá 149, ALIM CHIIM : os Deuses Vivos. Também se iguala ao quadrado de treze, a passagem pelo Abismo. Portanto, os títulos referem-se aos alcances de poder superiores onde o humano é transfigurado em estados superiores de ser.

A OTO passou por diversas mudanças após a morte de Crowley, muitos dos ensinamentos perderam-se dentro da estrutura pseudo-maçônica que muitas ordens insistem em sustentar. Muito do Misticismo Sexual da ordem foi absorvido pelo Santuário Soberano da Astrum Argentum.

O termo Astrum Argum significa "Estrela de Prata" e refere-se a Sirius, a alma de Ísis e representa o ponto de origem para os ensinamentos dos Mistérios e das correntes de energia da era presente. O sistema de graus da OTO esquematizou seu arcano tântrico através dos graus sétimo a décimo primeiro, sendo ensinados em nosso sistema representados pelas letras gregas de Alfa a Epsilon.

Estes ensinamentos tântricos ainda têm a mesma relevância que eles tinham em tempos passados e oferecem um sistema válido de transmutação interna que leva o homem para novos estágios de evolução, onde ele se torna um dos "Deuses Vivos".


Santuário Soberano Astrum Argum

O Santuário Soberano Astrum Argentinum compreende os vários arcanos de Magia Sexual. Está dividido em cinco classes distintas, com algumas subclasses adicionais dentro de certos graus como Gamma e Epsilon. As técnicas de cada classificação devem ser estudadas e dominadas. As classes Alfa e Beta devem ser dominadas sucessivamente, enquanto que as classes Gamma, Delta e Epsilon podem ser trabalhadas concomitantemente. As subclasses extras de Dianismo e Qodosh devem ser trabalhadas em uníssono com as técnicas Gamma e Epsilon.


Trabalho Pré-Alfa

Antes de trabalhar as várias fases da tradição tântrica do Santuário, é imperativo ao mago chegar a uma experiência de desapego a respeito do ato sexual. É óbvio que todos os magos experimentarão as chacoalhadas do desejo e da luxúria, mas estas devem ser controladas e usadas de tal maneira que elas formem o veículo pelo qual a imaginação concentrada pode se projetar para a realidade.

Os magos devem gastar algum tempo explorando as várias avenidas de experiência sexual disponível e desenvolver uma atitude objetiva em direção ao uso do organismo como a mais potente arma ou ferramenta mágika. O mago deve meditar na localização das ferramentas elementais dentro do corpo para atingir um estado tal quando o corpo físico em si mesmo é experienciado como templo vivo do Eu.


Alfaísmo

O grau Alfa de Magia Sexual é baseado nas técnicas de masturbação. Pode ser usado por ambos os sexos e está centrado no uso do orgasmo para programar certos desejos. Quando trabalhando com esta forma de magia é imperativo a prática da bilocação de consciência para que a concentração não se quebre no orgasmo, como ocorre com o sexo rotineiro, mas propalar a mente para os mundos psíquicos. As técnicas de prolongamento do orgasmo e aumento da voracidade do orgasmo devem também ser praticados neste grau.

O uso da masturbação é ilimitado, alguns dos trabalhos tântricos mais comuns deste átrio são a Consagração de Talismãs, Encantamentos, ferramentas e afins, várias fórmulas de Controle Onírico, Magia Fetichista (Doll Magick) e Assunção de Formas de Deuses.

Alguns exemplos incluem uma técnica de controle onírico onde a masturbação é usada antes de dormir mas sem se completar, para que um estado de sonho seja disparado num modo semi-consciente. Magia Fetichista, onde uma urna é usada como gerador para dar vida a desejos inconscientes e assunção de formas de Deuses onde o organismo estimula o corpo astral a tomar a forma de uma dada Sephirah, Deus ou entidade. As últimas técnicas, contudo, margeiam o Átrio Beta.


Betaísmo

O grau Beta da Magia Sexual é baseado no uso da masturbação com ênfase no controle do corpo astral. Após este controle tenha sido atingido o grau se expande para incluir a assunção de uma larga amplitude de formas de Deuses numa plena experiência de sua força.

Esta experiência varia da possessão na qual demanda ao mago estar sempre em total controle do que está sendo experimentado. Outras variações deste átrio incluem a manipulação do corpo astral usando a força sexual para criar experiências de animais e insetos. Estas forças, que representam fases primevas da consciência pré-humana oferecem grandes possibilidades de desenvolvimento interno.

Inclusos neste grau estão a habilidade especial de separar um segmento do corpo astral e experimentar congresso sexual com outras formas de vida, tanto como projeções internas, como separadas e reais, inteligências não humanas.

Técnicas de Magia usando a masturbação estão neste grau de treino. Estas são alcançadas pelo uso de glóbulos, criados pela masturbação e pensamento focalizado, são programados para realizar certas tarefas. Estes glóbulos podem variar desde elementais artificiais até seres marcadamente reais (golem).


Gamaísmo

As técnicas Gamma são baseadas nos trabalhos de Magia polarizada, por assim dizer, ambos parceiros, de qualquer sexo, concordam em assumir formas de Deuses complementares por natureza (passivo e ativo). Embora trabalhos com o mesmo sexo com a assunção de formas de Deuses sejam bem sucedidos na maioria dos trabalhos Gamma, há algumas exceções tais como a encarnação de forças em forma física. Bons exemplos são achados no livro "Moonchild" de Aleister Crowley.



Epsilonismo

Devemos agora pular para os trabalhos Epsilon, sendo eles um reflexo direto dos do Gamma, embora estejam baseados em Magia apolar. Por assim dizer, cada parceiro deve assumir uma forma de um Deus, mas ambos do mesmo sexo. Esta forma de trabalho pode ser alcançada através de qualquer orientação sexual, contudo, muito do trabalho Epsilon é baseado na técnica que não produza criança astral e portanto a técnica homossexual é preferida.

Quando trabalhando com a exploração dos Qlipphoth e do Universo B, os trabalhos Epsilon são mais adequados, provendo um dínamo de força apolar de grande magnitude que pode ser focalizado na direção do Kala/Túnel sendo usado.


Gamma - Epsilon

Há muitos trabalhos que podem ser adotados tanto em técnicas heterossexuais quanto homossexuais. Estes incluem a assunção de formas de Deuses para que ambos os parceiros tornem-se manifestações daquela força, comunicação com outras formas de vida além da humana (usando o campo sexual de energia como um triângulo de manifestação), a indução de estados alterados, o controle do tempo e a experiência de outras dimensões.


