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Biografia de Aleister Crowley



Aleister Crowley, nascido Edward Alexander Crowley (12 de Outubro de 1875 — 1 de Dezembro de 1947), foi um membro da Ordem Hermética da "Aurora Dourada" e influente ocultista britânico, responsável pela fundação da doutrina Thelema. Ele foi o co-fundador da A∴A∴ e eventualmente um líder da O.T.O.. Ele é conhecido hoje em dia por seus escritos sobre magia, especialmente o Livro da Lei, o texto sagrado e central da Thelema, apesar de ter escrito sobre outros assuntos esotéricos como magia cerimonial e a cabala.

Crowley também era mago, hedonista, usuário recreacional de drogas, e crítico social. Em muita de suas façanhas ele "iria contra os valores morais e religiosos do seu tempo", defendendo o libertarianismo baseado em sua regra de "Faz o que tu queres".  Por causa disso, ele ganhou larga notoriedade em sua vida, e foi declarado pela imprensa do tempo como "O homem mais perverso do mundo." 
 Além de suas atividades esotéricas, ele era também um premiado jogador de xadrez, um alpinista, poeta e dramaturgo.


Em 2002, uma enquete da BBC descrevia Crowley como sendo o septuagésimo terceiro maior britânico de todos os tempos, por influenciar e ser referenciado por numerosos escritores, músicos e cineastas, incluindo Jimmy Page, Alan Moore, Bruce Dickinson, Ozzy Osbourne, Raul Seixas, Marilyn Manson e Kenneth Anger. Ele também foi citado como influência principal de muitos grupos esotéricos e de individuais na posterioridade, incluindo figuras como Kenneth Grant e Gerald Gardner.



Aleister Crowley
Nome completo: Edward Alexander Crowley

Nascimento: 12 de Outubro de 1875
Royal Leamington Spa, Warwickshire, Inglaterra

Morte:1 de Dezembro de 1947 (aos 72 anos)
Hastings, East Sussex, Inglaterra





Aleister Crowley foi sem sombra de
dúvida o maior mago do século XX. Suas
explorações no campo das drogas e do
sexo são enfatizadas em demasia por
quase todas as pessoas que se põe a
falar sobre ele. Essa sua faceta poderia
ser explicada (talvez até possa ser
justificada) como uma fuga genial da
pútrida sociedade ultrapuritana em que
foi criado.




O protestantismo vitoriano foi uma das
manifestações mais repressoras de que já se teve notícia e
Crowley, juntamente com alguns artistas de vanguarda de sua
época teve a ousadia de se colocar contra todo esse sistema
de valores e criar um sistema próprio, que por pior que fosse
era melhor do que o sistema estabelecido.


A mente de Crowley, um misto de Nietzsche e Rabelais, com
uma estética egípcia e um negro senso de humor, era, de
certa forma, inescrutável. Apesar de freudianamente seus
complexos serem óbvios, lendo Crowley nunca se tem certeza
do que ele realmente quis dizer. Ele brincava com o leitor,
geralmente o superestimando (principalmente nos primeiros
livros, cheios de referências obscuras imprescindíveis para a
compreensão da obra).

Apesar disto escreveu excelentes
poesia e prosa, mas que de forma alguma superaram o
interesse do mundo na história de sua vida, atribulada, trágica
e cheia de aventuras como foi, por si só uma obra de arte.
Crowley nasceu em 1875, filho de um pastor de uma seita
fundamentalista protestante, que também era dono de uma
fábrica de cerveja. Seu pai morreu cedo, deixando boas
lembranças no menino, mas sua mãe, segundo ele, era uma
"estúpida criatura", e as brigas da adolescência logo fizeram
com que sua mãe o chamasse de "Besta", apelido que adotou
posteriormente e que lhe trouxe boa parte da fama.

Na escola se mostrou brilhante e obediente, até que foi culpado injustamente
de um pequeno delito e foi posto de castigo, a pão e água, o que piorou sua
já fraca saúde (tempos depois lhe receitariam heroína para a asma,
substância que usou até os 72 anos de idade, quando morreu
de parada cardíaca). Crowley nunca esqueceu desse
tratamento, e desde menino começou a achar que havia algo
de errado com o "senso comum" da época. Decidiu ser um
homem santo, e cometer o maior pecado, como em uma
lenda dos Plymouth Brothers (culto de seu pai) que afirmava
que o maior santo cometeria o maior pecado.