A Eucaristia

A Eucaristia é uma função primária dos graus Gamma e Epsilon. Sendo que ambos os sexos têm Kalas dentro de seus fluidos a possibilidade de sacramento por secreções é sempre possível. É de se notar que os sacramentos heterossexuais estão ligados ao Universo A (Árvore da Vida frontal), enquanto que os sacramentos homossexuais estão ligados ao Universo B (Árvore da Vida dorsal), embora uma forte assunção de formas de Deuses possa influenciar tais ocorrências. O sacramento pode ser usado num largo espectro de rituais incluindo a cura, despertar da Kundalini e manifestação de forças na consciência através do sacramento como veículo.


Dianismo

Dianismo é uma técnica que pode ser usada tanto nos trabalhos Gamma quanto nos Epsilon. Envolve o congresso sexual sem a ejaculação. Este procedimento então pode ser usado para canalizar o Prana ou Ojas dos fluidos sexuais de volta pelos canais da coluna dorsal e inclui estados alterados. Tem também usos importantes dentro das técnicas de Kundalini do Arcano Delta.

Tem grande potencial em relação a assunção de formas de Deuses onde o estado de êxtase sexual é prolongado e os efeitos da assunção são aguçados. Uma variação desta técnica é a projeção da sua própria Vontade Verdadeira em seu parceiro durante o Dianismo para que uma experiência desta natureza possa ser alcançada. Entretanto, isto só será bem sucedido após muito preparo.


Qodosh

Qodosh é a técnica de congresso sexual completo usando o prolongamento do orgasmo para manifestar os desejos da imaginação concentrada. esta técnica pode ser usada com sucesso por qualquer orientação sexual. Contudo, sendo a concentração um imperativo, a prioridade deve ser dada a um parceiro sexual com o qual você não está profundamente atraído, sexual ou emocionalmente. É claro que isso criará uma forma profunda de desapego que ajudará no sucesso dos trabalhos Qodosh.

O uso primário desta fórmula inclui a manifestação de vários desejos na realidade.


Deltaísmo

Há uma larga amplitude de técnicas para despertar a Kundalini, incluindo concentração, drogas, choques, música, movimento e dança, emoção, êxtase religioso e técnicas sexuais. O grau Delta concerne-se com todos estes métodos menos o de choque e violência, pois tendem a ser contraprodutivos.

As técnicas sexuais deste grau incluem variações de métodos tanto de Dianismo e Qodosh bem como Gamma e Epsilon. A ênfase neste grau é a ativação dos chakras e o despertar da Kundalini para que o organismo se transforme por completo num veículo adequado para o nascimento do Humano Superior.


Trabalhos Específicos

Aqui começamos a ver as possibilidades da Magia Sexual na prática. Conforme estudarmos os detalhes deste sistema sexual conseguiremos compreendê-lo mais ainda. É sempre importante perceber que a sexualidade é um aspecto do sistema, um aspecto importantíssimo, mas ainda assim, apenas um aspecto. Deve ser usado com moderação com as outras facetas do treino mágiko e oculto.

Apenas com uma mente treinada e um corpo disciplinado a magia Sexual se provará bem sucedida. Se você apenas deseja sexo, não procure o Tantra. A magia sexual demanda controle e concentração e isto deve ser mantido claro na mente ao examinar-se as várias classes de rituais.

Após a consideração destes graus poderemos pensar como eles podem se relacionar com os Kalas/Túneis/Caminhos da Árvore viva. Nas páginas seguintes ofereceremos tabelas de algumas possibilidades a se considerar. São tabelas cujas chaves trabalham melhor para se atingir resultados dos caminhos dados. Poderá se provar útil a aceitação da atribuição Gamma-frontal e Epsilon-dorsal para a Árvore como uma equação básica de trabalho.

Seguindo estas tabelas iremos discutir as várias classes em detalhes com a elucidação das técnicnas e práticas.

A seguinte tabulação é apenas uma pequena amostra das possibilidades, na realidade, ela apenas arranha a superfície. Outras possibilidades em reinos Qlipphóticos, etc. podem ser experimentadas de acordo com o engenho do mago.

Acima de tudo o mago deve perceber que a Magia Sexual é uma arte empírica e portanto a experiência é o melhor professor.


TABELA DO ARCANO TÂNTRICO DO SANTUÁRIO SOBERANO

ALFA (SÉTIMO GRAU)

Magia masturbatória, Consagração de Talismãs, Controle Onírico, Projeção Globular, Assunção de Formas Astrais de Deuses.

BETA (OITAVO GRAU)

Criação de Formas Astrais (elementais artificiais, golens, etc.), Assunção de Formas Astrais, Magia das Máscaras, Licantropia.

GAMMA (NONO GRAU)

Magia Polarizada, Criança Astral, Missas Ocultas, etc.

DELTA (DÉCIMO GRAU)

Despertar da Kundalini, Estimulação dos centros de energia (chakras).

EPSILON (DÉCIMO PRIMEIRO GRAU)

Magia Apolar, Magia Qlipphótica, intrusões em reinos de escuridão.

GAMMA OU EPSILON (10º / 11º GRAUS)

Estes trabalhos podem ser Projeções, Controle do Tempo, Assunção de Formas adaptadas para Gamma ou Epsilon, Comunicações com outras Formas de Vida Não Humanas, Estados Alterados, Conjurações Rituais, etc.

EUCARISTIA (TODOS OS GRAUS)

Uso de Eucaristia Sexual, cura, despertar da Kundalini e Missas Ocultas.

DIANISMO E QODOSH

Sexo Gamma/Epsilon não ejaculatório.

Assunção de Formas de Deuses, Estimulação dos Chakras, Alquimia Interna, Disparo do Êxtase, Projeção da Imaginação. Uso do orgasmo como programador, Manifestação da Imaginação na Realidade.


TRABALHOS ESPECÍFICOS

Alfa

- Sacerdote/Sacerdotisa Solitário

Consagração dos 15 Kalas

Materialização dos Kalas 13/ 18 e Rituais Talismânicos

Beta

- Sacerdote/isa por Sacerdote/isa

Indução de Transe, Nutrição e Vigor (16º Kala), Ativando o corpo como veículo para os Kalas para a Eucaristia (14º kala)

- Sacerdote/isa por Sacerdote (qualquer combinação) Êxtase/ Oráculo

- Oral / Manual Magia com Máscaras e Atavismos (27º kala)Feitiços/Ilusões (29º kala )

Gamma

- Criação, Intuição

Polarizada

- Eucaristia do 19º Kala

Inspiração

- Polarizada

Após a preparação do 14º Kala

Trabalho com o Universo B Polarizado Negativamente

Delta

- Solitário (manual)

24º Kala

- Sacerdote/isa por Sacerdote/isa

Despertar da Kundalini (arcano da Torre)

- Apolar

Arcano da Torre e do Aeon (oral)

Epsilon

Materialização do 26º kala, Invocação dos Qlipphoth (11º e 26º Kalas) e Túneis Individuais dos Qlipphoth









Kundalini Yoga sexual, Deltaismo



"Eu serpente secreta enroscada a ponto de saltar; no meu enroscar há alegria, Se levanto meu coração, eu e minha Nuit somos um. Se eu abaixo minha cabeça, eu lanço veneno, então há êxtasena terra e eu e a terra somos um."

Livro da Lei II:26

O arcano Delta é baseado nas várias técnicas da Magia Tântrica de Kundalini, estas técnicassão a síntese de ambas fontes ocidental e oriental. No oriente a relação entre magia sexual e a Kundalini é íntima e óbvia como esquematizada dentro dos Tantras. Contudo, no ocidente as chaves para a Magia da Kundalini têm sido escondidas sob a guisa de simbolismo Alquímico e de Tarot e portanto a conexão tem sido conhecida apenas pelos magos. O grau Delta delineia as técnicas para o despertar da Kundalini e discute a relação entre estas e o fluxo de Kalas e Amrita na forma de Veneno e Néctar. Esta conexão é claramente sugerida no verso do exerto acima.


As Dez Facetas do Despertar da Kundalini

Quando examinanos as várias técnicas do despertar da Kundalini (incluindo a purificação e estimulação dos Chakras), descobrimos que pode ser dividida em dez aspectos. Estes dez aspectos devem ser dominados individualmente como facetas do treainamento dos magos dentro do arcano Delta. Estas dez facetas podem ser sumarizadas como segue :

1. Concentração Total

2. Drogas e enteógenos

3. Paradigmas Alternativos

4. Músika (música & mágika)

5. Dança

6. Técnica Sexual

7. Estados Extáticos

8. Estados Impessoais de Êxtase

9. Frenesi Religioso

10. Entusiasmo Dissolúvel

Embora estas dez técnicas possam ser bem sucedidas isoladas, a qualidade do estado de consciência resultante deve ser considerada bem como as demandas de procedimentos usados num estado isolado. O grau Delta da Magia da Kundalini deve integrar todos estes aspectos numa variedade de técnicas mágikas. A Magia Sexual, quando aplicada à ativação da Kundalini, abre uma porta ampla para a exploração pessoal, sendo impossível de cobrir todos os métodos potenciais facilmente. Portanto, esquematizaremos os vários requisitos do grau e uma seleção de técnicas possíveis e deixaremos a exploração para o próprio mago.

Embora todos aspectos do grau devem ser dominados, as facetas da Magia da Kundalini, especialmente em seus aspectos extremos, oferecem um amplo espectro de possibilidades para formar uma adaptação altamente individual e pessoal dos trabalhos dentro do grau Delta.


As Dez Facetas do Despertar da Kundalini na Prática

1. Na prática, a faceta da concentração total é a chave para trabalhar todas as outras facetas do grau Delta. Apenas centrando a mente e concentrando suas energias podem as várias forças internas das chakras serem manipuladas de acordo com as várias práticas da Magia da Kundalini. É portanto imperativo para o mago aumentar tanto sua Vontade e imaginação antes de embarcar na jornada do arcano Delta.

2. O uso de drogas, isto é, substâncias, naturais ou artificiais, que provoquem estados alterados de consciência é tradicional como parte do arcano da Kundalini. Nas antigas escolas várias formas de alteradores da mente eram usados para que fossem induzidos estados de consciência alterada. Embora estas técnicas fossem usadas com muito sucesso, falta a muitos magos modernos o antecedente cultural para usar estas substâncias de acordo ao seu natureza correta, e embora sendo parte do arcano, seu uso só deve se efetivar se o mago tiver total controle. Controle total significa um pleno conhecimento de seu uso e reações, perigos, etc. e experimentação cuidadosa (certamente não o vício).

3. Paradigmas alternativos formam um sistema de Raja ou Yôga mental baseada na Qabbalah que dispara estados da Kundalini através do controle da mente através do uso de programação mental. O mago acha pelo estudo de vários sistemas cabalísticos de correspondência uma situação que surge onde a mente está programada pelos vários esquemas de informação contraditórios. Esta programação dispara uma reação mental onde a mente é levada até a submissão, sob o controle do Eu Interníssimo e uma reação da Kundalini é disparada no processo.

Este sistema ocidental é afim ao da Raja Yôga.

Alguns exemplos mais avançados deste sistema são encontrados em estruturas teóricas mais complexas da Teosofia e da Qaballah onde a teoria torna-se uma Yôga dentro se si mesma.

4. e 5. O uso de Música e Dança na Magia da Kundalini pode ser examinada nas várias escolas tradicionais dos Sufis e dos Dervixes. Ambas usam som repetitivo, como percussão junto à dança para que um estado superior de estimulação corporal possa ser alcançado e a energia circular através do sistema. Alguns aspectos deste sistema, especialmente a respeito da técnica de dança dervixe, manipulava o fluxo da Kundalini através do organismo físico duma maneira afim à HatHa Yôga no oriente.

6. As técnicas sexuais da magia da Kundalini cobrem um amplo espectro de possibilidades, podendo usar todas da dez facetasda ativação da Kundalinibem com um número de variações sexuais.

7. Estados extáticos formam uma parte integral do arcano Delta, podendo ser induzidos através de uma variedade ampla de métodos incluindo aqueles sugeridos em facetas anteriores. A importância destes estados está no fato de que eles induzem à purificação dos chakras e na direção correta, a manipulação do fluxo Ojas e a ativação da força da Kundalini.

8. e 9. As formas como esses estados podem variar de acordo com os meios usados, por exemplo, por via religiosa (devoção ou Bhakti), através da meditação impessoal, através da absorção em um ideal, etc.

10. Meditações Kali ou dissolutivas formam uma das facetas esotéricas não apenas no grau Delta mas do Tantrismo em geral. Elas oferecem uma nova apreciação da morte e do uso de Thanatos (o impulso entrópico) como uma ferramenta de inciação. Extremos de estados de êxtase incluem tais possibilidades como dor controlada e trabalhos de prazer, asceticismo, hedonismo extremo, 'body piercing' e modificações físicas, etc.

Todas estas são consideradas como possibilidades válidas tanto quanto os trabalhos excessivos do grau são mantidos na mente sempre controlados pela Vontade. Obssessões por esta fórmulas podem causar desastre para o mago.

Mantendo estas dez facetas em mente oferecemos as seguintes técnicas para os trabalhos Delta, cada um podendo ser moldado de acordo com o conhecimento, experiências e preferências pessoais.


Alquimia Interna

A prática da Alquimia Interna é encontrada nas escolas de Magia da Kundalini tanto tântricas como não tântricas. As preliminares desta prática incluem trabalhos como o Mudra Khechari. Nesta prática a língua é parcialmente inclinada para trás em direção à garganta, alcançando mais fundo com a prática e repetição da técnica. Finalmente alcança a região da faringe nasal atrás e acima do palato e produz um efeito marcante reportando uma variedade de estímulos ao cérebro e induzindo um estado de purificação chákrica e um gradual despertar da Kundalini.