Na Universidade Crowley finalmente se encontrou. Com
muito dinheiro (da herança de seu pai) e livre da repressão da
família, exerceu todas as atividades pelas quais ficou
conhecido: alpinismo, poesia, enxadrismo, sexo e magia, e,
dizem, foi excepcional em cada uma delas. Crowley travou
contato com a Golden Dawn, uma ordem pseudo-maçonica de
prática ritualística e iniciatória que esteve em seu auge no fim
do século passado, quando Crowley a frequentou. Subiu
rapidamente pelos graus da ordem, mas foi barrado por um
grupo de pessoas que chegaram a afirmar que a "ordem não
era um reformatório". Crowley era desconsiderado pelos
intelectuais e desprezado pela burguesia, fato que o pode ter
levado a suas inúmeras viagens e expedições de alpinismo.
Crowley pode parecer extremamente arrogante e narcisista
em seus escritos, mas isso não parece ser verdade, se
examinamos sua vida a fundo. Ele sempre buscou o
reconhecimento e aprovação das pessoas, e quando notou
que isso não era possível, mantendo sua crítica atroz aos
absurdos do puritanismo inglês, ele resolveu aparecer fazendo
escândalos, reais ou falsificados, ao estilo do esteriótipo
"falem mal, mas falem". Mesmo assim em sua autobiografia
("Confessions of Aleister Crowley") ele se mostrou
extremamente magoado quando a imprensa marrom inglesa
(conhecidíssima até hoje e abominada pela família real
inglesa) inventava alguma coisa absurda e terrível ao seu
respeito, como em uma ocasião em que o acusaram de comer
carne humana na expedição ao monte K2.
A Golden Dawn recusou iniciação a Crowley, mas seu chefe,
McGreggor Mathers não. Talvez interessado no dinheiro do
jovem Aleister Crowley ele o iniciou, e logo se tornou um
mestre para Crowley.





Seus trabalhos mágicos e estudos místicos o levaram as mais
diversas partes do mundo, experimentando com todas as
formas de catarse e intoxicação, que considerava como bases
da religião. Mas pouco a pouco se distanciava de Mathers, que
a essa altura já havia se proclamado em contato direto com os
"mestres" que regem a terra, e com isso seu autoritarismo se
tornou insuportável. Crowley foi o único a defendê-lo até o
final, quando percebeu que tudo não passava de uma farsa.
A crença de que existe um grupo de iniciados secretos que
carregam o conhecimento humano e são os verdadeiros
"chefes" da terra é compartilhada no sentido estritamente
literal por muitas pessoas e seitas. Crowley aceitou essa idéia
de uma forma ou de outra até o fim da vida, mas empregou
diversas interpretações para estas entidades, algumas
baseadas na psicologia (recém estabelecida como uma
ciência por Freud, na mesma época).

Mas, desiludido com a Golden Dawn, passou alguns meses
afastado da magia, e pouco a pouco se reaproximou,
trabalhando sozinho.

Então numa viagem ao Cairo em 1904, recém casado, sua
esposa começou a falar algumas coisas estranhas das quais
ela não poderia ter conhecimento. Ela o mandou invocar o
deus Hórus.

Dessa invocação surgiu um texto pequeno, de três capítulos,
intenso e esquisito, ditado por um dos "ministros" da forma de
Hórus conhecida por "Hoor-Paar-Kraat", Harpócrates, Hórus, a
criança. Aiwass era o nome dessa entidade, depois
reconhecida como o Sagrado Anjo Guardião do próprio
Crowley. Com isso três coisas estão subentendidas: Aiwass era
um dos "mestres" que regiam o presente Éon, dedicado ao
Deus Hórus, seu mentor; era também uma entidade não
totalmente separada de Crowley, embora devesse ser tratado
como tal, alguns poderiam dizer que ele era o self junguiano
de Crowley (mesmo ele reconheceu isso), outros,
maldosamente, que era sua Sombra (termo que em psicologia
junguiana designa a parte de nós que reprimimos e que
contém aquilo que temos medo de admitir); Crowley demorou
cerca de 5 anos para acatar o que o texto dizia.



Uma das profecias previa a morte de seu filho, que acabou por morrer
mesmo, de doença desconhecida.
Quando finalmente aceitou o Livro da Lei estava em contato
com um corpo germânico de iniciados, que em outro livro dele
("The Book of Lies") encontraram um segredo de magia sexual
que pensavam ter o monopólio no ocidente. Nem Crowley
havia entedido o que tinha escrito, mas aceitou mesmo assim
um alta posição hierárquica na Ordem. Era a Ordo Templi
Orientis, que até hoje detém os direitos sobre os textos de
Crowley posteriores a 1910.

A O.T.O. existe até hoje (ou melhor existem, visto que
houveram cisões e brigas e etc, que somando com os
charlatões, devem somar mais de 30 O.T.Os., por alto. A
maioria clama legitimidade.)

Crowley perdeu muito dinheiro publicando seus próprios
livros e os vendendo a preço de banana. E a incompetência de
um tesoureiro da O.T.O., que perdeu um galpão cheio de livros
num lance mal entendido até hoje, acabou causando sua
bancarrota final.





Além da O.T.O. que tinha bases maçônicas, Crowley criou um
corpo próprio, designado como A.:.A.:.., esse corpo, muito
mais velado, deveria servir como que "escola de treinamento"
para os possíveis "mestres" da humanidade.
Crowley sobreviveu de doações e venda de livros até o fim da
vida. E morreu em relativa miséria, ainda viciado em heroína,
pouco tempo depois de terminar seu último trabalho, um livro
sobre o Tarô que Lady Ferida Harris havia pintado com suas
indicações. Um baralho magnífico.


Bibliografia:
"Confessions of Aleister Crowley", A. Crowley, Penguin
"The Eye in the Triangle", Israel Regardie, New Falcon Publications
"The Legacy of the Beast", Gerald Suster, Weiser
O melhor é "The Eye in the Triangle". Em português não se
deve deixar de ler o verbete "Aleister Crowley", na
"Enciclopéldia do Sobrenatural", da LPM.

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