Os mecanismos deste mudra são a língua como representação do Pênis; a faringe nasal, o Orifício (vaginal ou anal) e a carne moldada na forma de um U do palato, o clitóris. Estas representações criam uma estimulação semi-sexual das forças da Kundalini e representam a técnica autosexual preliminar do arcano Delta. A partir disto um mago pode praticar as várias facetas da Alquimia Interna que são baseadas na bilocação de Ojas dos fluidos sexuais e seu redirecionamento através dos chakras em direção oa Sahasrara Chakra.

Estes procedimentos podem ser realizados por dois meios distintos. O método mais tradicional é baseado no uso de uma técnica de Karezza masturbatório ou Karezza Gamma/Epsilon, onde os fluidos, embora estimulados, não são ejaculados mas o Ojas é redirecionado através dos Chakras. Esta é a Via Seca.

Uma prática moderna é usar a ejaculação mas no orgasmo bilocar o fluxo de sêmen e redirecionar o Ojas através dos Chakras, os fluidos sexuais físicos deixados para trás após esta atividade não devem ser usados por sua falta de elementos de Ojas e portanto são excrementos em natureza apenas.


A Torre

A Torre é uma fórmula de sexo oral baseada no arcano Delta, a Torre pode ser entendida tanto como a coluna dorsal como o falo. Portanto, é um procedimento de base masculina. Conforme a estimulação seja aplicada ao falo (Torre), cuja letra é Pe ou a boca, o orgasmo resultante deve ser relacionado ao despertar das energias da Kundalini subindo a espinha. Os testículos podem ser relacionados aos canais Ida e Pingala de cada lado da coluna ou Sushumna através do qual as forças da Kundalini sobem.

Este processo deve ser acompanhado por concentração intensa nas imagens dos chakras bem como nas palavras de poder entoadas para estimular a atividade de cada centro. A escolha de mantras é deixada para a discrição individual, uma técnica sexual de Pilar do Meio é o resultado que deve ser objetivado.


Outras Técnicas

Outras técnicas da Magia da Kundalini podem ser exploradas pelo mago individual, o uso de intercurso anal é uma conexão com a Kundalini que já foi discutida, em algum detalhe, no Mistério da Fênix.

Um dos procedimentos mais abrangentes para o Despertar da Kundalini é encontrado no Liber HHH (O Livro das Três Mães), Seção SSS (baseada na letra mãe Shin).


LIBER HHH

SEÇÃO SSS

SUB FIGURA CCCXI

"Tu és uma coisa bonita, mais branca que uma mulher na coluna desta vibração. Eu disparo verticalmente como uma flecha e torno-me aquilo acima. Mas é a morte e a chama da pira."

"Ascenda na chama da pira, Ó minh'alma !"

"Teu Deus é como o vazio frio do último céu, no qual tu irradias tua pequena luz."

"Quando tu vieres a me conhecer, Ó Deus vazio, minha chama deverá expirar em tua grande Nox.."

Liber Lapidid Lazuli, I:36-40


0. Sente-se em seu Asana, preferivelmente o do Trovão. É essencial que tua espinha esteja vertical.

1. Nesta prática a cavidade do cérebro é a Yoni, a coluna dorsal, o Lingam.

2. Concentre teu pensamento na adoração do cérebro.

3. Agora comece a despertar a espinha desta maneira.

Cencentra o teu pensamento na base da espinha e mova-o para cima um pouco por vez. Por este meio, tu te tornarás consciente da espinha, sentindo cada vértebra como uma entidade separada.

Deve-se atingir isto perfeita e plenamente antes de começar qualquer prática posterior.

4. Depois, adore o cérebro como antes, mas imagine, para ti, seu conteúdo como infinito. Faça-o ser o útero de Ísis ou o corpo de Nuit.

5. Depois, identifica-te com a base da espinha como antes, mas imagine, para ti, sua energia como infinita. Veja-a como o falo de Osíris ou o ser de Hadit.

6. Estas duas concentrações 4 & 5 podem ser ampurradas ao ponto de Samadhi. ainda assim, não perca controle da Vontade, não deixe o Samadhi ser seu mestre.

7. Agora então, estando consciente tanto do cérebro e da espinha, e incosnciente de todo o resto, faça-te imaginar a voracidade de um pelo outro, o vazio do cérebro, a dor da espinha, mesmo como o vazio do espaço e a falta de objetivo da matéria.

E se tu tens esperiência da Eucaristia de ambos os modos, deve ajudar tua imaginação ali.

8. Deixe esta agonia crescer até que se torne insuportável, resistindo pela Vontade toda tentação. Não até que todo teu corpo esteja banhado de suor, ou pelo suor do sangue, e até que um choro de lânguidez intolerável seja forçado dos seus lábios fechados, tu deverás proceder.

9. Agora deixe uma corrente de luz, azul profunda com tons escarlates, suba e desça pela coluna golpeando como se estivesse sobre ti estivesse enrolada uma serpente na base. Permita que isto seja excedentemente vagaroso e sutil e que seja acompanhado de prazer, resista e será acompanhado de dor, resista.

10. Isto tu deves continuar até que tu esteja exausto, nunca relaxando o controle. Até que tu não possas mais realizar esta seção nove durante toda uma hora, não prossiga.

E retire-se da meditação por um ato de Vontade, passando para um suave Pranayama e Khumbakham e meditando sobre Harpócrates, o deus silente e virginal.

11. Então, afinal, estando bem ajustados corpo e mente, fixados na paz, debaixo de um céu noturno majestoso coberto de estrelas, num clima calmo e morno, tu podes aumentar a velocidade do movimento da luz até que tome todo o cérebro e a espinha, independentemente da tua Vontade.

12. Se nesta hora tu deves morrer, não está escrito...

"Benditos são os mortos que morrem no Senhor."

Sim, benditos são os mortos que morrem no Senhor !


Conclusão

Os procedimentos do grau Delta incluem alguns dos trabalhos de maiores prazos dentro do Arcano da Magia Sexual. O despertar da Kundalini não é atingido simplesmente por meios sexuais, mas através da perseverança e um esforço concentrado por muito tempo de prática. O procedimento descrito no Liber HHH, seção SSS, é a melhor descrição disponível para um trabalho da Kundalini de longo prazo. Deve ser suplementado pela prática do Mudra Khechan bem como outras práticas sexuais da Kundalini.

É imperativo entender que o despertar da Kundalini é um trabalho mágiko de muito tempo, portanto é classificado como o grau Delta, ou no sistema da OTO, o décimo grau, que é relacionado a Kether, a Verdadeira Vontade. Portanto, o processo da Kundalini pode ser compreendido como a manifestação da Vontade Verdadeira nas correntes fisiológicas e etéricasdo organismo e embora trabalhosa, forme uma faceta integral da tradição Tântrica do Santuário.






Bibliografia: Edson Bini, Magia Sexual. Editora Ícone, S. Paulo, 1994.

- Magick - Teoria e Pratica é apresentado  o Curriculum da A. A., isto é, o pré- requisito teórico mínimo para o aspirante à iniciação na A. A. Neste sentido a leitura e o estudo das seguintes obras são necessários:

- The Equinox (1) - constitui obra de referência básica para todo o ocultismo.
- O conjunto das obras de Aleister Crowley - onde se encontram vários segredos mágicos e místicos.
- O I Ching - o Livro das Mutações - contém o sistema de magia chinês.
- Tannahauser, de Aleister Crowley - uma alegoria a respeito do progresso da alma.
- Os Upanishads - fundamento clássico da religião védica e a forma mais conhecida do misticismo hindu.
- O Bhagavad-Gita - um diálogo com Krishna, o "Cristo" indiano.
- A Voz do Silêncio, de Helena Petrovna Blavatsky, acrescido de um comentário de A. Crowley.
- A Goécia - um ritual de evocação acrescido da invocação preferida de Crowley.
- O Shiva Sanhita - tratado hindu que versa acerca de práticas física.
- O Hatha-yoga Pradipika - obra de conteúdo semelhante ao da anterior.
- Historia da Filosofia, de Johann Eduard Erdmann.
- Guia Espiritual, de Molinos - trata de modo simples do misticismo cristão.
- A Estrela do Oeste, de J. F. C. Fuller - introdução ao estudo dos trabalhos de Crowley.
- Dhammapada - um clássico budista.
- As Perguntas do Rei Milinda - apresenta pontos de cunho técnico do dogma budista.
- Variedades de Experiência Religiosa, de William James - mostra a uniformidade da aquisição mística.
- Kabbala Desnudada, de Knorr von Rosenroth.
- A Kabbala Desvelada, de MacGregor Mathers. O texto de A Kabbala com comentário - uma introdução elementar ao assunto.
- Konx om Pax, de Aleister Crowley - quatro tratados e prefácio sobre misticismo e
magia.
- O Pistis Sophia - uma introdução de preceitos místicos e mágicos.
- O Oráculo de Zoroastro - coletânea de preceitos místicos e mágicos.
- O Sonho de Cipião, de Cícero.
- Os Versos Dourados de Pitágoras, de Fabre d'Olivet - estudo das doutrinas esotéricas pitagóricas.
- O Divino Pimandro, de Hermes Trimegistos.
- Os Símbolos Secretos dos Rosacruzes, de Franz Hartmann.
- Scrutinium Chymicum, de Michael Maier - tratado de alquimia.
- A Ciência e o Infinito, de Sidney Kelin.
- Dois Ensaios sobre o Cultos a Príapo, de Richard Payne Knight.
- A Rama Dourada, de J. G. Frazer.
- A Idade da Razão, de Thomas Paine.
- Os Rios da Vida, do General Forlong - texto acerca dos sistemas antigos de iniciação.
- Os Três Diálogos, do bispo Berkeley - a respeito do idealismo subjetivo.
- Os Ensaios de David Hume - a respeito do cepticismo académico.
- Os Primeiros Princípios, de Herbert Spencer - a respeito do agnosticismo.
- Prolegômenos, de Emmanuel Kant - introdução à metafísica.
- O Cânone - a respeito da Cabala aplicada.
- Os Ensaios de Thomas Henry Huxley.

Segundo o autor de Magick, o objetivo do curso teórico que estas obras proporcionam "é familiarizar o estudante com tudo aquilo que os Grandes Mestres disseram em cada época e lugar. Competiria a cada estudante realizar um exame crítico deles, não tanto alimentando a idéia de descobrir onde está a verdade, porque isto é impossível exceto graças à sua própria experiência, pessoal mas visando descobrir a harmonia essencial que existe entre tantos trabalhos variados. 

Deveria também o estudante acautelar-se para não tomar partido por um autor preferido e familiarizar-se intimamente com o método do equilíbrio mental, num esforço para contradizer qualquer assertiva que se apresente, ainda que se lhe afigure bastante axiomática.

         "A finalidade geral desse curso, além do que já exposto, é garantir uma boa educação nos temas ocultos para que com a chegada da iluminação espiritual esta encontra um templo bem edificado. Onde a mente se acha se acha intensamente predisposta para uma teoria em especial, o resultado de uma iluminação é geralmente avivar essa parte da mente que se encontra deste modo excessivamente desenvolvida, com a consequência de o aspirante, em lugar de chegar a ser Adepto, converter-se num fanático e um intransigente."

         A Astrum Argentinum, demais, recomenda as seguintes obras de ficção que faz acompanhar de preciosas apreciação:

- Zanoni, de Edward Bulwer-Lytton - valioso por seus dados e sugestões acerca do misticismo.
- Uma Estranha História, de Edward Bulwer-Lytton - valiosa por seus dados e sugestões acerca da magia.
- A Flor e o Fruto, de Mabel Collins - valiosa por sua relação da Senda.
- Petronius Arbiter - válido para tem inteligência para entendê-lo.
- O Asno de Ouro, de Apuleio - válido para quem tem inteligência para entendê-lo.
- O Conde de Gabalis - valioso pelas alusões àquelas coisas que ridicularia.
- A Violação da Fechadura, de Alexander Pope - valioso por sua relação de elementos.
- Ondina, de Motte Fouqué - valioso a título de uma relação de elementos.
- Magia Negra, de Marjorie Bowen - uma história interessante e tensa de bruxaria.
- La Peau de Chagrin, de Honoré de Balzac - uma magnífica alegoria mágica.
- Número Dezenove, de Edgar Jepson - um ótimo conto de magia moderna.
- Drácula, de Bram Stoker - valioso por sua relação de lendas relativas aos vampiros.
- Romances científicos de C.H. Hinton - válidos como uma introdução ao estudo da quarta dimensão.
- Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll - válido para aqueles que entendem a Cabala.
- Alice através do Espelho, de Lewis Carroll - valioso para aqueles que entendem a Cabala.
- A Caçada do Snark, de Lewis Carroll - valioso para aqueles que entendem a Cabala.
- As Mil e Uma Noites (de preferência as traduções de Sir Richard Burton ou Jonh Payne) valioso como aquisição do saber mágico oriental
- Morte de Arthur, de Sir Thomas Mallory - valioso como aquisição do saber mágico ocidental.
- Obras completas de François - inestimável pela sabedoria que encerram.
- A Kaidah, de Sir Richard Burton - valioso como síntese de filosofia.
- A Canção Celestial, de Sir Edward Arnold - o Bhagavad-Gita em versos.
- A Luz da Ásia, de Sir Edward Arnold - uma narrativa da aquisição de Gautama Buda.
- Os Rosacruzes, de Hargrave Jennings - valioso para quem é capaz de ler nas entrelinhas.
- A Verdadeira Historia do Rosacruzes, de A. E. Waite - um relato periodístico bastante comum sobre o tema.
- Obras completas de Arthurt Machen - a maioria destas narrativas são de grande interesse mágico.
- Os Escritos de William O'Neill (Blake) - inestimável para todos os estudantes.
- O Adorno de Shagpat, de George Meredith - uma excelente alegoria.
- Lilith, de George MacDonad - uma boa introdução ao Astral.
- Lá-Bas, de J. K. Huysmans - um relato sobre as extravagâncias causadas pelo complexo de pecado.
- O Saber de Prosérpina, de Maurice Hewlett - um exame sugestivo do Arcano Hermético.
- Na Rota, de J. K. Huysmans um relato das extravagâncias do misticismo cristão.
- Sidônia, a Feiticeira, de Wilhelm Meinhold.
- A Bruxa de Âmbar, de Wilhelm Meinhold - estes dois contos são bastante informativos.
- Macbeth, Sonhos de uma Noite de Verão, A Tempestade, de William Shakespeare - interessantes pelas tradições tratadas.
- A Manopla Vermelha, Sir Walter Scott - também interessante pela tradição de que trata.
- As Aventuras de Rob Roy, de James Grant - interessante pelas tradições de que trata.
- O Mago, de W. Somerset Maugham - uma divertida mistura de retalhos roubados.
- A Bíblia, de vários autores desconhecidos - originais em hebraico e grego têm valor cabalístico e esta obra contém, ademais, muitos apólogos mágicos e muitas versões de contos do folclore, bem como rituais mágicos.
- Kim, de Rudyard Kipling - um estudo admirável do pensamento e da vida orientais.
- Mitologia:
- livros de contos de fadas
- clássicas orientais em geral;
- poesia sufi em geral;
- sagas escandinavas e teutônicas em geral;
- folclore céltico em geral.
- O Magick indica também  de forma sumária o conteúdo dos números do The Equinox.

       A hierarquia dos graus da A. A. que inclui os graus anteriores da R.C. (Rosy Cross) e da G. D. (Golden Dawn) é a seguinte (note o leitor que a cada um dos graus corresponde tarefas e objectivos característicos): 

       Em ordem crescente;(2)
       Dentro da G. D.

       1. Aprendiz(3) - começo de certas práticas da predileção do próprio e a elaboração concomitante de um relatório a respeito de tais práticas.

       2. Neófito - consecução de aprimorado domínio do plano astral.
       3. Zelator - consecução do domínio em Asana e Pranayama. Início do estudo da fórmula da Rosy Cross (R. C.).
       4. Practicus - conclusão da formação intelectual e do estudo da Cabala, em particular.
       5. Philosophus - encerramento do treinamento moral. A devoção à Ordem é provada. Dominus Liminis (4) - alcance do domínio de Pratyahara e Dharana. Dentro da R. C.
       6. Adeptus Minor - obtenção do conhecimento e contato com o Sto. Anjo da Guarda.

Externo - concretização da Grande Obra.

Interno - prática da fórmula da R.C. ao adentrar o Colégio do Espírito Santo.

       7. Adeptus Major - domínio geral da magia prática sem deter sua compreensão.
       8. Adepus Exemptus - aprimoramento de todas as matérias até então tratadas.

Na sequência o iniciado pode tornar-se a) Irmão do Caminho da Esquerda ou b) Menino do Abismo (privado da totalidade de suas conquistas e de si mesmo e até de seu anjo da guarda, o membro transcende a Razão e se restringe ao desenvolvimento no útero materno. Logo se achará na condição de...

       Dentro da A. A.

       9. Magister Templi - principalmente a dedicação ao atendimento de seu "jardim" discípulos e o atingir de uma compreensão total do universo. O membro neste estágio elevado constitui-se um mestre de Samadhi.
       10. Magus - abarcamento da sabedoria, enunciação de sua própria lei. O membro tornar-se aqui um MAGO - é o mestre de todo p mágico na sua acepção mais ampla e elevada.
        11. Ipsissimus - grau supremo que supera tudo o mais, não sendo em absoluto passível de compreensão dos que pertencem aos graus interiores.

         O extenso programa esotérico da Ordem também consta em Magick através da indicação dos conteúdos dos Liberi, que são publicação oficiais da Ordem.

         Liber I
         Um relato do Grau de Mago, o mais elevado que se pode manifestar neste plano segundo os Mestres do Templo.
         Liber II
         A mensagem do Mestre Therion. (5) A essência da nova lei é explicada com muita simplicidade.
         Liber III
         São dadas instruções para a obtenção do domínio do discurso, da ação e do pensamento.
         Liber IV
         Em linguagem elementar é fornecida uma relação geral dos poderes mágicos e místicos.
         Liber VI
         Orientações para o estudo elementar da Cabala, a Assunção das formas Divinas, a Vibração de nomes Divinos, os Rituais do Pentagrama e o Hexagrama e sua utilização visando a invocação e a proteção, um método, para conseguir as chamadas visões astrais e uma instrução na prática chamada de Elevação nos Planos.
        Liber VII
         É dada a Emancipação Voluntária de qualquer Adeptus Exemptus de sua Iniciação. São as palavras de Origens de um Mestre do Templo. São as palavras de Origem de um Mestre do Templo. Os sete capítulos dizem respeito aos sete planetas na seguinte ordem: Marte, Saturno, Júpiter, Sol, Mercúrio, Lua, Vênus.
         Liber VIII
         Veja o Liber CDXVIII (A Visão e a Voz).
         Liber IX
         O aspirante é orientado acerca da necessidade de manter um diário. Métodos para provar a clarividência física são sugeridos. Instruções de Asana, Pranayama e Dharana. O aspirante é orientado quando ás aplicação de testes para o próprio corpo com a finalidade de compreender plenamente suas próprias limitações.
         Liber X
         Um relato da passagem do Mestre Therion pela A. A. e uma explicação de sua missão.
         Liber XI
         Instrução para atingir Nuit.
         Liber XIII
         Uma exposição do que deve fazer o aspirante da condição de principiante ao grau de Adeptus.
         Liber XV
         Sobre a cristianização original e verdadeira pré-cristã.
         Liber Liber Turris Vel Domus Dei
         Instrução para o atingir da meta por meio da destruição direta dos pensamentos à medida que assomam na mente.
          Liber XVII
          Apresenta três métodos para o atingir da meta por meio de uma série desejava
de pensamentos.
          Liber XXI
          O Clássico da Pureza, de Ko Hsuen (nova tradução do chinês da autoria do Mestre Therion).
           Liber XXV
           Liber Trigrammton; é o livro dos Trigramas das Mutação do Tao com o Yin e o yang.
           Uma narrativa sobre o processo cósmico que corresponde às Estâncias de Dzyan em outro sistema.
         Liber XXX
        Contém um curso elementar sobre moralidade para o homem médio. 
         Liber XXXIII
         Um relato da A. A. escrito primeiramente na língua de sua época pelo Conselheiro Von Eckarshausen e rescrito e revisado em chave universal.
         Liber XXXVI
         Ritual do Hexagrama aprimorado.
         Liber XLI
         Um ensaio acerca do atingimento da meta Via do Equilíbrio.
         Liber XLIV
         Contém um Ritual da lei.
         Liber  XLVI
         Contém uma tradução de La Clef des Grands Mystères (6), de Eliphas Lévi. Adaptação especial para a tarefa da consecução da Bhakta-Yoga.
         Liber XLIX
         Relato da perfeição divina ilustrado pela permutação em sétuplo do Número Dois.
         Liber LI
         Uma narrativa acerca do continente da Atlântida cobrindo seus costumes, tradições, mágicos e pareceres de seu povo. Este Liber inclui um relato autêntico da catástrofe que destruiu esse continente.
         Liber LV
         Um relato da Senda Mágica e Mística na linguagem alquímica.
         Liber LVIII
         Um artigo a respeito da Cabala.
         Liber LIX
         Relato fantástico de uma Encarnação anterior. O grande interesse está no fato de o destronamento de Ísis feito por Osíris poder constituir um subsídio para o leitor compreender o que significa o destronamento de Osíris feito por Hórus no Eon atual.
         Liber LXI
         A história atual e a origem do movimento atual são explicados. As afirmação são exatas na acepção comum do termo. O objeto do livro é depreciar a Mitopéia.
          Liber LXIV
          Contém o método adequado da predicação.
          Liber LXV
          Relato das relações do aspirante com seu Sto. Anjo da Guarda.
          Liber LXVI
          Contém um ritual secreto, o Coração do IAO-OAI, transmitido para V.V.V.V.V. (7) para seu uso num certo tema do Liber Legis (8).
          Liber LXVII
          Estudo em tom crítico de diversas filosofias. Um relato do budismo.
          Liber LXXI
          Helena Petrovna Blavatsky com um comentário de Frater D. M.
          Liber LXXIII
          Este Liber encerra a continuação do Templo do Rei Salomão e é o Diário de um mago. Contém um relato minucioso de todas as experiências do Mestre Therion na sua conquista deste grau iniciático, o mais elevado possível para qualquer homem.
          Liber LXXVIII
          Tratado completo do Tarô com os desenhos corretos das lâminas com suas atribuições e significados simbólicos em todos os planos.
          Liber LXXXI
          Relato de uma operação mágica referente ao planeta Lua (9) escrito sob forma
de novela.
          Liber LXXXIV
          Breve abstracção da representação simbólica do Universo deduzida pelo Dr.
Jonh Dee por meio do Scrying (10) de Sir Edward Kelly.
          Liber XC
          Um relato de Iniciação  somando a uma indicação para os que se capacitaram para a Iniciação.
          Liber XCV
          Contém uma alegoria poética das relações da alma com o Sto. Anjo Guardião.
          Liber XCVI
          É um manual de geomancia.
          Liber CVI
          Um tratado sobre a natureza da morte e a atitude apropriada para encará-la.
          Libber CXI (Aleph)
          Contém comentários elaborados e extensivos a respeito do Livro da lei sob forma de uma carta do Mestre Therion dirigida ao seu filho mágico. (11) Aqui estão encerrados alguns dos segredos de iniciação mais profundos, apresentado-se uma solução clara para vários problemas éticos e cósmicos.
          Liber CL
          Contém uma explicação mais avançada do Livro da Lei, referindo-se particularmente aos Poderes e Privilégios que são conferidos através de sua aceitação.
          Liber CLVI
          Contém um perfeito comentário da tarefa do Adeptus Exemptus considerada sob os símbolos de um plano particular e não o intelectual.
          Liber CLVII
          Contém uma tradução nova do Tao Teh Ching, acrescida de um cométário do Mestre Therion.
          Liber CLXV
          Relato do antingimento da meta por parte do Frater Unus In Omnibus (Frater Achad) (12). Trata-se da crônica de um homem que realmente conseguiu o atingimento de sua meta graças ao sistema ensinado pala A. A..
          Liber CLXXV
          Instruções para atingir a meta mediante a devoção ou Bhakti-Yoga.
          Liber CLXXXV
          Encerra as tarefas dos Graus e seus juramentos próprios do Liber XIII. Trata-se do documento oficial de vários graus. Inclui a Tarefa e o Juramento do Principiante.
          Liber CXCVII
          Um relato poético da Grande Obra e a enumeração das muitas barreiras.
          Liber CC
          Instrução para a realização da adoração do Sol quatro vezes ao dia com o intuito de comandar a mente para a meditação e para regular as práticas.
          Liber CCVI
          Instrução completa a respeito de Pranayama.
          Liber CCVII
          Uma enumeração das publicações oficiais da A. A. acompanhada de uma descrição sumária dos conteúdos de cada livro.
          Liber CCX
          Este Liber é o próprio Livro da Lei, o qual constitui o fundamento de todo o trabalho.
          Liber CCXVI
          Uma nova tradução do I Ching acrescida de um comentário de Mestre Therion.
          Liber CCXXXI
          Um relato do processo cósmico tão remoto como foi indicado pelos Arcanos Maiores do Tarô.
          Liber CCXLII
          Em linguagem poética é feita uma exposição dos diferentes caminhos para atingir a meta e os resultados obtidos.
          Liber CCLXV
          Uma tratado de psicologia do ponto de vista místico e mágico, cujo estudo auxiliará o aspirante a executar uma análise científica detalhada de sua mente e também aprender a controlá-la.
          Liber CCC
          Uma indicação especial visando á Promulgação da Lei. Trata-se da primeira e maior obrigação de toso Aspirante (13) de qualquer grau. Fortalece-lhe o caráter e o karma, os quais constituem a espinha dorsal do atingir da meta.
          Liber CCCXXXIII
          Trata de muitos temas em todos os planos da maior relevância. É uma publicação oficial para as Criaturas do Abismo, mas é recomendada como bastante sugestiva, inclusive para os iniciantes.
          Liber CCCXXXV
          É exposto poeticamente o conflito dos elementos divinos e humanos na consciência do homem, representado sua consonância seguida pela vitória dos primeiros.
          Liber CCCLXI
          Apresenta três métodos para o atingir da meta por meio de séries cordenadas de pensamentos.
          Liber CCCLXV vel CXX
          A Invocação Preliminar da Goécia - assim chamada e com uma completa explicação dos nomes bárbaros da evocação nela empregada e o encabeçamento secreto do ritual do Mestre Therion. Trata-se da evocação mais potente que existe e foi utilizada pelo mesmo Mestre no atingir da meta.
          Liber CD
          Uma representação gráfica do Tarô no plano da iniciação.
          Liber CDXVII
          Instrução para a preparação dos Instrumentos Elementares.
          Liber CDXVIII
          Trata da existência dos Anjos dos Trinta Éteres, da Visão e da Voz. Além da existência da clássica relação dos trinta Éteres e um modelo de todas as visões, os lamentos das Anjos devem ser recordados como exatos e a doutrina da fundação da Grande Fraternidade Branca entendida como o fundamento da Aspiração do Adepto. A exposição do Mestre do Templo, particularmente, deve ser como autêntica.
          Liber CDLXXIV
          Instrução relativa a um método puramente intelectual para adentrar o Abismo.
          Liber D. Sepher Sephirot
          É um dicionário  de palavras hebraicas cuja ordem se baseia no valor numérico das palavras. Inclui uma Enciclopédia da Sagrada Cabala que é um Mapa do Universo e capacita o homem a alcançar o Entendimento Perfeito.
          Liber DXXXVI
          É um tratado completo de astrologia, o único elaborado com base em linhas científicas por classificação de fatos observados, em lugar de dedução a partir de uma
teoria a priori.
          Liber DXXXVII
          Instruções acerca da expansão do campo da mente.
          Liber DLV. Liber HAD
          Instruções para atingir Hadit.
          Liber DCXXXIII
          Encerra afirmações acerca de determinadas considerações éticas referentes a Magia.
          Liber DCLXVI
          Um relato da Personalidade Mágica que é o Logos do Eon atual
          Liber DCCLXXVII (777)
          É um dicionário completo das correspondências entre todos os elementos mágicos, reimpresso com amplos acréscimos, que o tornam o livro de referencia standard  mais amplo já publicado. É na linguagem ocultista o que são o Webser ou o Murray na língua inglesa.
          Liber DCCCXI
          Trata-se, numa adaptação especial, da tarefa da consecução do controle do corpo de luz (14) para o desenvolvimento da intuição e a Hatha-Yoga.
          Liber DCCXIII
          Um relato sobre o Hexagrama e o método de sua redução à Unidade, e além.
          Liber DCCCXXXI
          Instruções relativas a três métodos para a redução da consciência múltipla à Unidade. Adaptado para tornar mais fácil a tarefa de obter êxito na Raja-Yoga e a conquista do Conhecimento e a Conversação com o Santo Anjo da Guarda.
         Liber DCCCXXXVII
          Temos aqui uma explicação mais ampla de O Livro da Lei que referência a determinados problemas éticos.
          Liber DCCCLX
          A Crônica do Retiro Mágico de G. H. Frater D. M.
          Apresenta um modelo do que deveria ser um diário mágico até ponto em que a análise precisa e a abundância de elementos descritivos concerne. 
         Liber DCCCLXVIII
          Um relato gráfico dos poderes mágicos classificados com base nos Arcanos Maiores do Tarô.
          Liber DCCCLXXXVIII
          É um estudo completo das origens de Cristianismo.
          Liber CMXIII
          São apresentados métodos para a obtenção da memória mágica, ou a lembrança de vidas pretéritas e uma introspecção da função do Aspirante na vida presente.
          Liber CMXXXIV
          Um estudo elaborado dos efeitos psicológicos produzidos pelo Anhalonium lewinii (gomos de mescal), recompilado das crônicas sobre algumas centenas de experimentos.
          Liber CMXIII
          Uma soberba coletânea de litanias apropriada aos signos do Zodíaco.
          Liber MCCLXI
          Uma nota sobre o Gênese, de Allan Bennett. (15) Um modelo de raciocínio cabalístico especialmente adaptado para a Jnana-Yoga.
          Liber MCCLXXIV
          Um dicionário completo da totalidade de palavras e frases sagradas de importância nos Livros de Gnose e outros textos relevantes em grego e copta. 

          Encerremos esta incursão panorâmica pela magia sexual de Crowley referindo- nos a um detalhe que, entre muitos outros, deve ter despertado, sobremaneira, a atenção do leitor.         Trata-se do MAGICK


          Como o leitor sabe, MAGIA em inglês é MAGIC sem o K.

          Crowley fez questão de alterar a grafia da palavra não só para designar caracteristicamente seu sistema, evitando termos genéricos que mesmo adjetivados adequadamente teriam conotações indesejáveis (misticismo, ocultismo etc),
 como também para caracterizar seu trabalho ou sua própria atividade mágica. Não podia
 abandonar a palavra MAGIA, pois seu grande intento e razão maior de sua vida eram a MAGIA e sua recuperação.
          O acréscimo da letra k, é claro, tem implicações mágicas e indica também o tipo de magia que Crowley realizava e exercia.
          O k é a letra número onze de vários alfabetos. Magicamente o onze é fundamental já que é o número conferido ao mundo subterrâneo povoado por forças infernais e caóticas. Ora, o controle de tais potências é a condição sine qua nom para o exercício mágico, ou, em outras palavras, é o ato mágico original sem o qual toda prática mágica é impossível.
           O k também está vinculado estreitamente a shakti (energia que é feminina, negativa, primordialmente destrutiva e selvagem no seu aprisionamento, como vimos no tantrismo) e, em perfeita coerência e consonância, a kteis (vagina), pólo negativo e complementar de phallus (pênis).
           O k indica, portanto, no contexto mágico, igualmente a marca sexual da magia de Crowley, que embora tivesse iniciado sua atividade mágica dentro da magia cerimonial tradicional, não demorou, principalmente sob a influência da via da mão esquerda, a optar pela magia sexual.

_______

(1) Publicação oficial da A. A.
(2) As designações dos graus têm, evidentemente, um significado esotérico somente acessível aos iniciados.
(3) A estes grau antecede a condição de principiante aceito, vinculada ao Curriculum
intelectual a que nos referimos algumas páginas atrás.
(4) Grau de conexão com a Rosy Coss (R.C.) não numerado.
(5) Aleister Crowley
(6) A Chave dos Grandes Mistérios.
(7) Vi Veri Universum vivus Vici - Crowley como Magister Templi.
(8) O Livro da lei (The Book of the Law).
(9) O leitor deve ter em mente que astrologicamente a Lua é um planeta.
(10) Visões clarividentes obtidas por meio de alguns objeto.
(11) Frater Achad (Charles Stansfeld Jones).
(12) Charles Stansfeld Jones.
(13) Aspirante aqui, como na quase totalidade do contexto dos Liberi, não é o
candidato ou pretendente à iniciação na ordem ou o principiante. Trata-se do iniciado, em qualquer grau, que aspira ao êxito no atendimento da meta místico-mágica.
(14) O mesmo que corpo sutil, aquele relacion






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